Capítulo 18 - Desconfiança

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MAITE

Fernando não reagia e eu ficava cada vez mais desesperada, ele não podia morrer, não agora, não sem antes eu tentar fazer alguma coisa para lhe dar um pouco de paz...

M: Fernando, fala comigo por favor... acorda, abra seus olhos... – Pedia eu já chorando, eu havia conhecido ele há tão pouco tempo, mas sentia nele um arrependimento sincero, uma tristeza, uma carência e aquilo me sensibilizava demais

F: Maite... Maite... – Respondeu ele ainda fraco segurando minha mão

M: Sou eu... estou aqui com você... mas fica quietinho, eu vou procurar ajuda, temos que ir ao hospital...

F: Não, não precisa, isso é normal... – Disse ele se levantando com minha ajuda

M: Como que normal? Desde quando desmaiar é normal?

F: Desde quando se tem uma bomba relógio na cabeça May... hoje eu esqueci de tomar meus remédios, por isso o desmaio...

M: Então você não pode deixar de tomar Fernando... você tem que viver, tem que lutar pela vida...

F: E porque eu lutaria Maite? Qual o sentido para eu continuar vivendo? Meus pais há anos não procuram saber de mim, não tenho esposa, nem filhos, não tenho ninguém que me ama... eu não tenho nada...

M: Tem sim,você tem a mim... já me considero sua amiga e eu não quero que você morra e além do mais eu vou fazer com que você e o William se reconciliem... já pensou? Você, o Will e o Gabriel juntos de novo? Voltando a ser amigos?

F: Ahh May... era o que eu mais queria.. mas ele nunca vai me perdoar... nunca...

M: Claro que vai, se você contar a ele tudinho como as coisas aconteceram ele vai te perdoar, tenho certeza... o William tem um bom coração e tudo vai se ajeitar, você vai ver...

F: Você é um anjo, um anjo sabia?Obrigado por ter aparecido em minha vida, espero um dia eu possa te recompensar por tudo que está fazendo por mim... o William é um homem de sorte por ter o seu amor... espero que ele saiba valorizar a mulher maravilhosa que tem está ao lado dele...

M: Não sou maravilhosa, apenas, não justo uma amizade terminar por conta de uma pessoa má e cruel como essa Eliza.

F: E como vamos fazer para o Will me ouvir?

M: Eu tive uma ideia, que tal eu arrumar um encontro de vocês amanhã na minha casa?

F: Não sei... ele pode pensar mal de nós dois

M: Claro que não... eu vou leva-lo até lá e você estará esperando ele... é só contar tudo que aconteceu e você vai ver que tudo ficará bem...

F: Tudo bem... eu aceito... tomara que dê certo

M: Dará... confie em mim... mas agora você vai tomar o seu remédio e eu só vou sair daqui quando você estiver melhor...

F: Não precisa, já estou bem...

M: Eii é uma ordem... pode ir tomando esse remédio agora mesmo viu?

F: Você é mandona hein? Eu vivi para ver o William apaixonado por uma mulher assim tão geniosa... – Disse ele sorrindo enquanto tomava os comprimidos a contragosto

Mas ele estava enganado, William não era apaixonado por mim... ele nunca me disse nada do tipo, nunca me demonstrou... para ele, eu era um apoio, uma esperança de que ele pudesse confiar em um mulher, que pudesse em um futuro ser feliz... mas amor,amor mesmo,eu não acredito que ele sinta. Mas eu o amo tanto, tanto que chega doer, e é por esse amor que vou lutar para devolver a ele a vida que ele perdeu, o amigo com quem ele brigou, a felicidade, a confiança na vida e nas pessoas... e farei por amor, mesmo que não seja correspondida.

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