Goodbyes

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Fiquei sem reação por uns instantes, olhando para Rafael que também estava da mesma forma. Meu coração acelerou e comecei a ficar nervoso. Meus pais chegarem aquela hora, era impossível. Levantamos rapidamente, tranquei a porta imediatamente e começamos a nos vestir 

-Eduardo, está em casa? Perguntou uma voz indiferente dentro de casa. Era meu pai. Fiquei mais nervoso ainda.

-Estou pai, aqui no quarto. Quando respondi a maçaneta da porta do meu quarto foi forçada.

-Por que esta porta está trancada Eduardo? Abra ela agora, quero saber de quem é aquele carro lá fora, e por que o senhor não está na aula?

Olhei para Rafa sem saber  o que fazer. Meus olhos se encheram de lágrimas, minha respiração ficou ofegante. Meu pai não poderia ver nós dois ali dentro, mas não tinha para onde Rafa fugir.

-Calma meu amor, ele me falou baixinho, vai ficar tudo bem, estou aqui com você. Talvez essa seja a oportunidade de falar para seu pai que estamos juntos, deixar isso esclarecido. Estou do seu lado.

A ideia de falar isso para meu pai me deixou mais desesperado ainda. Eu não poderia falar isso, não depois do que aconteceu entre a gente na outra noite.

-Eduardo, estou esperando. Não me faça perder a paciência, meu pai falou batendo forte na porta.

Olhei para Rafael chorando, respirei fundo, e sem pensar em mais nada abri a porta. Meu pai ficou me encarando por um tempo com uma expressão que demonstrava raiva e ódio, expressão essa que se intensificou quando ele viu Rafael logo atrás de mim.

-Que desgraça é essa dentro da minha casa? Eduardo, será que não fui claro o suficiente com você na outra noite? O que foi que eu disse que aconteceria se eu sonhasse que isso era verdade? E ainda com esse moleque? Ele falou olhando com desprezo para Rafael, sua voz estava muito alterada e suas ações já estavam ficando violentas. Rafael ficou o tempo todo atrás de mim sem falar nada. 

Não aguentei ouvir meu pai chamar meu Rafa de moleque, uma onda de raiva irradiou por todo meu corpo, minhas vistas ficaram cegas, e minha voz saiu mais alterada do que devia

- Imaginasse que o quê era verdade papai? Perguntei ironicamente, imaginasse que seu filho é viado? Que ele está namorando com outro homem? Que ele estava dentro da sua casa prestes a fazer amor com outro homem? Que esse homem que seu filho está namorando está aqui atrás de mim? Ri sarcasticamente, deixa eu te dizer uma novidade meu velho, pode parar de imaginar isso, por quê é exatamente o que está acontecendo, e bem debaixo do seu nariz, é esse moleque que estava prestes a me comer quando você chegou e estragou tudo. Minha raiva aumentou incontrolavelmente. Meu pai me olhava com uma expressão de desgosto e nojo, parecia que a qualquer momento ele iria me atacar, acabar com minha vida, mas mesmo assim continuei

-E este garoto que você diz ser moleque é muito mais homem do que você papai, ele faz por mim o que você nunca fez, ele faz o que o seu machismo imbecil não permite fazer com o próprio filho. Ele me dá atenção, carinho, apoio, amor, e olha que interessante, nem fez uma semana que estamos juntos, e ele já faz tudo isso por mim. E você continua um pai incompetente que precisa beber para não enfrentar a realidade de que seu filho, seu único filho é gay. Nesse momento senti a mão pesada dele sobre meu rosto novamente, foi um tapa tão forte que se Rafael não tivesse me segurado eu teria caído no chão imediatamente.

-Quanto tempo você acha que vai durar isso seu garoto tolo? Não vê que ele está só querendo fuder com você? Um garoto frágil, rejeitado como você é, vai encontrar alguém assim de uma hora para outra e tem a ingenuidade de pensar que é verdade? que vai durar? Olha só pra você, ninguém  quer carregar um fardo igual você não. Acorda pra vida meu caro, e tenta não dormir mais, porquê a  partir de agora você vai se virar sozinho no mundo, não quero você dentro da minha casa, vou esquecer que tive um desgosto igual você na minha vida, vou esquecer que tive um filho, porquê não tive. 

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