Capítulo 15 - Alexander

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Eu estou realmente considerando a opção de me matar, sinceramente. Tudo estava completamente bem - mentira. Eu tinha ido para a editora com o objetivo de pegar um livro que deixei em cima da minha mesa.

O que aconteceu? O livro ganhou vida e se abriu numa parte da história muito sensacional - mentira. Mas enfim, meu Alexander que adora ler não aguentou e passou a ler o livro, sem se importar com o futuro e, sim, com o amanhã. Reflexão. E de repente, eu reparei que não era mais dia, estava de noite e ouvi as risadas de Natalie e de outra pessoa. Eu saí da minha sala, obviamente, com o intuito de saber o que diabos ela estava fazendo lá. A situação toda só complicou minha vida.

E são nesses momentos, crianças, que eu desejo nunca, nunquinha mesmo, ter começado nesse ramo da leitura e escrita.

Voltando a tudo, eu fiquei pasmo - rosa chiclete, gente - em saber que Natalie estava ali e ainda mais acompanhada da sua sobrinha Malu. Sim, eu sei que foi muita precipitação minha ter chamado as duas pra passarem a noite na minha, mas o que diabos eu poderia fazer?! Natalie tinha me fisgado, isso é um fato que explicarei mais adiante, então eu estava a sua mercê!

Então tudo aconteceu como enxurrada e tempestade. Definitivamente aquele beijo que nós dois trocamos foi como uma tempestade, uns turbilhões de emoções desconhecidas se passaram dentro de mim; não posso mentir dessa vez, eu realmente estava gostando dela.

Mas daí eu parei. Parei. Parei porque vozes e flashes que se passaram na minha cabeça - não estou enlouquecendo, ainda - não me permitirão continuar na bonança. E novamente brigamos e agora eu não faço a mínima ideia de como reatar tudo. Santo Deus, reatar?

- Com licença - fala Natalie entrando na minha sala. Inferno, a beleza nunca a deixa. - Tem um homem querendo falar com o senhor e...

- Só Alex - digo.

Ela me olha com cara de poucos amigos e fala.

- De qualquer modo, o homem se chama Nate e acredito que ele vai entrar em três, dois,...

- Alex! - E eu achando que a vida estava ruim. - Não, antes de você me colocar pra fora deste prédio, me diga uma coisa. Onde estava com sua maldita cabeça quando a beijou? Sério, cara? Eu te disse que deveria ter ido com mais calma! - Ai, não! - Ela parece mesmo ser uma mulher legal então vai com calma. - Eu me xinguei, e não foi pouco, não.

Olhei para Natalie e vi seu rosto um pouco rosado, ela sabia quem era a tal mulher.

Acho que nós, eu e ela, ficamos muito tempo nos encarando porque Nate dividiu seu olhar e em dez segundos descobriu que, pelo menos eu, tinha sentado na graxa.

- Eu te vejo na hora do almoço. - E saiu correndo, na verdade, meio que correndo.

Balancei a cabeça e desviei meu olhar do seu. Se ainda pudesse, estaria corando. Ás vezes eu sinto vontade de matar ele, ou de decapitá-lo, tortura-lo... O ponto é: eu faria lentamente. Pressionei as palmas das minhas mãos contra meu rosto e esperei.

- Contou para ele? - perguntou, infelizmente.

- Sim - respondi sem olhá-la.

Naquele momento, várias imagens se passaram na minha cabeça do quê se poderia acontecer. Como a Natalie dar uma voadora ou tapas em mim, me tortura... Enfim, se tornar um carrasco ou algo do tipo; mas nunca na minha longa vida teria imaginado que ela começaria rir. Sim, crianças, aquele tipo de risada que alegra seu dia.

Saí daquele meu pequeno momento de depressão e ergui minha cabeça, ela simplesmente estava rindo. Depois dizem que os homens são complicados, mas vê se pode...

Até Que A Luz Se ApagueOnde histórias criam vida. Descubra agora