Flashback

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E lá estava eu novamente,  na porta do colégio. Último ano, finalmente estou me formando. A alegria de rever meus colegas estava em alta. Ficamos parados no corredor da entrada só olhando os novatos chegarem com suas caras desconfiadas e envergonhadas. Percebia que os garotos estavam ansiosos pela  presa do dia. Até que ele apareceu. Todo diferente, no estilo "cheguei do show do Marilyn Manson" aquilo me chamou a atenção.
-Hey viadinho, acho que errou de colégio. As aulas da Monster High não são aqui. Ouvi o moleque zoar do meu lado. As risadas foram imediatas. Quase me juntei a eles, mas quando Ele se virou, pude olhar em seus olhos castanhos como mel, e senti que não deveria fazer isso. Me calei. Sua atitude foi surpreendente. Apenas voltou ao seu percurso de cabeça erguida. A graça dos garotos não durou dez segundos. Mas o meu desejo permaneceu por muito tempo. Precisava conversar com Ele , conhecê-lo. A propósito, me chamo Rafael.
Entrei na minha sala, deixei rapidamente meus materiais jogados em qualquer mesa e corri para fora. Não entendia muito bem o porquê daquela ansiedade, mas eu precisava saber onde aquele garoto ia ficar. Para a minha sorte foi na sala ao lado da minha. Percebi que Ele apenas entrou na sala; não saiu. Senti uma tristeza por Ele , depois de ver toda aquela curtição. Deve ser muito difícil viver assim, sendo alvo de violência, sem ao menos dar um motivo fútil. Talvez por eu sempre ter tido essa aparência de homem mais robusto, nunca sofri com isso. Fiquei do lado de fora da sala pensando um pouco, mas tudo que vinha à minha mente era o rosto dEle ilustrando meus pensamentos. O professor chegou e todo mundo entrou. Não prestei atenção em nenhuma aula.  "Não consegui. Tudo estava me atraindo para Ele. Ele que ainda nem sei o nome. Mas Vi que seríamos um amor épico. Minha visão foi clara, ele precisava de mim, e tudo teria que começar naquele momento. Eu serei o protetor daquele garoto."
Quando acordei já estavam todos saindo para fora em um alvoroço enorme. Era hora de ir até Ele. Me levantei e fui até a sala ao lado. Quando entrei, estava somente Ele deitado sobre a mesa.
"Desculpe, mas preciso acordar você Amor."
Gentilmente o toquei para não assustá-lo. Quando Ele se levantou, nossos olhos se conectaram. Olhos cor de mel que por uns instantes me hipnotizaram. Gelei de cima em baixo e o coração acelerou. Os meus olhos se fixaram intensamente nos dEle. Não sei explicar o que aconteceu mas, por um longo instante não consegui desviar meu olhar para outro lado; e nem Ele o fez.

- Olá , sou o Rafael, estudo na sala ao lado...

RAFAEL

Acordei com uma vontade tão grande de ver o Edu, abraçar ele, beijá-lo. Sentia que ele precisava de mim por algum motivo. Olhei no relógio eram ainda 6:20 pm. Lembrei dele deitado ao meu lado. Como era lindo. Hora de fazer uma surpresinha para meu príncipe. Me levantei e fui tomar banho. Me arrumei  e peguei meus materiais. Fui pra cozinha tomar um café bem rápido, todos já estavam acordados.
-Bom dia Rafa, dona Becky disse a mim, sorrindo.
-Bom dia mãe, bom dia pai, respondi.
-Bom dia filho, está tudo bem com você? perguntou meu pai.
-Sim, só quero ver o Edu mesmo. Acordei com esse desejo.
-Vá mesmo meu filho, eu sei que ele está precisando muito de você. Mas tome cuidado, alertou minha mãe.
-Tudo bem, amo vocês. Posso pegar o carro? Pedi com cara de súplica.
-Pegue filho, meu pai disse humildemente. Nós vamos de táxi.
-Por isso amo vocês.
Sai apressadamente em direção à garagem. Entrei no carro, saí da garagem e ganhei a rua. Queria chegar junto com meu bb no colégio então decidi ir buscá-lo na casa dele. Sei que é arriscado demais, mas sinto que preciso fazer isso.

EDUARDO

Já estava acordado fazia um tempo. Ainda deitado na cama com meus olhos  fechados, o reflexo da noite anterior ofuscou meu pensamento. As partes boas, e as partes ruins. Chorei novamente. Ainda não conseguia acreditar que meu próprio pai fez isso comigo, e minha mãe não fez absolutamente nada. Não é justo alguém achar que tem controle sobre a vida de outra pessoa porquê ela não gosta de tais atitudes. Onde está o livre arbítrio de cada pessoa?
Fiquei indeciso se iria ou não para o colégio. Me levantei, de frente ao espelho, meu rosto estava inchado e roxo no lugar que fui atingido. Não poderia sair assim. Que desculpa eu daria? Se bem que ninguém se importa comigo, é capaz de nem notarem. Resolvi ir. Meus pais já haviam saído então resolvi tomar um banho. Quando terminei, escutei uma buzina la fora, em seguida batidas no portão. A essa hora, quem será?
Vesti meu roupão,  ainda estava pingando água pelos cabelos, e fui atender. Quando abri o portão meus olhos se encheram de lágrimas novamente, e um sorriso tomou conta dos meus lábios. Me senti tão protegido. Rafael estava lá de braços abertos me esperando, me aproximei rapidamente e nos abraçamos, tão forte, tão confortante, tudo em volta foi apagado
-Não acredito que você está aqui meu bem, obrigado, obrigado mesmo, você não sabe o bem que me fez agora, falei chorando sem parar, alegria misturada com medo e alívio.
Rafael me olhou com uma expressão de preocupação tão grande que fiquei até com vergonha de contar o que havia acontecido.
- O que houve com você meu amor? Ele perguntou me olhando fixamente. Passou a mão no meu rosto e começou a chorar também. Quem teve a audácia de tocar neste belo rostinho seu. Olha o que fizeram amor, como aconteceu isso?
Não consegui mais olhar para ele. Meu olhar se desviava para qualquer lado menos para o rosto Dele. Pensei que não deveria falar o que aconteceu depois que ele foi embora. Essa minha indecisão quase me matou.
-Edu, perguntou ele ainda preocupado. Me fale quem fez isso com você. Isso não pode ficar assim, não é justo. Você é uma pessoa tão boa, o amor da minha vida, não quero que ninguém encoste um dedo em você.
Respirei fundo, voltei meu olhar a ele e decidi contar
-Ontem, depois que você foi embora eu e meu pai tivemos uma discussão. Ele havia bebido um pouco, não o culpo por isso.
-Seu próprio pai bateu em você? Como? Qual motivo pra isso?
Meus olhos já vermelhos novamente, as lágrimas desceram - Bem, ele disse que se imaginar que eu e você temos algo ele vai me matar. E conhecendo ele como eu conheço, não duvido de nenhuma letra do que ele disse.
Rafael me abraçou novamente. Um abraço tão protetor, tão cheio de carinho que não queria mais me soltar dele. Até esquecemos que ainda estávamos no portão de minha casa. Com todos passando e vendo aquela cena. Mas e daí, amor nunca ofendeu ninguém, só porque somos dois homens não podemos nos amar? Quanta hipocrisia.
Entramos então para dentro e decidimos que não iríamos para a aula. Passaríamos o dia juntos. Meus pais só chegariam a tarde então tínhamos tempo.
-Bem, então seja bem vindo a minha casa amor, falei um pouco envergonhado e com um tímido sorriso no rosto.
-Ah Edu, obrigado, ele respondeu me olhando e sorrindo. Ah o sorriso dele sempre acelerava meu coração. Não acredito que estou conhecendo a casa do meu futuro namorado.
-Pois é, respondi já ruborizado a ele. Não sabia mais como agir. Eu sozinho com Ele em casa, não ia dar em algo tão comportado.
Ele ficou o tempo todo olhando para mim e sorrindo. Não consegui entender o motivo disso. Um pouco constrangido decidi vestir uma roupa
-Vou no meu quarto vestir uma roupa e já volto
-Vai não amor, pode ficar assim mesmo, aliás se quiser tirar, fique a vontade, Ele falou me olhando todo safado
-Engraçadinho, claro que não. Já volto.
-Que bumbum grande, eu quero pra mim.
Só olhei pra ele, todo vermelho de vergonha já, e entrei no quarto.
-Você fica tão fofo assim, com vergonha, sabia? Eu tenho o menino mais lindo do meu lado. Que orgulho.
Vesti uma bermuda de pijama e uma camiseta qualquer, e voltei rapidamente.
Me deitei no colo dEle já todo emotivo. Ficamos nos olhando um tempo, Ele fazendo carinho nos meus cabelos e eu passando a mão no rosto dEle, até que sua boca se aproximou da minha, e nosso beijo ganhou forma e vida. Fomos nos rendendo um ao outro, corpos esquentando, a vontade aumentava à cada movimento de nossos lábios. Não aguentei e levei ele para meu quarto. Ele me deitou na cama e veio por cima. Continuou me beijando. Tirou a camiseta, tirou a minha, e o toque dos nossos corpos nos deixou super excitados. Ele começou a morder meu pescoço enquanto eu passava a mão entre seus cabelos. Se levantando, ele tirou a calça, ficou só de cueca, e já estava a ponto de bala, quase saindo para fora de tão duro. Ver aquilo me excitou muito. Então, ele tirou  meu shorts, me deixando só de cueca, deitou por cima de mim, então pude sentir a potência de seu volume, enquanto ele passava a mão pelo meu corpo e beijava meu pescoço
-Você quer agora amor? Você é tão lindo, e tão gostoso. Quero fazer com você todos os dias, te amar, te dar prazer...
Arrepiei todo quando ele disse isso em meu ouvido.
-Quero amor, quero agora, e quero todos os dias, vou ser seu, só seu...
E então nós beijamos novamente. Ele começou a esfregar seu pau com vontade em mim, até que não aguentou, tirou a cueca dele e a minha. Estávamos totalmente nus e ansiosos pelo corpo um do outro. Todo o sentimento compartilhado ali naquele momento foi recíproco. Havia uma ligação tão forte entre a gente que era difícil compreender.
-Deixa eu entrar em você amor. Você é muito gostoso. Me deixa ser seu homem, quero sentir você.
-Deixo amor, seja meu homem, me faz feliz... Eu já estava sem ar de tanto tesão por aquele garoto. De repente o portão fez um barulho e se abriu....

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