Possibilities

49 3 0
                                    

Ficamos uma fração de tempo com a respiração ofegante. Eu ainda estava em seus braços e ele me olhava profundamente, dava pra perceber a preocupação em sua expressão, mas dava para notar também algo além de preocupação. Não pude evitar me sentir protegido naqueles braços, no calor daquele corpo. Ele estava com a toalha enrolada na cintura e ainda pingava água pelos cabelos. Estava com um perfume encantador, por um instante pensei em não sair mais daqueles braços que me seguraram, mas lembrei de Rafa e voltei a realidade.
- Humm, me desculpe senhor Roberto, sou um desastrado mesmo, tenho que prestar mais atenção ao meu redor. Senti as mãos dele me soltarem pouco a pouco, e ele fazendo uma expressão de não tem problemas
-Que isso Edu, eu que apareci assim de surpresa, você não teve culpa. É que saí do banho e fui no seu quarto...
Corei na hora que ele disse isso e virei meu rosto pro outro lado tentando disfarçar...
-... ver se você ainda estava dormindo, ou se precisava de alguma coisa, mas você não estava lá, aí me preocupei e fui te procurar. Vim até a cozinha porque escutei um barulho e acabamos nos encontrando assim.
- É que eu estava com sede e vim buscar  água mas acabei não encontrando um copo então tive que procurar, me desculpe mexer assim no que não é meu.
- Que isso Edu, o que é meu é seu...
Olhei totalmente confuso e ruborizado de vergonha pra ele, não disse nada.
-...  quer dizer o que é nosso é seu, já que você está com o Rafa, disse ele timidamente. E chega dessa história de senhor, para você é Roberto.
-Tudo bem, Roberto, pode me dizer onde encontro um copo?
Ele se aproximou de mim novamente e levantou suas mãos, meu corpo gelou por inteiro,  e ele abriu a porta de cima do armário e pegou um copo. Quando fez isso sua toalha caiu no chão e eu fiquei paralisado e nostalgiado. Como era grande e bonito, tinha uma quantidade significativa de pelos mas pelo seu porte másculo e viril não poderia ser diferente, estava meia bomba e isso me deixou mais constrangido. Fiquei de todas as cores possíveis mas meus olhos não conseguiram desviar e Roberto percebeu isso
- Nossa Edu, me desculpe, não pensei que a toalha fosse cair assim tão fácil, disse ele me entregando o copo, terei mais cuidado na próxima...
e depois de um tempo que ele se abaixou, pegou a toalha e enrolou novamente em sua cintura.  Não consegui dizer nada, apenas peguei o copo e fui em direção ao filtro pegar água. Estava Totalmente vermelho de vergonha, mas a imagem dele pelado não saía da minha mente. Enchi o copo com água e tomei, respirei fundo algumas vezes na esperança de Roberto ter saído. Quando olhei para trás ele ainda estava lá, me olhando fixamente com um sorriso Lerdo.
-Esse pijama ficou muito bem em você . Seu corpo é muito bonito. Aliás, você é bonito. Que sorte Rafael tem. A se eu pudesse... E falando isso ele se virou e saiu.
Fiquei tão chocado com isso que me encostei na pia um momento e continuei respirando fundo. Aquilo não estava certo. Porque Roberto diria isso? Ele é casado e sabe que estou com Rafa, não faz sentindo. Além de tudo não sou bonito assim não. E porque será que ele disse que terá cuidado na próxima vez? Será que a tolha caiu intencionalmente? Fiquei pensando muita coisa depois que ele saiu. Fui caminhando até o quarto e percebi que a TV do quarto do casal estava ligada, ele devia estar na cama, sem roupa, excitado.... Meu pensamento voou longe até eu ouvir que passava um noticiário  me fazendo perceber que já era noite. Rafael precisava me levar para  casa, não dei satisfação para meus pais o dia todo e isso não seria legal para mim. Entrei para o quarto dele e fechei a porta. Fui até a cama e me deitei para esperar Rafael voltar. Fechei os olhos e tentei relaxar mas o ocorrido com Roberto ficou rondando minha mente e logo fiquei na dúvida se deveria ou não contar ao Rafa o que estava acontecendo. Talvez fosse precipitado demais, talvez tenha sido um acidente e um simples elogio inocente. Por ainda ser virgem não sei muito bem distinguir quando alguém está a fim de mim. Mas também não sou tão ingênuo. As palavras de Roberto tiveram uma intenção a mais, eu sei disso. Mas vamos relevar. Pensei, pensei e logo tudo escureceu.
Acordei sentido os braços de alguém me envolvendo e uma respiração leve e gostosa no meu pescoço. Abrindo os olhos aos poucos e olhando para trás vi que Rafa me abraçava e estava com os olhos fechados, mas não dormia...
-Boa noite meu morango, que saudades de você, Rafael falou beijando meu pescoço logo em seguida e me apertando mais em seu abraço.
-Oi meu lindo, que saudades de você também, você fez falta sabia? Respondi com uma voz dengosa que ele retribuiu com uma mordida gostosa no pescoço, e foi falando
-Ah, demoramos porque mamãe me levou com ela em um caso de advogado, era algo delicado que exigia estratégias bem pensadas, por isso demoramos assim. Me desculpe. Foi tudo bem por aqui?
Me perguntando isso, Rafa me fez lembrar o que eu tinha esquecido por umas horas, Roberto. Meu coração acelerou, fiquei em silêncio uma fração de tempo
-Edu? Tudo bem com você?
Voltei a mim um pouco confuso, tentei disfarçar a ansiedade do pensamento, e decidi não falar nada a ele
-Foi tudo bem sim Rafa, passei o tempo todo no quarto dormindo. Estava precisando de um descanso assim.
Fechei meus olhos novamente e coloquei minhas mãos sob as de Rafa que estavam em minha cintura. Senti a mão dele começar a acariciar meu corpo e ele começou a me beijar. Me arrepiei todo, e a chama começou a acender novamente. Me virei para ele e nossas bocas se encontraram insanamente uma com a outra numa vontade incontrolável. Nosso beijo foi tão gostoso que não conseguimos evitar ficar excitado. A mão dele começou a entrar por dentro do meu pijama e apertar meu bumbum, comecei a passar a mão por cima do volume que se formava na sua calça e continuamos nos beijando intensamente. Rafa rapidamente tirou sua camiseta e desabotoou sua calça. Subi por cima dele sentando e fazendo pressão por cima do seu volume, algo que deixou ele mais excitado. Reparei em como seu corpo era gostoso, tinha pelos cobrindo seu peitoral formando o caminho da felicidade. Sempre tive um tesão por homens com pelos pelo corpo e Rafael era um assim. Ver aquilo me deixou mais excitado. Voltamos a nos beijar, dessa vez a mão de Rafael foi mais ousada e entrou por dentro de minha cueca. Estávamos tão nostálgicos que deixei ele conduzir ao ponto que ele queria. Confesso que eu também queria muito então permiti. Ele então percebeu que eu deixei, tirou a minha camisa e pudemos sentir o calor da pele um do outro, nos beijamos freneticamente. Parei, saí de cima dele e fui até a ponta  da cama puxei sua calça e o deixei somente de cueca. O contorno era grande e rígido, me deu água na boca só de olhar. Subi na cama engatinhando com o bumbum empinado, Rafa viu e delirou. Levantei por cima dele e tirei a bermuda do pijama ficando apenas de cueca também. Novamente sentei em cima do seu volume, mas dessa vez a sensibilidade foi maior, tanto que pude ouvir ele gemer, e me puxou para mais um beijo intenso e molhado, foi mordendo minha orelha, meu pescoço
-Você é gostoso demais, falava Rafa ao meu ouvido enquanto me mordia, me beijava e passava a mão pelo meu corpo, Deixa eu ter você meu bem, seja meu agora, quero te sentir, e falando isso ele apertou a mão no meu bumbum, fiz pressão sobre seu pau e ele bateu no meu bumbum e me beijou gostoso novamente. Decidi então levantar novamente, mas o suficiente para tirar sua cueca, então me voltei a ele e seu pau estava latejando de tão duro que estava. Aquilo encheu meus olhos de vontade e meu corpo de desejo. Rafa me olhava com uma cara irresistível de safado, pedindo pra que eu chupasse. Então coloquei minha mão em seu pau e com o toque Rafa se contorceu e gemeu. Como nunca tinha feito isso antes, fui masturbando ele enquanto o via com os olhos o fechados sorrindo. Comecei a lentamente passar a língua na cabecinha de seu pau, Rafa abriu os olhos, colocou as mãos por trás da cabeça, então comecei a chupar bem lentamente, engolindo aos poucos seu pau
-Nossa amor, que delícia, você é maravilhoso, me dá um tesão enorme, me deixa ser seu homem.
Vi que ele estava gostando então comecei a chupar mais e mais até sentir seu pau todo na minha boca, ele então segurou minha cabeça e gemeu gostoso. Me puxou para mais um beijo, até que alguém bateu na porta.
Cai por cima dele, não acreditando que aquilo estava acontecendo de novo. A porta insistia a bater
-Quem é? Gritou Rafa visivelmente irritado.
-Seu pai filho, lanche tá pronto. Vem comer com o Edu. Estamos esperando.
Um tempo de silêncio. Depois uma resposta
-Tudo bem já estamos indo, respondeu ele chateado com a situação.
-Relaxa amor, talvez seja porque não é para ser agora, falei tentando acalmá-lo e beijei sua testa. Deitei por cima de seu peitoral, nossa respiração ainda estava ofegante mas a chama havia se dissipado. Ele ficou me acariciando por um tempo. Não falou nada.
-Então vamos né, ele quebrou o silêncio de quase dez minutos. Vestimos as roupas, nos organizamos, demos mais uns beijos e fomos lá para a cozinha.
Rafael fez questão de deixar o clima tenso para ver se seu pai percebia a estupidez que fez. Não disse uma palavra a ninguém, nem a mim. Apenas comeu, assim como o casal. Fiquei muito constrangido com a situação, preferi só tomar um suco. Rebeca percebeu o clima ruim
-O que está acontecendo aqui? Perguntou ela delicadamente.
Não obteve resposta imediata.
Logo Roberto disse
-Também queria entender. E dizendo isso se virou para mim com um olhar severo e desaprovador.
Será que ele ouviu algo no quarto? Isso foi uma indireta para  mim?
Eu não podia mais ficar naquela situação.
-Rafa está ficando tarde, preciso ir para casa. Meus pais já devem estar preocupados comigo já que não falei com eles o dia todo. Pode me levar para casa?
Olhei para ele que olhava para Roberto com raiva que olhava para mim sério.
-Sim claro, vamos então.
Me levantei delicadamente da mesa. Percebi que o olhar de Roberto me acompanhou mas fingi não ver.
Cumprimentei Rebeca e agradeci por tudo. Me despedi de Roberto com um tímido até logo. Rafa pegou na minha mão ainda de cara fechada e saímos.
Fomos até a garagem, ele abriu a porta do carro e eu entrei. Deu a volta e assumiu o volante. Tirou o carro para fora e quando o portão se fechou ele estacionou o carro e o desligou. Ficou pensando uns minutos com a mão ainda no volante olhando para o nada. Preferi não dizer nada também.
-Me desculpe por hoje Edu, a voz dele rasgou o silêncio dentro do carro. Queria que tivesse sido tudo perfeito. Planejei uma coisa maravilhosa para nós e meu pai faz isso. Estou muito chateado com isso.
Peguei a mão dele e dei um beijo
-Calma amor, isso acontece, nem deve ter sido intencional. Aliás, não se preocupe, temos tempo demais para fazer o que nós quisermos juntos. Depois daquele momento que tivemos eu tive certeza que quero muito você... (No fundo, bem no fundo eu sabia que não tinha tanta certeza assim, não depois de Roberto fazer o que fez, mas eu precisava tentar dizer que tinha essa certeza para não provocar algo que não fosse real dentro de mim, e naquele momento Rafa era a minha Realidade, espero que vocês me entendam)... e que seremos felizes. Não fique chateado, passar essa tarde com você foi algo maravilhoso para mim. Foi tudo perfeito. Obrigado. Agora para de drama e me leva para casa. Falei sorrindo para ele
-Tudo bem, ele se rendeu com um sorriso Bobo. Me beijou de novo; quase cinco minutos de beijos. Vamos.
Deu partida no carro e o mundo do lado de fora ganhou movimento.
.....
Alguns minutos depois estávamos já parados na porta da minha casa.
-Não quer descer? Não tenho a melhor família do mundo mas acho que meus pais não se importam de eu levar um amigo para casa.
Rafael me olhou com semblante indeciso
- Acho melhor não, pelo menos não hoje. Já passei o dia junto com você, seus pais vão desconfiar e não quero causar nenhum problema.
De repente o portão de casa se abriu, pudemos ver duas figuras saindo para fora. Eram meus pais, e pareciam impacientes. Rafa desceu ou vidro do carro
- Boa noite senhores, só vim trazer o Edu de volta.
-Ele estava este tempo todo com você? Perguntou a voz zangada do meu pai.
- Sim, estava,  quer dizer estava em minha casa com os meus pais.
Eu estava um pouco nervoso  por meus pais estarem ali me vendo com o Rafa, não por medo de eles descobrirem, mas por ansiedade de querer falar para  eles e acontecer algo ruim. Pude perceber a cara de alívio de meu pai quando Rafa o respondeu. Talvez ele tivesse pensado que por os pais de Rafa estarem juntos, éramos somente amigos.
-Muito bem, vou descer então. Obrigado por hoje, foi ótimo conhecer mais você amor. Estou gostando muito disso.
-Que isso meu bem, disse ele pegando em minha mão, claro sem meus pais verem. Eu que agradeço por ter me dado a chance de te fazer feliz. Prometo não falhar com você.
Nos despedimos com olhares, desci do carro e ele foi saindo devagar. Meus pais ficaram no portão até o carro sumir. Entramos. Quando o portão foi fechado, meu pai com violência me empurrou contra o portão, estava bêbado é claro
-Se eu imaginar que você e esse garoto tem alguma coisa além de amizade, eu juro que acabo com sua vida. Gritou ele com violência segurando meu rosto. As lágrimas caíram imediatamente mas ainda assim eu disse
-Então pode acabar agora porque você já deve ter imaginado.
Senti apenas uma pressão forte no rosto e meu olho ardendo. Escuridão e dor, nada mais.
....
"Não dizer a verdade faz você mentir para si mesmo e não para os outros."

As coisas ao meu redor foram ganhando aos poucos contorno e cor. Fui acordando lentamente, tentando entender o que havia acontecido. Olhando ao redor percebi que estava em meu quarto. Senti uma ardência no meu olho direito, logo acendi a luz porque o quarto estava um pouco escuro, fui até o espelho e percebi que meu olho estava roxo, e doía muito. Imediatamente lembrei do que aconteceu no portão com meu pai. Um medo e  raiva tomou conta de mim, comecei a chorar novamente, mas me recusei a sair do quarto. Precisava tomar uma decisão rapidamente, contar a eles sobre Rafael e sofrer as consequências. Não dava para aguentar violência, isso foi o limite. Pensei em ligar para Rafa e contar o que aconteceu mas desisti. Deitei novamente na cama e dormi.

AmOr NãO CoNvEnCiOnAl (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora