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Na janta ele trouxe novamente a comida, mas dessa vez eu não joguei no chão, ou fiz qualquer outra coisa, eu somente não comi, a comida ficou ali, até ele levou novamente a bandeja para a cozinha. E eu dormi, não nos falamos e vai continuar assim, até ele se cansar, e me jogar na rua, ou me matar.

Acordei com bastante dor de cabeça, olhei para o relógio do lado da cama e pude ver que marcava 4:57 da madrugada, Caio estava do lado da cama novamente, na mesma posição desconfortável de ontem, a cada dia que se passava mais branco ele ficava, talvez ele não estivesse comendo, mas eu não ligo para isso, eu sinceramente não me importo nenhum pouco com ele, não como antes, que pedia para Deus protejer ele, o que eu mais desejava no momento era que ele morresse.

O celular dele estava em cima do criado mudo, eu poderia ligar para a polícia, mas talvez, o Caio ficasse revoltado, e achasse que é uma invasão no meio da madrugada, e algumas pessoas poderiam se machucar. Ninguém além dele deveria se machucar.

°°°

-Seu remédio- ele entrou no quarto com um copo d'água e um comprido em mãos

Peguei e tomei rapidamente, o gosto amargo ficou em minha boca e isso me dava ânsia. Ele se sentou na beira da cama e me encarou

-Desculpe- ele fala mais uma vez, ele nem imagina o quanto essa palavra me irrita, principalmente vindo dele

-se você se sente culpado, me deixa ir embora- minha voz rouca por conta da quantidade de dias sem falar soou

-Não posso deixar meu querubim sair de perto de mim- o fato dele me chamar de querubim¹ fez meu corpo estremecer- eu preciso de você perto de mim, todos os dias e todas as horas... Eu preciso de você

Não respondi, somente o observei, suas palavras por mais que fossem fofas e agradáveis eu não conseguia acreditar, não depois de tudo o que ele fez comigo.

°°°

¹Querubim - anjo

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