Capítulo 12 parte 1

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Jackson.

Quando acordei parecia ainda  ser de madrugada, não havia nenhuma fresta de luz no quarto. Abri os olhos e senti falta do corpo dela. Tateei na cama, mas estava vazia. Eu me espreguicei, satisfeito, esfreguei os olhos olhando em volta. Ergui-me, acendi um abajur livrando-me dos lençóis emaranhados, num pulo estava fora da cama apanhando minhas roupas no chão.

— Laila? — Silêncio foi o que recebo em troca. A música que tocara a noite inteira já não se ouvia em lugar algum, achando que ela poderia estar na sala ou no banheiro,  já vestido eu preparava-me para ir à sua procura quando vi o papel sobre o travesseiro, franzi o cenho.

Peguei-o na hora para ler, porém já tinha uma vaga ideia do que poderia estar escrito nele.

“Bom dia!!
Desculpe-me, por não poder ficar... Acho que pode imaginar o motivo. Quando quiser repetir essa noite perfeita, você tem meu número.
Ps: Não sei como vou conseguir dançar hoje, você deixou-me totalmente assada, pode ter certeza que pensarei em você na hora do show. :)   "

Meu pau traiçoeiro já está em continência e todo alegrinho pensando nela toda lânguida andando desconfortavelmente devido às nossas práticas noturnas. A vontade de ir até o clube se expandiu dentro de mim de uma maneira voraz, porém, tenho que lembrar a mim mesmo da festa dos meus pais que acontecerá essa noite e eu nunca poderia faltar.

Frustrado pego meu celular em cima do móvel ao lado da cama, vejo que ainda está na primeira hora do dia. Decido mandar uma mensagem enquanto pego minhas coisas pelo quarto e caminho para o elevador, ainda pensado nela mando a mensagem para o seu número.

Eu: Não apreciei muito sua escapada noturna, pode ter certeza que saberei lhe aplicar um castigo digno de sua travessura.

Ps: Você ainda não viu nada do que posso fazer com você.  ;)

Envio a mensagem e guardo o aparelho no bolso da calça. Seu cheiro ainda está impregnado em mim. Também não podia ser diferente, transamos por todos os cantos daquele apartamento, somente parei quando ela mal conseguia movimentar o corpo. Por isso não passou pela minha cabeça que ela pudesse sair sem que eu percebesse.
Espero não tê-la espantado com tanta intensidade. Espantou-me perceber que meu corpo parecia nunca estar satisfeito do dela, mesmo eu gastando toda minha energia, eu ainda queria mais. Suei e a deixei toda lânguida, quando transamos a última vez na sala. Estava completamente insaciável. Essa noite tinha tudo pra ser perfeito, se não fosse pela maldita máscara. Confesso que fiz de tudo para que aquela maldita máscara caísse de uma vez, ou apenas se movesse um pouco, me dando algum deslumbre de seu rosto. Balançava-me e metia com gosto. Mesmo seu corpo sendo sustentado pelo meu enquanto a fodia na parede, não consegui ver nada. Foi tudo em vão, aquela droga parecia estar grudada em seu rosto.

Tenho consciência que é estimulante o mistério e um afrodisíaco na hora da relação. Pensei que não ligaria para tanto segredo em me revelar seu rosto. Merda. Obviamente estava enganado. Na hora que se deitava sobre meu corpo, mole e ofegante, eu só queria saber qual realmente era a cor de seus olhos, os traços de seu rosto. Não sabia discernir o que me irritava mais. O segredo ou me importar tanto com isso. Eu estava um completo enigma pra mim mesmo.

E ainda tinha mais uma mulher tirando-me o sono. A babá. Não sei por que, mas ela parecia-me familiar. E ainda me atraiu com aqueles olhos azuis claros e pele de seda. Era proibido. Aquela era uma mulher que eu não teria. Nunca me envolvi com funcionárias. Ainda mais uma que cuidaria da Alisson e moraria praticamente em minha casa. Complicação demais me envolver com ela. Tenho que controlar meu ímpeto e respeitá-la  afinal, me pareceu uma boa moça, doce e inocente. Bem diferente da Laila, que era fogosa e desinibida. É com ela que tenho que matar meus desejos.
O elevador chega ao térreo, saio indo até a recepção.

Vida DuplaOnde histórias criam vida. Descubra agora