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Ele havia me trazido para a casa dele, estou trancada dentro de um quarto, escuro, vazios e frio, a única coisa que conseguia pensar naquele momento era na humilhação que tinha passado na frente do morro e o que seria de mim a partir daquele momento. Já tinha ouvido falar das coisas que aconteciam dentro da casa do CL, que era como a maioria das pessoas se referiam a ele, nunca tinha o visto, e nem sentia interesse, as meninas diziam que ele era um homem maravilhoso, ele é super desejado por todas as mulheres daqui, menos por mim, minha mãe sempre me disse para procurar um futuro fora da favela, e era isso que eu estava fazendo, já havia me formando no ensino médio, iria começam a trabalhar semana que vem, em um supermercado fora do morro, mas agora... Eu não tenho forças para pensar que posso sair viva daqui

-Ta com fome?- ouço a voz dele assim que a porta se abre. Eu não respondi, fiquei em silêncio desde que cheguei aqui- eu tô perguntando na moral, se tá com fome?- continuo em silêncio- pau no seu cu então- ele fecha a porta novamente e eu ouço o barulho das chaves

Luz não entrava no quarto, a única janela que havia ali era coberta por vários pedaços de madeira, não consigo imaginar os horrores que aconteceu nesse quarto.

°°°

Acabei caindo no sono e quando acordo sinto que estou coberta por um edredom, me sento no chão e esfrego meus olhos torcendo para quando abrir, tudo aquilo ser um pesadelo, mas não era, tudo o que eu sentia era culpa, talvez eu merecesse passar por aquilo, eu não sei. A porta é aberta e eu consigo ver a imagem dele

-Sai- ele fala e sai de frente a porta- eu não vou falar de novo, Sai agora Lívia- ele fala com a voz alterada

Me levanto e vou andando para fora daquele quarto, nunca me senti tão leve, o ar era diferente, talvez o oxigênio lá dentro estivesse se esgotando

-Vai- ele empurra Meu ombro e eu começo a andar pela casa- Sem gracinhas, ouviu?- ele me empurra para dentro de um cômodo- esse é meu quarto, só tem esse na casa- ele se escora em uma cômoda que tinha ali

-Vou dormir no sofá? Ou naquele quartinho?- pergunto observando o ambiente

-Mulher minha dorme comigo- ele ergue uma das sombrancelhas

-É uma pena que eu não sou tua mulher- Olho fixamente para ele

-vamos ver por quanto tempo você vai resistir- ele sorri de canto, e eu sinto uma onda elétrica passar por meu corpo- mas se é assim, por enquanto eu durmo no sofá e se pode ficar aí- ele abre uma das gavetas e retira uma camiseta branca e joga para mim- toma banho aí que você deve tá fedendo

-Ogro- falo olhando a camisa

- amanhã dou um jeito de conseguir umas roupas pra você, por enquanto se vira com isso aí- ele fala e em direção a porta, mas antes de sair olha novamente para mim- tem toalha no banheiro, e, se tá ligada, sem gracinhas, meus parceiro tá tudo pronto pra atirar na loirinha que sair correndo

Ele sai do quarto me deixando sozinha, me dirigi ao banheiro, que era branco, mas tinha um forte cheiro de urina, provavelmente não era lavado a dias


Amor De TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora