Estava ainda sentada no sofá em frente a televisão, mas a minha cabeça estava longe. Tinha me permitido a imaginar como minha vida seria daqui a uns anos... eu variava entre casada e filhos ou casada e uma quantidade enorme de cachorros, mas a resposta me parecia difícil de dar agora, me perguntava que emprego eu poderia ter, que tipo de marido teria, mas a cada imaginação, a resposta parecia ficar cada vez mais longe.Ás vezes me pego pensando em coisas do tipo, por um momento é bom, mas depois começo a pensar em como a vida dá voltas inesperadas, mudando os nossos rumos, nos trazendo consequências e felicidades e coisas quase impossíveis de se lidar. Talvez, o mais correto a se fazer é curtir a vida e os momentos bons que ela lhe proporciona, pois embora depois da chuva haja sol, após o sol a terra seca e necessita de chuva, e nós apenas temos que enfrentar isso. Apenas temos que crescer e nos tornar mais sábios.
Enquanto mudava os canais da televisão em busca de algo que nem eu mesma sabia, o envelope em cima da mesa me incomodava, quando o olhava lembrava de uma má lembrança, que provavelmente guardarei para o resto da minha vida, mas ao mesmo tempo eu sentia algo diferente, como um formigamento em minhas mãos impulsionando-me a abri-los. Podia simplesmente ser uma súbita curiosidade minha ou uma agonia de vê-los ali fechados, mas a sensação que eu tinha era de anseio, desejo.
Tentei continuar mantendo a minha atenção na televisão, mas não consegui, eu queria abrir aquelas cartas. Levantei hesitante e andei até o envelope, me abaixei e peguei-o calmamente, não tinha certeza se deveria abri-lo, mas... pior que está não fica, não é mesmo?
Rasguei o lacre que mantinha o envelope fechado e puxei carta por carta lá de dentro. Haviam cinco perfeitamente dobrados e marcados. Quando olhei a primeira carta vi que era uma conta, a segunda era exatamente igual, uma conta, assim como o terceiro, outra conta. Algo dentro de mim ia desvanecendo, e as esperanças ia murchando-se. Já não tinha mais vontade de olhá-las, mas decidi continuar.
Quando pulei para a quarta carta do envelope vi algo que me chamou a atenção. No canto esquerdo da mesma estava escrito formosamente um nome um tanto familiar. O meu nome. Madison Dunphy Winchester.
Meus olhos arregalaram-se, eu realmente não estava a espera de receber nada, minha cabeça circulava em torno de muitas possibilidades para o que poderia ser, mas não consegui pensar em nada realmente relevante ou de grande importância para mim. Meus dedos finos e ágeis logo começaram a trabalhar, arrancando e rasgando pedaços de papeis, para conseguir abrir o envelope mais pequeno que mantinha a carta bem guardada dentro.
- " Administration University" ? O que é isso? - minha voz saiu como um sussurro seco.
Minhas mãos estavam ligeiramente tremendo.
Não é possível.
" Prezada Srta. Winchester,
É com prazer que viemos lhe convidar para entrar em nossa universidade de adiministração e contabilidade. Sua nota foi uma das mais altas de nosso sistema para alunos com bolsas escolares, e sua média lhe garante uma vaga conosco de forma deliberada e com 60% do orçamento cortado.
Seria com muita honra que lhe receberíamos em nossa universidade estadual de Washington, DC.
Gostaríamos de receber sua confirmação no período de uma semana.
George Müller, Diretor Principal."
- AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH- um grito de histeria escapuliu de minha garganta.
Meu corpo não conseguia fica quieto, tudo que eu fazia era pular, gritar e chorar de felicidade. Como assim? Como algo disso me veio a acontecer? A pouco tempo atrás recebi uma carta em que dizia que não havia entrado na minha universidade de objetivo e agora recebo outra dizendo que entrei em uma ainda melhor?
Nada disso me parecia real, tudo era muito estranho ao meu ver. Minha garganta estava fechada e seca, minha bochecha pálida ardia por causa das lágrimas ferventes que caiam pelos meus olhos, tudo em mim era adrenalina, eu estava assustada; surpreendida;
Não conseguia mais suportar as minhas pernas sozinhas e tive que me sentar, as minhas mãos trêmulas seguravam a carta e meu olhos embaçados forçavam-me a ler novamente as palavras contidas na carta. Tive que ler e reler mais de 10 vezes até a minha ficha cair, tive que revisar se era realmente o meu nome escrito múltiplas vezes, eu estava tão feliz e agradecida que palavras não seriam suficientes para descrever o que estava sentindo nesse momento.
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Já haviam passado cerca de 30 minutos desde que li a carta, meu pais já estavam em casa comemorando comigo, meu pai fotografava a carta e gritava de felicidade, enquanto minha mãe ocupava-se ligando para todos de nossa família dando a notícia. E eu estava simplesmente sentada na mesa observando a felicidade que estava do meu redor, a imensa felicidade que substituiu a profunda tristeza que sentia. Era tão bom !
Mal podia esperar para entrar logo na universidade...
-Filha!!!!!!! Como você está se sentindo? - disse minha mãe.
- Você ainda precisa perguntar? eu nunca me senti tão bem! - falei quase gritando e dando um abraço apertado em minha mãe sendo rapidamente rodeada pelo meu pai da mesma forma.
- então filha... Washington, né? - perguntou meu pai me olhando profundamente com seus olhos verdes que continham uma pitada de tristeza.
- Pois é... - disse enquanto balançava timidamente o meu corpo.
Quando olhei para cima vi que meus pai tinham olhares tristes e desnorteados, o que me preocupou um pouco, mas não posso jugá-los, como se já não bastassem terem se distanciado de um filho que foi para Nova York, agora terão de deixar mais um ir para longe, só que dessa vez, para Washington.
- Olha- eu disse encarando-os de forma calma e carinhosa- eu preciso ir para lá ... é o meu sonho! E eu preciso segui-lo! Essa é a minha melhor chance de ter um futuro saudável, feliz e promissor. Eu sei que vai ser difícil, tanto para mim quanto para vocês. Eu me lembro da dor de ter que deixar Carl ir para Nova York, mas vejam, agora ele está feliz, com um emprego estável e completamente crescido, voando por si só, e acho que agora está na hora de vocês me me deixarem aprender a voar sozinha...-falei com um nó em minha garganta e observei minha mãe que tinha lágrimas nos olhos e meu pai que mantinha a cabeça baixa olhando para os seus pés.
Estava na hora de deixar o pássaro voar...
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Oi gente ! Tudo bom ?
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Agradeço desde já ! beijossss s2s2s2
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A Natureza do Amor
Teen FictionEle me mostrou a felicidade, ele me mostrou a beleza, ele me mostrou as imperfeições e as virtudes, ele me mostrou o amor... O que eu mostrei a ele? A Lua, o Sol e a Praia. "Benditos aqueles que não lêem os jornais, pois verão a Natureza, e através...