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O professor de filosofia bate na mesa procurando obter a atenção da sala. Depois de alguns segundos, todos prestam atenção nele.

—Atenção! Vocês vão fazer um trabalho em dupla — já olho para Igor e ele me retribui o olhar conspirador — sobre dialética, mas, eu escolherei as duplas.

Nosso olhar conspirador, se torna em um olhar zangado. Nenhum professor nos coloca juntos, mesmo eu sendo uma boa aluna. Eles sempre acham que Igor me distrai um pouco.

Por mais que já esteja na metade do ano, eu fico tão centrada no meu grupo que não conheço meus colegas de sala quando falam os nomes. Além de desastrada eu sou um pouco lerda.

O professor começa a dizer os nomes das duplas, e espero chegar a minha vez. E vejo que não tem nenhuma chance de eu me sentar com alguém do meu grupinho, e só espero ver com quem...

— Lydia com Inês!

Quem é Inês?

Olho para Igor que me aponta uma garota do outro lado da sala. Pego minhas coisas e vou em direção à ela, e coloco uma mesa e uma cadeira ao seu lado. Quando ela se vira para me olhar, já reconheço.

É a garota que Alan beijou ontem na minha frente.

Ela é da minha sala?!

Sento-me sem dizer nada, nem sei se deveria. Mas ela continua me olhando com um olhar duro, que nem como olhava Alan ontem, quando ele me encarava.

O professor passava pelas duplas, deixando um guia do que queria em seu trabalho. E como era nossa última aula, não daria tempo de fazer nada, somente organizar a estrutura do trabalho.

Quando vejo as orientações deixadas pelo professor, tento puxar assunto, ja que somos uma dupla, temos que trabalhar juntas.

— Quer ficar com a introdução?

— Tanto faz. — ela diz ríspida.

— Tanto faz não tem. Escolhe a parte que quer.

Ela me lança novamente seu olhar duro, como se de alguma
jeito isso me afetasse. Como se eu tivesse feito algo a ela.

— Ah fico com a introdução então, difícil?!

— Me diz você, que não sabe o que quer fazer.

Não percebi que trocávamos respostas secas. Por mim seria completamente amigável, mas de algum jeito ela não gostava de mim, mesmo eu tendo feito nada à ela.

— Você se acha né?

— Eu? — fico realmente sem entender.

— Não se faça de boba Lydia — ela bufa.

— Desculpe, mas realmente não estou te entendendo.

— Você fica aí, andando com seus amiguinhos como se fosse a princesinha. Onde tem tudo aos seus pés, “ó sou inocente e linda” — ela faz uma cara se nojo — Se fazendo de santinha e provocando o Alan.

— Oi? Provocando o Alan? — fecho os olhos e respiro fundo — Não sei se sabe mas faz meses que somos nada além de estranhos. Se está interessada nele, vai fundo só tome cuidado com aquele lá.

— Lógico que está! Fica fazendo charme, mas saiba que estou interessada nele mesmo e ele vai ser meu, e não demora muito, pelo que deu para perceber pelo nosso beijo de ontem.

Ela sorri de forma provocadora.

— Vou fazer charme para ele com que objetivo? Também não sei se sabe, terminamos porque ele me traiu. Sim sou corna! Só sendo muito idiota para querer provocá-lo. Faça bom proveito.

A Pessoa Dos Meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora