O som da tempestade é a única coisa que escuto. E o lugar onde me vejo é quase irreconhecível, pela forte chuva que atrapalha minha visão.
Estou completamente molhada, e olho para os lados buscando um caminho a seguir.
Mas não vejo nada. Estou perdida.
Não reconheço nada do pouco que consigo ver ao meu redor. Nada de familiar. Como vim parar aqui?
Sinto um desespero tomar conta de mim, quando começo a tremer de frio e medo. Eu quero estar em casa, quero encontrar alguém, quero sair daqui. Mas como? Por onde irei? Como me deixei chegar aqui? Como não prestei atenção antes de parar nesse lugar?
Meus olhos começam a se encher de lágrimas e sinto vontade de correr. Mas para onde se nem sei em que lugar estou? Ninguém iria me enxergar já que a forma que estou vestida se mistura com a noite, mesmo sendo iluminada pelas luzes dos postes, como um holofote. Onde estão as pessoas, ou os carros?
Perdida... Perdida... Perdida...
É só o que consigo pensar. Forço minhas pernas para a frente, e quando dou os primeiros passos, sou puxada fortemente para trás. Meu corpo se choca contra outro, e penso somente no pior. Mas a pessoa me abraça por trás, e coloca uma das mãos na minha testa, e me aperta carinhosamente.
Alguém que queira fazer mal não seria carinhoso, seria?
Sinto familiaridade nesse carinho, mesmo sendo algo que não esteja acostumada. A pessoa me vira bruscamente de frente para ela.
Semicerro os olhos e consigo ver quem é, e meu coração se acalma.
- Você...
Sei que agora não estou sozinha, que agora eu não preciso me preocupar, porque com ele não precisava existir medo.
Ele tira a mecha que estava grudada no meu rosto, e sorri. Mesmo nessa tempestade, nesse lugar desconhecido, eu não me importava mais com nada além de estar com ele.
E com um gesto impensado, ele me puxa para si e nossas bocas se chocam de forma bruta, molhada e carinhosa. E não sabia que ansiava por isso até esse momento, e meu corpo se inundou por um sentimento tão bom.
Evan colocou suas mãos em minha cintura, e coloquei as minhas em sua nuca, me entregando totalmente ao nosso beijo. Ainda era incrível pra mim como ele era tão familiar e tão certo que nem mesmo Al... Qualquer pensamento que iria se formar, foi para o esquecimento.
Enquanto nos beijavamos não conseguia escutar nada ao nosso redor, já que tudo se centralizava aqui. A ele.
Evan.
Comecei a me afastar lentamente para olhar o garoto que começou a invadir meus sonhos, e me tomar em suas mãos de forma tão segura. Agora entendia porque não escutava nada ao nosso redor. A tempestade havia parado, e era dia, estávamos em outro lugar, mas ainda continuavamos molhados e ofegantes pelo que havia acabado de acontecer.
Seu olhar negro era profundo e que me fazia querer desviar o olhar mas também continuar olhando-o até saber no que isso iria me levar.
Ele sorri de forma tão linda que acabo por sorrir em resposta.
- Gosto tanto de você - ele diz.
Meu coração se acelerou e uma eletricidade boa se passou por todo meu corpo com essa confissão. Eu o conhecia tanto, e gostava tanto de estar com ele que não podia não sentir outra coisa. Mas será que eu estava amando-o? Por mais que eu sei que seja um sonho, que ele pode nem existir, é mais provável que não exista, estou mesmo amando alguém da minha cabeça?
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A Pessoa Dos Meus Sonhos
RomanceLydia Santoni e Evan Salles são dois adolescentes de 17 anos, e ambos começam a sonhar um com o outro constantemente. Porém pensam que esses sonhos são coisas apenas projetada pela mente, alguém que não pudesse existir de fato. Mas um dia pelo acaso...