Cavaleiros de Dragões

Cap 29

Kady lhes contou o resto da história, que se resumia em como chegou na Base dos Cavaleiros e depois de um tempo conheceu Bizza, virando um membro oficial dos Cavaleiros de Dragões.
O feitiço que lhes ensinou no fim da aula era um encanto para transformar objetos em animais, que Edward não tolerava de jeito nenhum.
   —Tentem agora com... —Kady olhou em volta procurando algo pra transformar e encontrou uma espada de exercício, que era nada mais que uma espada de madeira de carvalho para praticar. —Aquela espada.
Pegou o objeto e explicou como se concentrar melhor, e pediu que Jenny tentasse. A tentativa foi completamente fracassada, o objeto nem se mexeu quando Jenny falou se concentrando:
   —Nàviska!
Ela olhou sem graça para a espada na mão de Kady e ela consolou a gêmea.
   —Quase nunca funciona na primeira tentativa, então todos poderão tentar três vezes.
Kenny foi a próxima, e quando disse "Nàviska", Kady deu um berro agudo quando segurava em vez de uma espada de exercício, uma cobra esverdeada de olhos vermelhos que sibilou furiosa ao ser lançada longe por Kady. A Cavaleira disse algumas palavras rispidamente e a cobra voltou a ser uma espada de madeira.
Todos olhavam Kenny em silêncio, e Kady a encarou assustada.
   —Muito bem Kenny! —Elogiou ainda se recuperando do susto e voltou para pegar a espada.
Isso é estranho... Pensou. Como ela conseguiu fazer o feitiço imediato sendo que nunca usou magia antes?
Ela voltou com a espada e a colocou no chão, só por segurança, e disse:
   —Como nunca tiveram contato algum com magia, vou lhes dar estas gargantilhas.. —Ela andou até um lado da sala onde abriu a gaveta de um armário e tirou várias gargantilhas pretas de dentro, com um pingente de prata costurado ao tecido. —... Que ajudarão sua magia a se manifestar. Elas também servem, em alguns casos, a controlar a magia, como no caso de um mago inexperiente, mas poderoso que não consegue controlar a corrente de poder que possui.
Cada um pegou o objeto e o colocou no pescoço; Anastácio sentiu um arrepio percorrer sua pele, como uma minúscula descarga elétrica e olhou de lado para os outros, ninguém pareceu sentir algo, só Kenny olhou suas mãos como se não enxergasse direito. Kady abriu outra gaveta e tirou alguns livros colocando-os na mesa e falou:
   —Vou dar um livro pra cada um e quero que tentem três vezes enfeitiçá-los e reverter o encanto logo em seguida. Após transformar o livro, digam Ahmedr'n Viska, que vai reverter o encanto.
Agora com as gargantilhas ajudando, os aprendizes conseguiram um após o outro realizar o encanto. Jack olhou fascinado para o seu livro, agora um lindo e elegante faisão.
   —É meu animal preferido! —exclamou Anastácio reparando na transformação de Jack. Kady sorriu e disse:
   —Na maioria das vezes, esse encanto tem relação com algo pessoal da pessoa que proferiu o encanto, animais que representam algo importante que aconteceu ou uma lembrança muito boa pra essa pessoa, e às vezes algo em relação a acontecimentos futuros. E vamos considerar que muitos animais têm significados.
Jack avermelhou até a raiz do cabelo e deu uma risada sem graça, enquanto Anastácio tentava ligar uma coisa à outra. Meu animal preferido... Jack...
   —Ah... —Ela desviou o olhar constrangida e voltou a atenção para os outros: Kenny e Jenny tinham o mesmo, um buldogue francês branco com manchas castanhas; Patrick tinha um bichinho branco com asas de penas, cabeça com formato da cabeça de um tigre assim como as patas de felino e uma cauda peluda e grande.
   —Ah, isso é uma Séquila! —Disse Kady ao vê-lo. —Criaturinhas adoráveis.
Anastácio sorriu e olhou para o seu, mas franziu as sobrancelhas. O livro estava ali ainda, mas parecia estar queimando de dentro pra fora, fumaçando e se desfazendo aos poucos.
   —Ai Zeus! Kady!
A Cavaleira se debruçou por cima da mesa olhando o livro se desfazer em cinzas e disse várias palavras estranhas, mas nenhuma delas pareceu funcionar.
   —Estranho... —murmurou e se voltou para os outros.
   —Revertam o feitiço. A aula acabou.

∆

Anastácio estava deitada na cama, acariciando o focinho de Zimäh, deitado com a cabeça ao lado da cama.
   —Como foi o dia Zimäh? —Sussurrou encarando seus olhos esmeralda brilhando na escuridão.
Chato.  Ele disse. Eu quase matei aquela elfa arrogante e estúpida.
Anastácio suspirou. Queria muito conhecer um elfo. Naquele dia, enquanto ela estava na aula de magia recitada, Zimäh teve que ir com os outros dragões novatos para o território élfico ali perto, para fazer um "teste", que todo dragão fazia após ser destinado a um novo Cavaleiro. Consistia em testar suas habilidades de batalha, vôo e defesa, feito pelos elfos por causa da percepção e reflexos sobrenaturais que eles possuíam.
A elfa que me montou era a pior coisa que eu já vi, Anastácio. Ela me tratou como se eu fosse dela, como se eu fosse seu escravo obrigado a obedecê-la. Aquele sorriso arrogante quando nós pousamos... Aquela expressão de quem estava domando o dragão mais selvagem que existe...
Anastácio sentiu Zimäh estremecer de raiva e seus olhos faiscarem ao seu lado. Ela passou a mão em seu queixo escamado e sussurrou:
   —Ela não sabia com quem estava lidando. Ela é exibida, só por que montou o temido dragão renegado e todos têm medo dele... Mas logo saberão quem é sua verdadeira Cavaleira.
Zimäh soltou um barulho contente da garganta e logo Anastácio percebeu que havia adormecido.
Mas ela ficou acordada por um longo tempo, até escutar uma batida na porta. Seu coração quase parou quando se levantou rapidamente ficando sentada. A batida soou de novo e Anastácio olhou pra Zimäh, ele estava de olhos abertos.
É Jack. Ele disse calmamente.
Anastácio franziu as sobrancelhas e ia perguntar como ele sabia, quando lembrou que dragões falavam telepaticamente. Jack devia ter lhe avisado ali da porta sem nem abrir a boca.
   —Eeh... Anastácio? —Sua voz veio abafada pela porta e Anastácio foi até lá, mesmo estando de camisola. Ela abriu e encarou Jack, um pouco mais alto que ela.
   —Sim?
   —Eeh, então.. Acordada...?
Anastácio levantou uma sobrancelha, que pergunta idiota, mas não disse nada.
Dá na cara dele. Disse Zimäh fazendo ela sorrir. Jack sorriu de volta passando a mão no cabelo rebelde e falou com um sorriso torto:
   —Foi mal, pergunta idiota. É, então.. Posso te mostrar uma coisa...?
Não. Jack se encolheu ao ouvir a voz do dragão e olhou para dentro do quarto, onde Zimäh estava.
   —Posso Zimäh..?
Pode.
   —Obrigado.
Anastácio foi puxada pra fora antes que pudesse reagir.

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Fala pessouasss
Tudo bem? Q bom, comigo não!
Espero q estejam gostando! Feliz Natal bem atrasado (já ta quase p ano novo 😂 ) e espero que tenham um ótimo réveillon! <3