Fim

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Os dragões levantaram vôo ao sinal de Edward, atravessando a Janela do Tempo que os levaria de volta para Sília, para o castelo, quando o sol da manhã começava a surgir no horizonte. Os quatro magos restantes de Kassandra permaneceram na Planície junto com o exército, e Luana deixou sua principal conselheira no comando, acompanhando os Cavaleiros e Dragões de volta ao castelo.
Anastácio observava preocupada uma carruagem abaixo deles atravessar a Janela do Tempo e tomar uma estrada para longe do castelo. Algum tempo depois que se prepararam para voltar a Sília e os magos iniciaram o encanto para abrir a Janela, Shilamir veio conversar com Anastácio e os outros três jovens Jenny, Patrick e Persiana, dizendo que Jack e Kenny estavam com ferimentos mais sérios do que imaginavam após terem feito contato com Anastácio na tentativa de tirá-la do transe da maldição, e teriam que ser encaminhados para um hospital da capital assim que voltassem para o castelo. A reação dos aprendizes foi de muita preocupação, mas Shilamir e Edward os acalmaram dizendo que eles se recuperariam com o tratamento adequado.
Agora a carruagem que seguia abaixo dos dragões, já sobrevoando a cidade de Sília, se distanciava cada vez mais até que desapareceu de vista e os dragões pousaram exaustos no enorme pátio do castelo, sendo recebidos com aplausos e gritos vindos da cidade e os guardas levantaram suas espadas e escudos em respeito e admiração. Logo foram escoltados para o castelo por empregados, curandeiros e guardas e os dragões foram levados para o palácio dos dragões - um lugar no castelo reservado exclusivamente para os dragões - por um grupo de curandeiros para tratar de seus ferimentos e seu cansaço.
Luana foi recebida pela Condessa Elay, do leste, que Kassandra deixara no comando do castelo durante a batalha na Planície dos Pesadelos e os Cavaleiros foram levados à enfermaria do castelo, apesar de terem curado os piores ferimentos antes de partir da Planície, estavam exaustos e tensos da batalha contra Saguhr.
Algumas horas depois de sua chegada no castelo, Luana convocou os Cavaleiros e Dragões para o salão de reuniões para uma rápida conversa. A Condessa Elay e o segundo conselheiro de Kassandra estavam sentados à grande mesa do salão ao lado de Luana quando os Cavaleiros e Dragões chegaram, a Princesa ainda vestia sua armadura, porém esta estava limpa e brilhante, e sua grande espada descansava encostada ao lado de sua cadeira. Como era tradição na Terra da Geada, um herdeiro após a morte do rei/rainha e antes de ser coroado o novo governante, portava uma capa negra, que era símbolo de seu luto e ao mesmo tempo de sua ida para o trono. A capa negra destacava a pele pálida de Luana e a deixava com uma aparência terrivelmente triste e cansada, e quando os Cavaleiros e Dragões a reverenciaram, ela respondeu com um breve aceno da cabeça, na qual repousava sua fina tiara prateada de Princesa.

 A capa negra destacava a pele pálida de Luana e a deixava com uma aparência terrivelmente triste e cansada, e quando os Cavaleiros e Dragões a reverenciaram, ela respondeu com um breve aceno da cabeça, na qual repousava sua fina tiara prateada de...

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—Agora que estão aqui, tenho algumas notícias para dar... —disse Luana, apoiando os cotovelos na mesa e olhando para todos ali presentes. —Enquanto estávamos na Planície, foram vistos monstros e sombras pelo povo em várias cidades, não apenas dos estados do norte na fronteira das monanhas, mas também no interior do país. O que me levou a pensar que o único problema possível poderia estar nas fronteiras dos Quatro Reinos, normalmente protegidas pela magia dos Quatro Deuses.
—Altez.. Digo, Majestade, —questionou o conselheiro, Fahd. —Está dizendo que as fronteiras estão enfraquecidas o suficiente para possibilitar a entrada de criaturas das trevas?
—Isso não é possível.. —Edward começou, mas foi interrompido por Luana quando esta disse em tom preocupado:
—Exato. Isso não é possível, a não ser que alguém chegue à fonte mágica da Terra da Geada e remova seu núcleo, neste caso a Jóia da Lua.
Começaram murmúrios entre os presentes, discutindo que nenhum mortal podia tocar em um núcleo da fonte de poder de um dos Quatro Reinos, que isto nunca havia acontecido e outras coisas, até que Luana se levantou abruptamente.
—Silêncio.
Os presentes se calaram imediatamente e Luana se sentou, perfurando-os com o olhar, até que se manifestou novamente:
—A Jóia da Lua já foi roubada uma vez, apenas uma vez na história, mas isso não quer dizer que não possa acontecer outra vez.
Luana suspirou ao ouvir os murmúrios de Cavaleiros e conselheiros e prosseguiu:
—Já mandei um grupo de rastreadores para Khalízin, onde está nossa fonte mágica e espero resultados do problema para, pelo menos, daqui a dois dias. Se a Jóia estiver mesmo desaparecida, teremos que mandar os Cavaleiros de Dragões e as tropas de caça para procurá-la e recuperá-la se não quisermos também ter problemas com os outros reinos.
Edward coçou a barba pensando nas palavras de Luana e perguntou:
—Majestade.. O que quer dizer com os problemas quanto aos outros reinos?
Entendam... Seth se pronunciou, atraindo os olhares de todos. Cada um dos Quatro Reinos possui uma fonte poder no formato de uma jóia que está inserida em algo como, no caso da Terra da Geada, uma grande árvore. Essa jóia protege as nossas fronteiras com sua poderosa magia, impedindo a entrada de magia negra e seres das trevas. Porém, as jóias agem em conjunto, então se uma delas for tirada de seu hospedeiro, como a Árvore da Terra da Geada, as outras três também serão afetadas, enfraquecendo as fronteiras de todos os Quatro Reinos.
Luana bateu na mesa num gesto nada elegante, assustando os presentes, se levantando e estendeu a mão na direção de Seth, dizendo em tom satisfeito:
—Um dragão sensato!

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