Parte IV

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Em 1995 morava naquele sobrado um casal de jovens recém-casados. Heloise ganhara vida há 27 anos, mesma idade do marido, Diogo, porém ao contrário dele, saudável, ela sofria com transtornos de bipolaridade e, pior, câncer. O dia da descoberta do câncer nos pulmões foi marcado pela presença de uma rezadeira, a convite do parceiro, diante da tristeza, desanimação, carência de esperanças. A rezadeira chamava-se Nalu, uma senhora de sessenta e poucos anos, usando um crucifixo no pescoço, e um vestido preto, comprido, que escondia os pés calçados com sandálias rasteiras. Ela tinha olhos negros como a noite, decorados com cílios curtos, sobrancelhas falhadas e olheiras marcantes, tinha cabelos crespos puxados para trás em uma trança, manchas causadas pelo sol na pele branca, rugas e papada abaixo do queixo. Naquela noite fria de Janeiro de 1995, Heloise matou o marido e a rezadeira a facadas, depois cometeu suicídio. Ninguém sabe exatamente o motivo, dizem que foi crime passional o que fez com Diogo, queria tê-lo do outro lado junto a ela... comentam que a Nalu, com a ação de tentar impedir o assassinato do homem, foi morta primeiro e, desde então, existe relatos de que continua circulando pela casa, busca vingança, "justiça". Os moradores seguintes do lugar não chegaram a passar mais de três semanas. Com exceção da família Cabral; eles não acreditavam em assombrações.

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REZADEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora