Capítulo 20 - Alexander

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Nesse momento, estou sentado na cabeceira da mesa de reuniões – obviamente na sala de reuniões – esperando alguém começar a falar. Olhei para o relógio, fazia dez minutos que estávamos pensando na morte da bezerra.

Cansei daquela palhaçada toda e comecei:

- Lean? – Olhei para o mais jovem contratado da editora que está sentado ao meu lado esquerdo. – Eu quero que conduza primeiro. Não tenha medo. – Afinal de contas, você só estará julgando o livro de alguém que estimo muito.

- Hã... Tudo bem então. Bom eu, à princípio, li o livro como um leitor deleite, que aprecia cada momento angustiante, nauseante e apaixonante. E que, não importa quantas vezes leia, sempre irá sorrir ou suspirar nas horas certas. – Que bonito, rapaz. – Na segunda vez que li, fui mais crítico, analisei como as personagens foram formadas, a linguagem do texto, as alusões histórias referenciais e, claro, a coerência. – Respirei fundo. Natalie teve dificuldade no último ponto, se isso não saísse como eu planejei, não quero ser a pessoa que contará a ela. – Aposto que todos vocês concordam comigo que, na coerência, a autora tem certa dificuldade... – Olhou para mim, o incentivei. – Há momentos em que uma das personagens está narrando sobre o que tem para o café da manhã, por exemplo, daí ela termina o parágrafo falando do pai que assassinou a mão por uma briga idiota.

- Concordo com ele – pronunciou-se Lana que sentava na última cadeira da esquerda. – Mas... tem conteúdo e se identifica com o perfil da editora. Há dois personagens marcantes que se envolvem de uma forma muito... peculiar. Quero dizer, são pontos de vistas diferentes, personalidades diferentes, sexualidades diferentes, porém iguais ao mesmo tempo. E também há uma crítica nas entrelinhas, bem clara, para ser honesta. Eu gostei da forma como ela tratou os lados da guerra, mas ainda existe o problema da coerência - insistiu.

Aquilo era só a ponta do iceberg. Em questões de segundos, sete pessoas começaram a discutir como se estivessem se preparando para um ataque. E eu estou neutro. A barulheira aumentou e meu juízo quase se foi. Bati com a mão na mesa e as vozes se cessaram. Eu sempre desejei ter aqueles martelinhos dos juízes, são bem autoritários.

- Acho que todos deixaram muito claro o que pensamos sobre o livro. Quero só dar uma última opinião. – Me recostei na cadeira e fitei o nada. – Meu lado profissional voltado à escrita, compreende o que é ficar horas e mais horas colocando no papel sentimentos e conteúdo que mexam com os leitores; sabe como é ter seu trabalho rejeitado e enfim ser aceitado; sabe como é a felicidade de finalmente colocar o último ponto final e ir para os agradecimentos. Mas também sabe o suficiente para ser crítico de uma forma justa. E é por causa desse lado que eu voto... – digo e olho para os outros.

Vozes falam ao mesmo tempo e temos uma decisão. Pedi para que todos se retirassem e eles o fizeram. Não posso esperar um ou dois dias para contar à Natalie, tem que ser agora. Saio da sala de reuniões e vou caminhando até a mesa de Natalie.

Ela parece tão serena, olhando algo na agenda.... Para quem estou mentido? Natalie está apavorada, vejo o quanto está roendo as unhas pitadas de nude da mão direita; enquanto que a outra treme mais que o normal. Eu sei que alguém irá me julgar, mas.... Como a manicure consegue pintar as unhas daquela mão?

- Preciso falar com você, de novo – digo, quando chego perto dela.

A mesma levanta, fazendo a cara mais apavorada do mundo – devo acrescentar. Minhas mãos estão suando para caramba. Cara, parece que eu vou pedi-la em casamento. Espera... o que foi que eu pensei?

- E então? – perguntou, receosa e mordendo o lábio inferior

Aquela ruguinha no cenho apareceu. Nervosa, ela está muito nervosa.

- Bom, como eu só gosto de drama em livros, filmes e séries...

- Fala logo, Alex! – Deu uma tapinha em mim e eu sorri.

- Aprovado.

- O quê? – Seu rosto continha uma expressão de confusão total.

- Aprovado – repeti. – Tempestade de Verão será publicado pela Editora Dark, parabéns.

Vi seus olhos marejarem e levar a mão esquerda ao peito. Antes que eu pudesse impedir, Natalie se jogou em meus braços e começou a soluçar. Não pude fazer nada além de retribuir o abraço e ficar passando a mão para cima e para baixo nas costas dela, esperando que se acalmasse.

Essa é a primeira vez que a vejo chorando por um bom acontecimento e quero que isso ocorra mais um milhar de vezes. Estranhamente, pensei que não chovia naquele momento. Ainda tenho o querer de dar uma boa lembrança para ela durante a chuva, independente de ela ser uma tempestade feia ou fracos pingos caindo contra a cidade.

- Não está brincando comigo? – perguntou, assim que parou de soluçar.

- Nunca - respondi, contra seu cabelo cacheado. O cheiro que emanava dele estava me hipnotizando. Na verdade, o corpo dela contra o meu era hipnotizante. – Por quê?

- Porque eu iria bater nos seus países baixos se fosse mentira.

- Já senti a dor. – Fiz uma cara de dor falsa, mesmo que ela não fosse ver.

Ela riu, e eu amei ouvir o som.

- Deveríamos nos afastar, porque aposto a Malu que todo mundo desse andar está com olhos e câmeras dos celulares na gente?

- Que eles se danem, estamos comemorando. – Achei engraçado ela colocar a Malu como moeda de aposta. Logo ela que guarda suas opiniões para si.

- Concordo.

E foi aí onde eu me perdi. Totalmente, devo dizer. 







Olá, meus mores dos mores! Voltei mias cedo pelos os seguintes motivos: consegui escrever mais um capítulo e não consegui esperar para publicar; e, tenho alguns coisas para falar pra vocês. 

A questão é que alguém não se preocupou com a "linha dos acontecimentos" e foi ver hoje que tinha feito a maior bagunça na linha cronológica da história. Eu peço as mais sinceras desculpas, sério, eu também fiquei virada de raiva e paguei pela minha irresponsabilidade. Então, aí vai - se eu não estiver me confundido com nada - a real linha cronológica:

Capítulo 1 ao Capítulo 6 > Terça-feira

Capítulo 7 ao Capítulo 10 > Quarta-feira

Capítulo 11 ao Capítulo 12 > Quinta-feira

Capítulo 13 ao Capítulo 14 > Sexta-feira

Capítulo 15 ao Capítulo 19 > Sábado

Então, está aí para que ninguém fique confuso, e sim, eu fiz uma pequena modificação no Capítulo 4, acredito, por causa dessa pequena mudança. Mais uma vez peço que me desculpem, foi uma falha feia minha que eu creio que já consertei. Ai, meu Deus...

Mas vamos agora para as coisas boas, terça terá um capítulo e espero que vocês, meus mores dos mores, fiquem ansiosos! Espero também que tenham gostado desse capítulo e que, apesar do ocorrido, peço que vocês votem e comentem. Sério, meus mores, o resultado está me fazendo pular de alegria! 

Então, um beijo, um queijo e até a próxima! Tchau <3 

Até Que A Luz Se ApagueOnde histórias criam vida. Descubra agora