Sky

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Uma promessa entre amigos, não precisa ser justificada.

Friends - Phoebe Buffay.

Count On Me - Bruno Mars.

Deve ser a trigésima vez que olho aquele enorme relógio da parede do grande aeroporto, que por sinal, continua no mesmo lugar desde a ultima vez que eu olhei. Estou jogadas em umas das cadeiras almofadas estranhamente desconfortáveis que ficam no saguão. Minhas malas servem de pufe para deixar meus pés para cima, a musica nos meus fones esta tão alta que será necessário um empurrão no ombro para me alertarem que meu voo esta de saída. Mais uma vez encaro o relógio que possivelmente esta estragado. Bufo, não por estar com raiva ou estressada, só não sei porque estou irritada com o tempo e tudo em minha volta.

Em um piscar de olhos o ponteiro do relógio andou dez minutos e só então percebo que pra estar tão entediada a ponto de acompanhar uma droga de relógio de parede... Eu já nem sei organizar meus pensamentos mais, preciso de algo para beber. O voo sai daqui meia hora e os únicos que estão aqui é Zac e Emma que por acaso também vão viajar comigo.

Alguns passos minha direita paro em frente a uma fileira de maquinas de comida e bebida. Encaro os salgadinhos que estão separados de mim apenas por uma camada resistente de vidro. Suponho que só nessa maquina deva ter uns dezesseis tipos diferentes de câncer empacotado em embalagens convidativas. O que mais chama a minha atenção é o pacote chamativo de cor alaranjada, Cheetos, aquele chips de queijo fedido e muito corante que de alguma maneira é muito delicioso. Deixo escapar sem querer um sorriso abobado do meu rosto.

Tiro meu celular do bolso de trás da calça jeans que visto, desbloqueio a tela com o coração na mão, porem, guardo o coração de volta ao peito, nenhuma mensagem ou ligação perdida. Definitivamente, este é um ótimo jeito de me deixar claro que acabou algo que nem sei se pode considerar, ate então, existente. Coloco uma nota na maquina e aperto os botões, segundo depois tenho em minhas mão um pacote cancerígeno de Cheetos.

Volto sem rodeios ao meu antigo lugar, mas assim que paro em frente a poltrona, vejo que esta ocupada, não estou afim de procurar outro lugar para sentar. Olho mais uma vez o grande relógio de parede, sinto que possivelmente eu já vivi este momento e que os ponteiros esta exatamente no mesmo lugar desde que eu cheguei aqui neste aeroporto. Dou de ombros e carrego minhas malas ate um lugar mais tranquilo onde eu possa sentar em cima delas e não ser incomodada.

A noite anterior foi divertida, com as meninas, os filmes e tudo mais... ate a ligação de Harry, mas esta tudo bem. Certo, não esta tudo bem. Desde que tudo aconteceu meses atrás e começamos a tentar dar certo, quer dizer, não vem dando muito certo. Assim, é divertido quando estamos juntos, o problema é: nunca estamos juntos. Desde que Harry assumiu a assistência nos negócios da família nós não nos vemos nunca. Ate chego a pensar se valeu a pena não insistir mais nas coisas com o Zac, nos dávamos tão bem... esquece!

Bem, Harry sabia que estou de partida hoje e mesmo que suas palavras na ligação da noite anterior tenha me deixado esperançosa sobre nós, no dia de hoje elas parecem não valer mais nada, porque meu voo acaba de ser chamado, a galera acaba de chegar, Mel veio chutar meu pé... mas ele não veio, sua atitude deve ser algum tipo de sinal, sei lá, não acredito nessas coisas, mas nunca se sabe.

-- Voce já esta indo embora, não é mesmo? - Mel se senta ao meu lado. - Desde que nos conhecemos, não cheguei a pensar como seria quando nos separarmos, na real, eu nem me lembro mais o que eu era antes de todos vocês estrarem na minha vida. - Ela abraça o meu braço. - E agora voce esta indo para Julliard, estou invejada. - Solto uma risada meio sem querer, imediatamente Mel se levanta e corre ate que eu não a vejo mais.

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