Eu sou o mais desgraçado sortudo da minha vida. Não, sério mesmo. Quero dizer, a minha vida tem uma grande tendência de decair nos melhores momentos, de verdade. Mas eu estou aqui, indo deixar Natalie na casa dela e, Graças ao bom Deus, nada de ruim aconteceu. Fazia tempo que eu não ria tanto em uma só noite.
- Posso fazer uma pequena pergunta, Alex? - Meus olhos se dividem ente ela e o trânsito à minha frente. - Ok, você não está preocupado com que os outros vão pensar?
- Como? - Vejo-a morder o lábio de nervosismo.
- Primeiro o meu livro que vai ser publicado pela editora, depois vem a questão de eu ser somente a sua assistente/secretária...o que seja... E, agora, estamos começando algo. Entende? Dessa forma, fiquei caducando...
- Advérbios demais, Natalie - brinquei, tentando tirar a tensão dela. - Vá direto ao ponto.
- Não acha que vão dizer que eu estou...me aproveitando de...hum...você?
Eu disse, se alguém quiser olhar o gráfico de feliz para inferno agora, levante a mão porque só existe um.
- Mas você não está - tentei responder.
- Bom, nem todo mundo acha isso, Alexander. - Ela cruza os braços sobre o peito e finalmente paramos em um sinal vermelho.
Viro-me para Natalie e coloco uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. Deus, se eu fosse uma mulher queria ter um cabelo daquele. O meu é só curto e liso e macio e liso e maravilhosamente lindo e liso... Ai, sai do foco.
- Anjo, olha para mim, por favor porque o sinal está a ponto de abrir. - Ela o faz. - Escuta, não me importo com o que as outras pessoas vão pensar ou o que vão falar de nós dois. Porém, se você realmente acha que vai se sentir desconfortável, então...não sei... podemos parar, se essa for sua escolha.
Não posso mentir, eu quero muito que ela não aceite isso... Acabamos de começar algo, e, pelo amor de Deus, isso aqui não é novela mexicana e nem quero que seja.
- Não...Não quero isso, Alex. Com o tempo vão perceber que estamos juntos, mas se eu me sentir desconfortável, talvez eu deixe a editora, não sei ainda. - Dá de ombros e um sorriso fraco. Não gosto disso.
- E o que faria, exatamente? Se saísse da editora? - Note que eu usei o se.
O sinal fica verde e volto quase toda a minha atenção no trânsito, podem julgar a minha pessoa que eu deixo.
- Bom, quando eu terminei a faculdade, fiz licenciatura de alemão para poder ensinar em escolas de línguas, sabe? Mas eu era muito nova e não sabia se aquilo era realmente o que eu queria. - Minhas sobrancelhas vão no céu e descem. Alemão. Ela pode me xingar em alemão!
- Então você virou uma assistente/secretária, por quê?
- Não haviam vagas para o que eu precisava, daí... Você sabe o resto.
- Sabe algum palavrão em alemão? - faço a pergunta que sempre sonhei em fazer.
- O quê?! Meu filho, tá doido? - Rio da reação dela.
- Ata, como se essa carinha inocente conseguisse me enganar - rebato.
- Não tente a minha bilinguidade. - Agora sim eu poderia causar o meu primeiro acidente de trânsito porque estou me acabando em gargalhadas. - O ponto é que vou tentar seguir esse caminho se eu precisar... Ah, para com isso, Alexander!
- Essa palavra nem existe!
- Que se dane, acabei de inventar.
Daí Natalie age como uma criança que teve o doce negado pelos pais, ou seja, bateu o pé com força no chão do carro, cruzou os braços fortemente e revirou os olhos. Acho que essa é a segunda vez que essa sequência se repete. E tenho que admitir que precisa de muito auto controle e bastante força de vontade para não rir. Sério, tudo é fichinha comparado a isso.
O silêncio continua reinando o carro e dez minutos depois chegamos à casa dela. Natalie abre a porta ao mesmo tempo que abro a minha e saímos do carro, chegando um ao lado do outro na porta da casa, dessa vez.
- Bem, espero poder sair mais vezes contigo, Sr. Nogueira - brinca.
- Minha cara, tenho um leve temor de não possa mais acontecer...
- Cala a boca, Alexander! Eu estava aqui, dando um final saudável digno de, sei lá, qualquer escritor de romances dos séculos passados, daí vem você e estraga, homem!
Rimos e trago seu corpo para mais perto do meu, enlaçando sua cintura com meu braço. O calor dela emanado, o cheiro, a respiração... Meu Deus, daqui a pouco estou com as pernas iguais à gelatina.
- Vai me beijar agora ou não, a fila anda, Alexander - sussurra, com um sorriso nos lábios.
- Não essa aqui - rebato.
Coloco a minha mão em sua nuca e toco, somente toco, seus lábios nos meus. Mas parece que ela não está mais pra romantização e logo abre minha boca com a sua língua. Aí, meus jovens, é só fogo, como diria o poeta. Não que antes não fosse assim, mas ela acabou se tornando mais atrevida dessa vez. De verdade. Provocando-me, provando e me enlouquecendo com aqueles lábios e língua. Ainda tinha as mão dela no meu cabelo maravilhosamente lindo... Uma loucura. E não ache que fiquei assim tão para trás.
Empurrei Natalie contra a parede colei nossos corpos, peito com peito, quadril com quadril, e minha mão passeando pelo seu corpo.
- Alex... - Beijo-a. - Alexander! - Ela coloca as mãos sobre o meu peito e nos afasta, com os olhos fechados e as faces coradas.
- Fica difícil não te beijar quando você me chama pelo meu nome. - Beijo seu pescoço rapidamente e me afasto, só um pouco.
- Pare, porque eu estou enlouquecendo - diz, com os olhos ainda fechados.
- Meta concluída então - rebato, segurando sua cintura com minhas mãos.
Ela abre os olhos e me encara. A cada dia mais que paro um pouco para observar cuidadosamente aqueles olhos castanhos, descubro que não são somente de uma cor. A cor vai se transformando em um mel mais perto da pupila e contorno da íris... não tenho ideia ainda de que mistura fantástica aconteceu lá.
- Sério, eu tenho que entrar.
- Vou deixar, então.
Beijo a boca dela - de novo - e depois seu pescoço, demorando um pouco ali pra sentir o seu cheiro. Então dou boa noite e me afasto dela. Chegando no meu carro logo depois. Essa mulher está me enlouquecendo aos poucos...
Quando estava pronto para dormir naquela noite, meu celular vibrou com uma mensagem recebida.
Natalie: Use esse óculos mais vezes, por favor! ;)
Como eu disse, meus jovenzinhos, essa mulher está me enlouquecendo aos poucos...
OIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII, mores dos mores! EU VOLTEI VADIAS HAHAHAHHA. Ai, mona não força (AKKAKAKAKKA). Ah, meu jesuizin que felicidade estar de volta. Foi muito tempo, me culpem que eu deixo, mas a vida acadêmica ta tensa...fulaninha me entende. Mas enfim, eu vou tentar sim voltar na próxima semana, se a matemática colaborar e eu peço o mesmo de sempre, que vocês continuem lendo, comentando e votando, claro né (Potássio).
Bom, um queijo, um beijo e até a próxima semana... Se a matemática colaborar.
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Até Que A Luz Se Apague
RomanceNo mesmo instante que Natalie fica noiva, Alexander sofre a perda do irmão e "desfruta" de uma paraplegia. Um ano e meio se passa desses momentos impactantes, o caminho dos dois se cruzam. Ela aos poucos vai tirando aquela dura armadura que o proteg...