-ta melhor?- ele perguntou me entregando um copo com água
-estou- eu respondi, ele me trouxe para casa, eu nunca mais vou voltar para aquele lugar. Estou traumatizada, eu sei que Caio não é lá uma das melhores pessoas, mas agora fico com a dúvida, a qualquer momento ele pode me matar, certo?
-eu vou voltar, ainda tenho coisa pra fazer- ele pega a chave da moto em cima do sofá- se cuida aí loirinha
-ta bom- respondi
Ele saiu, e meus pensamentos mais uma vez tomaram conta de mim, eu estou grávida, noiva de um assassino e com uma festa de casamento marcada para este final de semana, o que poderia dar errado na minha vida? Me levantei e fui até a cozinha, comi um pouco da comida que havia sobrado da janta de ontem. Imagino o tamanho que irá ficar minha barriga, vou ficar com estrias? Vou conseguir ter meu corpo de volta? É uma menina ou um menino? São tantas perguntas, queria que o tempo fosse rápido, que amanhã mesmo tudo isso acabasse e eu finalmente estaria livre.
°°°
-ja terminou de se arrumar? Se enrola demais mano- Caio resmungava enquanto eu passava rímel em meus cílios
-ja acabei- falei
-finalmente, minha mãe detesta demora- ele se levanta da cama- vamos logo- ele me olha e sorri- se tá muito gata
De fato estava, com um macacão preto com alguns girassóis e de tênis, meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e meus brincos de argola ganhavam destaque. Saímos e casa, Caio tirou o carro da garagem e abaixou o portão, logo seguimos viagem
-minha mãe não gosta de palavrão, então não fale- ele falou- dependendo do humor dela, não sorria muito, a velha é bipolar e pode mandar você sair da casa dela
E o caminho de mais ou menos 30min foi assim, ele estava me dando "conselhos" ou melhor dizendo "aulas de etiqueta" para agir dentro da casa da mãe dele, será que a mulher é tão estressada da forma que ele fala?
-chegamos- ele para o carro em frente a uma casa, não tão grande mas aparentava ser bastante aconchegante- desce aí
Descemos do carro, ele trancou as portas e segurou minha mão, meu coração de certa forma estava acelerado, eu iria conhecer, a minha sogra, espero que ela seja totalmente diferente do filho. Andamos até o portão, onde Caio tocou a campainha e logo uma senhora de cabelos negros, com um cigarro em mãos, sai e nos encara
-ta esperando o que?- ela da um trago no cigarro- entrem logo
Ele abriu um portão e entramos na casa, no quintal havia algumas plantas, não era bem iluminado, mas eu conseguia ver que havia muito entulho por ali
-oi mãe- ele sorria
-oi menino- ela não tirava os olhos de mim
-boa noite- eu sorri- é um prazer te conhecer
-tu é bonita- ela fala
-obrigada- sorri sem mostrar os dentes
-vamo logo comer- ela entra e Caio logo puxa minha mão para ir junto
-o que a senhora fez pra janta?- Caio limpa os pés no tapete
-você acha que eu ia fazer janta? Comprei pizza- ela fala e sinto vontade de rir
-mas mãe...- ela interrompe ele
-ta reclamando da comida que tem na mesa?- ela encara ele
-não senhora, só pensei que você ia fazer algo- finalmente encontrei uma mulher que põe caio em seu devido lugar, estou adorando a situação
-comprei pizza de queijo e de frango- ela se senta numa mesa que estava ali na sala- vai buscar a faca, copos e pratos Lucas- ela abre as caixas
Ele sai andando e entra em um cômodo que provavelmente é a cozinha, me sentei na mesa e fiquei em silêncio, estava com medo de dizer algo e ela me tratar grosseiramente
-quantos anos você tem menina?- ela perguntou e logo colocou uma azeitona na boca
-20 anos- falei tentando controlar a voz para não demonstrar que estava ansiosa
-seu cabelo é natural?- ela joga o caroço dentro do cinzeiro, o mesmo em que ela apagou o cigarro que fumava a momentos atrás
-sim senhora- caio entra na sala com as coisas e coloca sob a mesa
-comam antes que esfrie- ela corta o primeiro pedaço e coloca no prato de Caio- Lucas, você quer refrigerante?
-pare de me chamar de Lucas- ele fala com a cabeça baixa
-vou chamar você como eu quiser- ela coloca o refrigerante- cale sua boca e coma
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Amor De Traficante
Teen FictionAos 19 anos Lívia é submetida a sua pior experiência de vida, mas isso só deixou mais claro o quão forte ela é. Dada como uma forma de quitar uma dívida de seu pai, Lívia foi morar com um dos traficantes do Rio de janeiro. Um homem machista, agressi...