A Pessoa Dos Meus Sonhos

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Não consigo dormir direito, desde a hora que vi Igor sair para se encontrar com a Vanessa.

Resolvi levantar, já que precisava. Esse dia não pode ser ruim não é? Se ele estudar lá não vai ser ruim, vamos nos conhecer não é?

Comecei a me arrumar com o menor dos ânimos. Hoje não sonhei com ele, e esperava por isso, talvez até me desse coragem de vê-lo hoje, de dar um oi ou qualquer outra coisa. Mas não sonhei. E se tivesse sonhado? Seria "Oi, você vai estudar na minha escola?" " Olá vou sim, você senta comigo no almoço? " ? Tudo lá parece tão mais fácil, poder falar e tocá-lo é o que sempre quero. Mas... Agora ele está aqui de verdade e posso fazer isso, porém está tudo tão recente que prefiro me manter distante por enquanto.

Saio cedo da minha casa e encaro o céu nublado.

Vamos encarar esse novo dia.

*

— Ainda não consigo acreditar! — Eduardo diz todo feliz — Agora você desencalha.

— Não estou encalhada!

Ele me olha de canto de olho e levanta uma sombrancelha. É mesmo? É o que estava querendo dizer.

— Como você se sente ao saber que o cara dos seus sonhos existe? — Mariana pergunta com os olhos brilhando.

Provavelmente ela também não lembra sobre ontem, ou prefere esquecer. O que é mais fácil já que Igor pediu Vanessa em namoro.

— Com medo.

— Medo por quê? — Samantha pergunta.

— Porque o cara dos meus sonhos existe?! Isso é inusitado e... Não sei...

— Realmente ele vai estudar aqui, olha ele lá — Cláudio diz apontando para o outro lado do corredor.

Ele estava lá, com aqueles amigos de ontem. E olha para todos os lados, como se estivesse procurando alguém. Ele está me procurando. Fico paralisada no meu lugar quando seu olhar encontra o meu.

— Podemos chamá-lo aqui e falar... — Eduardo começa a falar.

Mas para quando me vê andando em passos rápidos para longe dele. Entro na primeira sala que vejo vazia e me abaixo do lado da mesa do professor, de frente para a janela, de um modo que ninguém me veja caso entrar pela porta. O sinal do início das aulas pode bater a qualquer instante, mas não ligo.

Pra quê fugir? Do que tem medo? Covarde.

Resolvo levantar e encarar a realidade. Mas alguém entra na sala e me abaixo de novo. Não quero que pensem que sou uma louca se escondendo atrás da mesa do professor, apesar que sou uma louca escondida atrás da mesa do professor.

— O que você quer conversar Amorzinho? — Inês pergunta.

— Quero terminar — diz Alan com a voz firme.

— Por quê? — a voz dela afinou, irritando os meus ouvidos.

— Não quero mais ue. Não gosto de você, nunca gostei.

Me sinto mal. Por mais que Inês seja irritante, essas palavras machucam qualquer garota, ainda mais ela, que tinha uma obsessão por ele.

— Como... — ela começou a dizer com a voz trêmula.

— Gostei de ficar com você, mas não vai dar certo, não gosto de você de verdade e espero que entenda.

A sala fica em silêncio por um instante.

— É por causa da Lydia? — ela diz firme, e me remexo incomodada com a menção do meu nome. — Eu vi a forma como a olhou ontem, quando ela ficou olhando para aquele garoto.