Indo em direção a minha sala, com os passos mais rápidos que eu podia dar, estava revivendo os últimos cinco minutos. Era como eu me encontrava neste momento.
Uma mistura de raiva e surpresa me inundava. Como ele pôde fazer isso? Me dizer aquelas coisas? E me beijar?!
O que mais me abalava dessa história era que, quando seus lábios tocaram de forma rude os meus, meu corpo sentiu familiaridade. E por quê não sentiria? Eu gostava dele. O que me deixava com mais raiva ainda.Ele é um louco por achar que eu ainda gosto dele, por achar que ainda sou dele e que faço as coisas para provocá-lo, e mais louca ainda sou eu, por um momento sequer, acabar quase cedendo a sua atitude insana.
Adentro minha sala e logo avisto Igor e vou logo em sua direção.
- Igor... Você não sabe o que... - sou interrompida quando a professora entra desejando bom dia.
- Me conta mais tarde - Igor sussurra em minha direção.
Afirmei com a cabeça. Mas sabia que no intervalo ele não teria tempo para mim. Então seria realmente mais tarde.
E sentada no meu lugar eu não conseguia me concentrar na aula, e como poderia não é? Tenho um sonho ótimo com um cara mais que bacana, na qual nos beijamos e eu quis aquilo, e por outro lado, na vida real, estava com um cara mais que babaca que me beija e eu não quis aquilo.
Rabiscando o meu caderno eu divagava sobre a situação, e se fosse diferente? Com Alan não passaria de um pesadelo, mas com Evan seria início de algo. Eu queria iniciar algo? Passei tanto tempo com o fardo do Alan e tendo experiências amorosas não muito boas, que devo sim, estar aberta a novas opções. Todos devemos. Mas preciso saber primeiro o que sinto em relação a tudo isso, me acertar comigo mesma. Não posso iniciar algo que eu realmente não queira, não sinta vontade, iniciar apenas por iniciar. Mas confesso que eu desejaria que essa situação tivesse ocorrido diferente, porém, com Evan apenas foi um sonho, e com Alan, fragmentos de um relacionamento acabado.
Tentava mais que tudo prestar atenção e não deixar que essa situação me abalasse. Não podia deixar que me atrapalhasse, e, antes que eu percebesse, era o horário do nosso intervalo.
Vou em direção ao meu melhor amigo, com a expectativa de que eu consiga um tempo com ele.
— Igor... Eu posso falar com você agora?
Ele me olha com uma cara de culpado, respondendo claramente minha pergunta.
— Ly... — ele tentou iniciar antes que eu interrompesse.
— Tudo bem, vai lá — dei o sorriso mais amigável que eu consegui, procurando uma forma de esconder a pontada de tristeza que eu sentia.
— Desculpa, amo você — ele beijou meu rosto e saiu.
—Ih querida, esse aí foi amarrado mesmo — diz Eduardo se aproximando logo depois.
— Pelo que aparenta sim.
Meus amigos e eu nos dirigimos ao pátio enquanto pensava se contava ou não sobre o Alan. Eles são meus amigos e quero muito tirar esse peso da consciência, mas não sei se é o momento ideal. Eles ficariam irados, porém, talvez não seja melhor voltar a este assunto.
Enquanto chegavamos ao nosso lugar de sempre, tive o infortúnio de encontrar o olhar de Alan, me seguindo e avaliando, como sempre fazia. Fiz a melhor cara de nojo que conseguia, quebrando o contato visual e sentando junto aos meus amigos.
— Que cara é essa, aconteceu alguma coisa? — perguntou-me Samantha.
Todos na mesa me encararam.

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A Pessoa Dos Meus Sonhos
RomantikLydia Santoni e Evan Salles são dois adolescentes de 17 anos, e ambos começam a sonhar um com o outro constantemente. Porém pensam que esses sonhos são coisas apenas projetada pela mente, alguém que não pudesse existir de fato. Mas um dia pelo acaso...