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5 dias depois

-Guria, se tá a quase uma semana sem comer, não vejo você nem bebendo água- ele se senta ao meu lado na cama

Ele está a dois dias insistindo pra mim comer, mas eu não sinto fome, não sinto nada, somente necessidade de ficar na cama

-Quer que eu peça por favor?- ele me olha- você precisa comer, não tô afim de enterrar você ou jogar no riozinho da rua de baixo

-eu não tô com fome- olho para ele- eu só quero ficar sozinha

- você vai morrer e não sou nem eu quem vai te matar- ele se levanta e vai para fora do quarto me deixando sozinha novamente

Minutos depois

-To cansado de tentar ser legal- ele entra com uma bandeja com um copo de suco, um pacote de bolacha, pão francês com mortadela, uma xícara onde tinha café- se vai comer essa porra

-Caio, eu não quero- falei

-perguntei porra nenhuma- ele coloca a bandeja sob a cama- vai comer por bem ou por mal- ele tira a arma da cintura e aponta pra mim- vai come

-Eu... Não quero- olhei para a bandeja

-Quando foi a última vez que você bebeu água?- ele continua apontando a arma

-ontem- olho para o cano da arma que está diretamente em meu rosto

-PORRA LÍVIA- ele grita, e eu me assusto- COME, AGORA

Meus olhos ficam marejados, eu não queria comer, mas também não queria comer. Então eu comecei, bebi o suco e comi o pão, ele continuou em pé, ali, esperando eu terminar de comer, a cada mordida que eu dava, meu estômago parecia rejeitar. Terminei de comer, e ele guardou a arma

-Se tá muito braca, amanhã vamo sair pra tomar um sol- ele pegou a bandeja e me deu uma última olhada antes de sair do quarto


°°°

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Amor De TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora