Creche do Subterrâneo

154 17 30
                                    


ALGUNS MESES DEPOIS, NA CRECHE RECÉM-INAUGURADA DO CASTELO...

TORIEL: (na mesa da professora, sorrindo para as crianças ali presentes) muito bem, minhas crianças. Espero que gostem da nossa nova creche!

RUBY: (que, assim como os demais bebês, inexplicavelmente já tem tamanho de uma criança de três anos) ahuhuhu... vamos sim, Tia Toriel!

BIRIEL: a gente... vai brincar muito, Vó Riel!

TORIEL: (quase chorando de emoção com o apelido) que bom (suspiro) bem... vou conversar com a diretora, e já volto pra começarmos nossa aula. Enquanto isso, se comportem (sai da sala)

Assim que Toriel sai, as crianças começam a conversar umas com as outras, animadas.

SKY: (rindo, sacudindo cinco mãos ossudas e coçando os cachinhos brancos com a sexta) "trussi" um pacotinho de suspiro.

CALIBRI: orra, Sky. Dá um.

SKY: claro (inclina o pacote, lampejando os seis olhinhos azuis maldosamente) são doze ouros.

CALIBRI: O QUE??? MAS QUE ROUBO! (bufa) também não quero mais! (cruza os braços) se um dia tu tiver pegando fogo e eu tiver um regador, vou regar as flores, seu mão-de-vaca!

RUBY: eita, Calibri. O seu "papai-rus" não te dá dinheiro?

Todos – exceto Smyle - riem, enquanto Calibri fecha a cara.

SMYLE: (levantando de um salto e fechando os punhozinhos, lampejando o olhinho direito perigosamente num brilho amarelado) pare de zoar com meu tchan!

RUBY: (também levanta, sibilando) por que? Vai ficar bravinha, vai?

ASRIA: (balindo desesperada e se colocando entre as duas coleguinhas) gente, não faz isso! Ahhh! (desvia de uma lancinha amarela que Smyle joga em Ruby) eu vou chamar a mamãe!

Ambas param de se confrontar, sentando na hora com a ameaça de Asria. Sky só falta fazer xixi nas calças de tanto rir.

CALIBRI: (ligando pra Mettaton pelo seu intercomunicador de pulso) ô painho... o Sky trouxe um pacotão de suspiro pra classe e não quer dividir com ninguém!

METTATON: (falando pelo intercomunicador) ah, não fica assim, filhão. Não podemos pagar mal com mal, não é? (fala mais alto, o bastante para Sky ouvir) vou conversar com Sans. Para mostrar que não guardamos rancor, vamos fazer um dueto de "Bad Romance" para eles. O que acha?

SKY: (gritando e fazendo todos saltarem de susto) NÃO! (pigarreia, dando um sorriso amarelo) err... quer dizer... quer um suspiro, Calibri? (Calibri ri, desliga o intercomunicador e mete a mão no pacote dele)

BIRIEL: deixa que eu dou um suspiro aqui (diz, olhando para Sky) ai, ai...

ASRIA: que (olha dela para Sky) o que tá acontecendo, maninha?

BIRIEL: (sacode a cabeça, sacudindo as orelhinhas brancas) ahn, nada. Nadinha.

ASRIA: (catando o horário de aulas de Biriel) POR QUE (guincha) você circulou com coraçõezinhos a aula de piano que tu vai fazer dupla com Sky?

BIRIEL: (corando) dá isso aqui (pega papel de volta)

MONSTER KID: (bufando e escrevendo em seu caderno com o pé) querem calar a boca? To estudando aqui...

CALIBRI: ei... olha como você fala com a futura rainha de Underground, plebeu.

Todos se calam quando Toriel retorna a sala, encarando desconfiadamente o silêncio entre as crianças.

TORIEL: muito bem, queridas. Vamos começar nossa aula. Hoje, vamos fazer algo bem simples: vamos conhecer as cores da alma de cada um de vocês. È fácil... juntem suas mãos em concha, e mentalizem que querem que suas almas manifestem uma forma física. Em outras palavras, imaginem como vocês são como almas. E então elas surgirão para vocês.

Todas as crianças fazem o que Toriel falou, mergulhando numa concentração coletiva. Smyle é a primeira a gritar, sacudindo, contente, um pequeno coraçãozinho de cor verde-lima nas mãozinhas escamosas.

TORIEL: muito bom, Smyle! (sorri) seu núcleo é Percepção. Agora os demais... continuem se concentrando!

Um a um, todos os monstrinhos – exceto Calibri - começam a formar suas almas nas mãos: Monster Kid tem uma alma de cor marrom clara, que Toriel explica ser a cor da Empatia; Ruby, um coração cor de vinho, supostamente de alguma coisa chamada Comicidade; Sky, previsivelmente, tem um núcleo azul-marinho de Ludíbrio, que faz todo mundo gargalhar; Biriel tem uma alma cor-de-rosa, cor da Franqueza; e, por fim, surpreendendo todo mundo, Asria faz surgir uma reluzente alma prateada.

ASRIA: (boquiaberta) qual é o núcleo da minha alma, vovó?

TORIEL: (também surpresa) ah, minha pequena... (fala num tom misterioso e solene) o núcleo dela... é a Esperança.

TODO MUNDO: OHHHHHHHHHHH!

BIRIEL: (fazendo bico) por isso você é a filha favorita.

ASRIA: ah, sua boba (abraça a irmã) papai e mamãe amam a gente da mesma forma. E depois, você é a primeira na linha de su... su...

TORIEL: sucessão, querida.

ASRIA: é. Su-ces-são. Isso.

TORIEL: tem razão, querida. Mas lembrem-se que seus núcleos não definem quem vocês são. Apenas representam o que há de mais poderoso em vocês. E, um dia, suas qualidades poderão ser muito valiosas. Nunca se esqueçam disso (dá um saltinho assustado quando o sinal toca) bem, hora do recreio. Podem ir... estão dispensadas.

TODAS AS CRIANÇAS: ÊÊÊÊ! (pegam suas lancheiras e saem correndo sala afora)

Enquanto isso, já sentados na mesa do pátio da creche, cada um mostra seus lanches para o outro.

SKY: o meu é sanduíche de ketchup (assente pra expressão confusa de Asria) é. DE KETCHUP. Recheadod e ketchup. Vai ketchup na massa. Convivam com isso.

SMYLE: trouxe macarrão que a mamãe fez.

MONSTER KID: eu trouxe Patatas.

BIRIEL: mamãe fez seu bolo de chocolate sem lactose.

CALIBRI: papai também fez macarrão (suspira para Smyle) até nisso somos almas gêmeas.

ASRIA: trouxe panqueca (lambe os beiços) e você, Ruby? (olha pro pavê dela, rindo) é pavê ou pra cumê?

RUBY: é paçoca (pega a lancheira e começa a correr atrás da Asria) paçocá na tua bunda, tua cabrita abusada!

ASRIA: AAAAAAAH, NÃO! PIEDADE! PIEDADE!

Todos começam a gargalhar, socando a mesa e rolando nas cadeiras, enquanto Asria e Ruby começam a dar voltas pela creche. Vendo a irmã picando a mula atrás de Asria, Sky balança a cabeça, rindo, e gesticula com a mãozinha na direção da tela, acendendo três dos seis olhos, levitando-a e fechando o capítulo, fazendo tudo sumir numa tela preta.

Undertale do Humor (Humortale I) Onde histórias criam vida. Descubra agora