Capítulo 1 - Natalie

132 4 0
                                    

- Você quer se casar comigo, Natalie Grace? - Foco meu olhar no objeto dentro da caixinha de veludo que Felipe segura, ajoelhado diante de mim.

Ele me enganou muito bem; brigou comigo desde o começo da semana e,em nossa briga de hoje de manhã,ele cogitou a possibilidade de terminarmos. "Se não conseguimos conversar pra resolver uma pequena coisa, como vamos conseguir ir mais longe?", ele dissera. Depois que ele saiu de casa, caí no choro; como um relacionamento de três anos poderia ir embora tão rápido?

Quando era tardezinha, a Clara, minha melhor amiga, veio me tirar de casa e me levou para fazer compras com ela. Fazer compras dá uma alegria temporária para todo mundo, palavras dela. Se fosse por mim, eu ficaria o resto do dia e a noite toda enfiada nos meus livros de fantasia e romance. Já fazia um tempo que eu mandara umas das minhas obras para três editoras e esperava uma resposta e, eu espero que não me deem a mesma resposta das duas anteriores: não.

Estávamos em umas das dezenas lojas de grifes que a Clara ama e eu recebi uma mensagem de Felipe, dizendo que nosso relacionamento seria definido as seis da noite no lugar em que nos conhecemos, em um jardim botânico. Cheguei ao lugar exato onde aconteceu o começo de tudo: em um banco ao lado de uma velha árvore. Passaram trinta minutos e já estava indo embora, porém ele apareceu.

Ele fizera um gesto para que nos sentássemos no banco. Olhou para mim com seus lindos olhos cinza e pegou minhas mãos.

- Eu quero acabar tudo. - ele falou aquilo com tanta casualidade, que me espantei. Então ele se ajoelhou diante de mim e completou: - Eu quero acabar com tudo, para que possamos ir mais além. - Tirou a caixinha de veludo de seu bolso e a abriu, me olhando com os olhos brilhando.

E isso nos leva ao momento que está acontecendo agora, em que eu deveria estar respondendo e não hesitando ou pensando.

- Quando você disse que não era criativo, achava que tinha me enganado. - ele me olha, confuso. - Só não pensava que essa sua falta de criatividade me traria um momento tão especial. Eu aceito, Felipe. Seria uma tola se não aceitasse.

Se levanta e me puxa para um beijo. Um beijo tão terno e voraz ao mesmo tempo, que faz meu cérebro virar gelatina. Ele afundou uma mão em meu cabelo e coloca a outra na minha cintura. Coloco minhas mãos em seus cabelos um pouco cacheados, para não o deixar se afastar. Coisa que faz um momento depois; tento impedi-lo, mas o mesmo me afasta segurando-me pelos ombros.

Abro meus olhos e vejo a imagem que queria: seus lábios levemente rosados por causo do meu batom, seu cabelo perfeito caindo sobre os olhos e eles faiscando, e as bochechas um pouco ruborizadas. Abri um sorriso de orelha a orelha, ao saber, o efeito que causo nele.

- Não sabe o quanto eu te amo. - disse, me abraçando. Me afastei para olhar nos seus olhos.

- Ah, eu sei sim. - passei meu dedo sobre seu lábio, ele estremeceu ao meu toque.

- Não sabe.

Dei um passo para trás e cruzei os braços. Sabemos onde tudo isso vai acabar.

- Mas eu posso te mostrar. - ele deu um passo na minha direção, e eu um para trás. - O que acha? - Ele me alcança, depois de dois passos, e coloco minha mão sobre seu peito. Quem está com o coração mais acelerado agora?

- Em casa. - ele me puxa para mais perto de si pela minha cintura e me beija.

- Não consigo esperar.

E continua a me beijar. Cara, esse homem sabe como persuadir alguém e... o que nós tínhamos que fazer mesmo? Tenho que o afastar o quanto antes, porém não faz mal algum, certo? Coloco meus braços ao redor de seu pescoço e ele me aperta mais e, consequentemente, me beija mais. Só que, ele se afasta do nada e sai andando, o quê?

- Vamos? - ele pega minha mão e coloca o anel, que agora vejo, é tão lindo.

- S-sim. - respondo confusa.

Ele me pega pela minha mão e vamos para nosso pequeno apartamento, e lá me mostra o quanto me ama.

Até Que A Luz Se ApagueOnde histórias criam vida. Descubra agora