Novo Remetente (Concluído)

Capitulo 27 - "Axiomas"

NOTA
Deixei para postar o capítulo na quarta-feira em especial para uma leitora e amiga que me acompanha desde os primórdios, quando eu ainda escrevia minha primeira história e a postava no tumblr, e está completando idade nova hoje!
Feliz aniversário, FloresDaLine ou AlineLibre, obrigada por ser quem é e me ameaçar de morte sempre que dou a entender que Emma terminará com Adam. Apesar de nem sempre dar as caras hahaha
Muitos anos de vida, saúde e muita paz! Espero que goste do capitulo. Beijos <3

O cheiro das flores se mistura em um aroma agradável quando inspiro com vigor. Meu apartamento nunca precisaria de um perfumador de ambientes se tivesse ao menos um desses arranjos em minha sala. Várias espécies de flores e afins ocupando geladeiras, prateleiras, jarros e mini estufas que nos cercam. Sem conseguir resistir, meus dedos tocam um arranjo repleto de margaridas. Sorrio. Nunca vi flores tão vivas e belas. As suas pétalas brancas esticando-se para os lados, unidas ao seu centro alaranjando. Não é atoa que essa floricultura é uma das mais renomadas de São Francisco.

— Eu sabia que viria até aqui. — Sua voz me faz sorrir. — A área de margaridas é um encanto.

— Bem, esse arranjo está lindo, é inegável.

— Está pensando nelas para a ocasião? — pergunta, mas aceno que não.

— Estou pensando em algo tão suave quanto, porém com mais cor.

— Deixe-me buscar o catálogo para lhe ajudar. Eles têm uma grande variedade quando feito por encomenda.

Ao sair, observo a musculatura das costas de Adam marcada pelo seu suéter de caxemira justo e toda a curvatura na qual a calça caqui clara vestiu bem.Ele é, de fato, um dos homens mais belos que conheci.

Quando retorna com o catálogo já estou admirando outra espécie de flores.

O lugar, pela época do ano, está lotado. Organizadores de eventos conferindo os últimos detalhes para festas de ano novo e cerimonialistas para casamentos. Apesar de não ter escolhido as flores em uma floricultura, o lugar me remete ao dia em que optamos por margaridas, contra a escolha da mãe de Adam.

Sinto saudades de como me sentia naquela época, onde tudo era novo, prestes a me casar. Para mim parece ter se passado um ano desde a separação, mas faz apenas pouco mais de um mês. Tê-lo ao meu lado agora me traz alívio.

As margaridas de outras cores, diferente do branco, chamam minha atenção.

— Margarida amarela ou rosa seria uma boa opção, não? — reflito, pedindo sua opinião.

— Para qual das ocasiões?

— Para a festa de réveillon. Tenho certeza que não esperam mais do que isso de mim. — Abro um sorriso sem graça.— E para o casamento, já que cairá no outono, pensei em flor de cerejeira.

Aponto para a foto em boa qualidade presa ao catálogo, mas noto que o seu olhar não acompanha o meu dedo, como desejo. Não sei se pela intensidade como pronunciei a palavra "casamento" ou por outro motivo distinto, Adam forma uma feição de espanto.

— Adam? — Aproximo-me.

Pergunto-me a razão até notar que ele não está olhando para mim, mas sim para algo às minhas costas. Tento virar, mas suas mãos seguram o meu ombro, mantendo-me no lugar.

— O que está vendo? Uma assombração? —Sorrio, nervosa.

— Quase isso. Genevieve está aqui.