O dia amanheceu e cá estou grudada com o vaso sanitário. Nunca pensei que enjoo durante a gravidez fosse tão péssimo. Apesar das dificuldades no início da gestação com a placenta descolada trazendo risco para mim e para o meu menininho, eu percebo que é muito louco, mas ao mesmo tempo muito mágico ter um ser tão pequenino dentro de mim. Essa criança trouxe mudanças drásticas na minha vida, mas por incrível que pareça tais mudanças são bastante boas.
- Acabou de vomitar? Quer ajuda para se levantar? - Rafael me desperta das reflexões matinais
- Claro, se não for incomodo. Apesar de estar com 5 meses esse bebê quer fazer de mim uma bola. - Rafael ri do meu comentário e me auxilia até a pia para que eu pudesse tirar o gosto de vômito da boca.
- Esse rapazinho não está facilitando as coisas hein?! Vamos se comportar né rapaz?! - O ver tão carinhoso e perto da minha barriga, mesmo sabendo que a criança não é sua, me dá um ânimo para cuidar dessa criança. Ele me lê tão bem que não foi necessário palavras para contar isso a ele, e no lugar de me largar decidiu cuidar de mim e do meu filho como se fosse dele. Sua atitude me constrangeu, afinal quem em sã consciência agiria de tal forma? Não consigo compreender até hoje sua atitude, e além de me auxiliar ele me trouxe para morar em sua casa, assim ele poderia ficar de olho na gente e acredito que é também para ele não se sentir muito só, afinal tudo nessa casa o lembra da dona Isabel e da Hanna. Sim eu sei disso, passamos bastante tempo conversando e fico feliz por ele se abrir novamente comigo.
- Pode me levar para a cama? Estou exausta e você precisa descansar alguma coisa para conseguir ir para a empresa. - Ele assente e me ajuda alcançar a cama.
- Bom dia Malu. - Ele dá um beijo no topo da minha cabeça. - Qualquer coisa é só telefonar que se eu não puder vir alguém virá.
- Tudo bem. - Espero ele sair e desligar a luz e me perco em pensamentos até o sono vir.
Apesar de ter sido conturbado nosso relacionamento depois de tudo o que fiz, o Rafael decidiu me dá todo o suporte necessário. Ele deixou bem claro que não teríamos nada porque seu coração pertencia a Hanna, confesso que tinha esperanças ainda de voltarmos, e seu lado pai babão me fez ficar mais apaixonado por ele, porém compreendo que esse amor nunca será recíproco. Ele me vê como a velha Malu melhor amiga dele. Isso me dói, mas sinceramente vendo a pessoa que ele se tornou desejo a felicidade para ele, e se essa felicidade é com a Hanna deixarei o caminho livre para ela, espero que ela saiba aproveitar isso, pois Rafael é um homem de verdade, a pessoa que o tiver será muito agraciada.
[...]
Hoje é sábado. O dia amanheceu mais leve, mais brilhante, uma atmosfera diferente. Sinto que será um dia marcante. Termino de preparar o café da manhã para mim e o Rafael e me sento a mesa.
- Oi Malu! Como está você e o bebê?
- Estamos bem. Temos que dar um nome a ele. - Rimos - Não dar mais para chama-lo de bebê.
- Quais nomes você tem em mente?
- Eu tenho alguns em mente como Daniel, Lucas e Guilherme.
- Guilherme de jeito nenhum - gargalho com sua careta.
- Quais ideais você tem?
- Ah... Gosto de Samuel, Estevão, Pedro ou Adam.
- Adam está fora de cogitação é americano demais - olho para ele de cara feia - meu filho vai ter nome de brasileiro, sinto muito orgulho de ser brasileira - ele gargalha com meu sermão exagerado por um nome
- Acho que os hormônios do mau humor estão te atacando novamente - Dou a língua para ele e ignoro sua tentativa de me tirar do sério. Esse era seu principal hobby quando éramos crianças.
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Um só caminho - Livro 2
Spiritual"E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles". -Jeremias 32:39 Existem certas situações difíceis de suportar nessa vida. Você olha para os lados e tudo parec...