Bônus Alisson

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Antes do capítulo um recadinho rapidinho. Alisson é criança com mente de adulto. Kk tentei fazer seus pensamentos da melhor forma possível. Esse bônus é dela e daqui a pouco teremos o segundo bônus que é do killer.

Olha como sou boazinha 😉 vcs estão ganhando dois bônus hoje. Espero que gostem. Votem e comentem ok?

Boa leitura

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Alisson.

Não tenho muito do que reclamar, todos, sempre fizeram as minhas vontades. Eu podia ter o brinquedo que quisesse e todo o carinho do mundo, mas, quando olhava meus coleguinhas na escola, com suas mães, sentia inveja deles. Vovó e vovô sempre foram bons para mim só que nunca seria a mesma coisa. Eu amava quando papai me colocava para dormir, ou me ajudava com a lição de casa, quando passava o fim de semana na casa dele. Gostava de imaginar como seria ter os dois cuidando de mim, e talvez o papai não trabalhasse tanto.

Um dia, numa festinha de pijama, na qual tive que fazer minha melhor cara de triste para o papai me deixar ir, eu vi como a mãe da minha amiga cuidava dela, os carinhos e o medo de como ela parecia saber tudo o que a filha aprontava. Elas tinham uma ligação.

E eu queria muito ter aquilo. Mas, por alguma razão minha mãe virou estrelinha no céu e papai é muito ocupado, não pode estar sempre comigo. E isso me deixava triste.

Vovó falava que o papai tinha que arrumar uma namorada e casar, que talvez assim ele voltasse a ser feliz como ele era antes.

Mas eu achava que papai já mais gostaria de uma mulher, como ele gostou da mamãe.

Até que titio Killer me contou da Gabi. Bem, essa história vocês já sabem. E tudo isso começou.

Confesso. Eu não faço isso só para o meu pai ficar feliz, e tomara que vocês não fiquem tristes comigo, porém estou fazendo isso também por mim. Por que quero ter o que minhas amigas têm. Uma família completa.

Os dias passaram e eu estava com medo. Sabe, e se eu ganhasse uma bruxadrasta? Aquelas bem malvadas que dá maçã envenenada e prende no calabouço (ainda bem que não temos um) ou uma que me fizesse de empregada.

(tio Killer me mandou parar de ver as porcarias desses desenhos da Disney. ) mas gosto tanto das princesas.

Ele me garantiu que ela seria uma mamãe muito legal. E mesmo com medo dela não gostar de mim, acho que o risco vale a pena.

Não entendi o porquê deles não poder ficar juntos logo se papai gostava mesmo dela e ela dele. Vocês adultos são tão complicados.

Entendi que tinha algo a ver com ela dançar. Mas qual é o problema dela trabalhar para o meu tio?

Está certo que eu nem sei como é uma boate (Não parece, mas tenho 7 anos), mas não deve ter nada de mais nesse lugar que papai não goste, na verdade, ele deve gostar já que foi lá mais vezes.

Então, alguém me explica o porquê ela usar uma máscara? E não me falem que é coisa de adulto, afinal sei até como é feito um bebê. Posso dar uma aula de anatomia para vocês.

Juro, juradinho que se vocês me contarem eu não conto para o papai que me falaram...

Como esses dois são complicados. Eu terei que descomplicar. Meu Deus. Acho que vocês adultos deveriam ter uma criança como eu na vida. Facilitaria e muito a vida de vocês.

Quando ela chegou aqui em casa, eu consegui perceber o modo diferente que ela olhou para o papai. É como a vovó olha para o vovô, ou nos desenhos que o tio Killer fala que faz lavagem cerebral na cabeça das meninas e deixam a gente propensa a sonhar com contos de fadas que não existem.

A cena em que o Príncipe e a Princesa se encontram e trocam olhares esquisitos e que os deixam com aquelas caras de retardados, foi essa cara que a Gabi fez e o Papai nem percebeu.

Homens são tão burros (palavras da vovó).

Sei lá, tomará que eu nunca olhe para ninguém desse jeito. Não quero parecer uma idiota. Nunca. E vovó falou que homem só dá dor de cabeça. E eu não gosto de ter dor de cabeça porque aí tenho que tomar remédio. E odeio remédio. São muito ruins.

Tio Killer também percebeu e disse que essa é a cara que os trouxas fazem quando estão afim de alguém. Fiquei satisfeita. Isso era bom, e tenho que confessar que já tinha um plano preparado para caso eu não fosse com a cara dela. Porém eu gostei muito dela, muito mesmo. E decide que ela seria minha mãe. Quero que ela me ame também e que me de muitos irmãozinhos.

Agora a diversão começa.

Não contem para o meu pai. Mas eu amo aprontar. E vou aprontar muito, mas sempre com boa intenção. Sou uma menina muito boazinha.
E esse será nosso segredinho.

❤❤❤

Logo após deixar a Gabi no quarto do papai e insistir para que ela deixasse para arrumar as roupas depois (ela não podia ver as coisas do papai no armário.) eu voltei para o meu quarto para colocar a segunda parte do plano em ação.

- Até quando vai ficar espiando atrás da porta? - Perguntei sorrindo para o tio Killer. - Vovó diz que é muito feio ficar espiando.

- Até seu pai entrar no quarto. É por uma boa causa. Agora fica quietinha aí.

Estou sentada em minha cama penteando o cabelo da minha boneca enquanto espero a hora certa de fazer a minha atuação, o tio Killer estava espiando pela fresta da porta, para saber a hora exata que o meu pai entrava no quarto. Ele queria que o papai a olhasse de toalha.

Óbvio que eu perguntei, por que deixa-la de toalha na frente do papai. Não entendi nada do que ele me falou. Parecia que tinha engasgado. E depois falou que era coisa de adulto.
Claro que revirei os olhos pra ele.

Coisa de adulto. Odeio quando me falam isso. Sou uma moça já.

- Ele entrou. - Ele se animou e me olhou largar a minha boneca saltando da cama, indo até a porta. - Você decorou tudo o que vai falar não é?

- Sim Tio. - Revirei os olhos novamente. - Vou falar que eu confundi os quartos por que eu sou daltônica.

- Não Aly, o nome é disléxico! - Me corrigiu. - Daltônico é quem confunde as cores.

-Ok, ok já entendi. - Mas que nome complicado, tentei não me esquecer o que iria dizer enquanto seguia para o quarto do meu pai.

Bate duas vezes na porta esperando alguém abrir. Tentei ouvir alguma coisa colando o ouvido na mesma, mas estava tudo quietinho. Dei de ombro e bem devagar eu entrei.
O quarto estava do mesmo jeito de quando eu havia saído e nem sinal da Gabi ou do meu pai então eles só poderiam estar no banheiro, no chão, perto da cama estava a sunga molhada que o papai vestia. Coloquei a mão na boca abafando o riso.

Será que eles estão querendo me dar um irmãozinho já?

Mas logo desisti dessa ideia. Deveria ser outra coisa. Então, mãos na massa. Vamos continua com o plano.

Chamei pelo meu pai algumas vezes e ele não respondeu. Queria dar pulinhos de alegria imaginando a cara que ele deveria estar.
Isso é hilário. Meu pai se escondendo de mim.

Quando eu tiver meus irmãozinhos vou contar para eles de como eu juntei os dois. Vai ser uma ótima história.

Quando chamei Gabi ela me respondeu e pediu para eu esperar. Ela saiu do banheiro vermelha como um pimentão me deu um sorriso amarelo e eu tive que contar a mentira combinada com o tio Killer. Demorei o máximo que pude para sair de lá e ir mostrar o quarto que foi preparado para ela, ajudei a arrumar as coisas, queria ficar o máximo de tempo com ela.

Narrei tudo que aconteceu para o tio que me esperava no meu quarto e ele me disse que eu havia confundido as palavras, mas quem liga? Para todos os efeitos eu era apenas uma criança que não se lembrava da palavra dislexia. Rindo muito, nós dois já planejávamos outro plano.

Vou ter muito trabalho pela frente. O que eu não faço para ter minha família e a casa cheia de irmãozinhos?

Torçam por mim. Ok? Até loguinho.

Vida DuplaOnde histórias criam vida. Descubra agora