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Quando acordei caio não estava mais ali, me sentei na cama e fiz um coque frouxo em meu cabelo, me levantei e fui até o banheiro. Escovei meus dentes, e então olhei para o curativo em minha testa, tirei e pude ver o corte profundo que havia ali, com cinco pontos. Fiz um novo curativo e sai, fui até a cozinha onde encontrei ele

-tem bolo, leite com achocolatado, pão de queijo e algumas frutas- ele caminha até mim e mostra a bandeja com os alimentos- eu fiz pra você

Eu peguei a bandeja de suas mãos, caminhei ate a pia e a joguei, o leite espirrou para todo canto, o bolo se desmanchou, os pães de queijo caíram dentro da pia, e a maçã caiu rolando pelo chão, e a uva ficou largada alí. Voltei a olhar para ele que estava com uma uma expressão de chateado, e sai da cozinha voltando para o quarto onde me deitei.

°°°

Passei a manhã deitada, eu simplesmente não sinto mais nada, não consigo chorar, sorrir, ou qualquer outra expressão que demonstrasse emoção, eu não sinto nada, somente um grande vazio em meu peito, um vazio de grita a todo momento "você não vai embora nunca".

Era horário de almoço, e ele trouxe minha comida no quarto, era uma macarronada com refrigerante, ele colocou a bandeja sob a cama e eu a chutei, fazendo com que a comida e o refrigerante caísse no chão, eu não sentia mais medo, não ligaria se ele me batesse novamente, quem sabe dessa vez ele consegue me matar. Ele me olhou e eu pude ver seus olhos ficarem cheios de água

-não importa quantas vezes você faça isso...- ele passou as mãos sob os olhos- eu vou me esforçar todos os dias, até você me perdoar... Eu vou voltar todos os dias- ele disse e logo saiu do quarto

Me mantive sentada, encarando a porta marrom, até que ela foi aberta novamente, ele estava com produtos de limpeza. Ele limpou o chão e saiu novamente.

Amor De TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora