Enquanto lutava em sua nova posição na linha de frente, Anastácio percebia horrorizada como era estar no centro de uma batalha, centenas de homens e cavalos morrendo à sua volta, lutando fortemente contra vários inimigos ao mesmo tempo enquanto flechas negras e venenosas dos Citras zuniam do céu e os Cavaleiros de Dragões lutavam a dezenas de metros acima de suas cabeças.
A rainha e seus guerreiros lutavam mais à frente, tendo como principal alvo Saguhr, a rainha e o traidor lutando de igual para igual, era impossível dizer quem era melhor na espada, enquanto os conselheiros e guerreiros de Kassandra já tinham um nível visivelmente mais alto que os guerreiros de Saguhr, conseguindo lidar com vários de uma vez cada um.
Anastácio cerrou os dentes, segurando sua espada com força enquanto Zimäh atropelava seus inimigos furiosamente, abocanhando, mordendo e queimando tudo que entrasse em seu caminho, soltando todo o ódio acumulado e guardado por anos no peito. Os soldados e guerreiros que lutavam ao seu lado já haviam se afastado vários metros do dragão prateado, visto a chacina que este fazia, e tentando evitar ser parte dela. Mas a cada golpe pareciam aparecer mais monstros, cada vez que Zimäh derrotava dezenas deles, surgiam mais e mais e Anastácio começou a achar que eles eram infinitos. Enquanto seu dragão destruía os monstros e homens inimigos à frente, a garota iniciou uma luta árdua contra os seres da tempestade, Citras e outros monstros alados, que vinham atacar pelas costas. Anastácio encaixou os dois pés firmemente na sela e segurou a espada com as duas mãos, golpeando e defendendo com força com os maxilares cerrados.
De repente, quando havia acabado de derrotar vários de seus oponentes, sentiu uma dor latejante na lateral da cabeça, fazendo sua vista embaçar e ela perder o equilíbrio por alguns segundos. Anastácio sentiu seu corpo ser arrancado da sela e lançado longe, ricocheteando no chão duro algumas vezes e então parar de barriga para baixo com os olhos apertados de dor. O elmo que usava havia caído de sua cabeça na queda e Anastácio gemeu de dor ao tentar se levantar no mesmo momento, sentindo seu braço ceder com o peso do corpo. Ela havia esperado que fosse despedaçada pelos monstros instantaneamente quando atingiu o chão, mas ao se erguer com dificuldade agradeceu silenciosamente aos soldados que haviam se juntado à sua volta para lhe dar tempo de se levantar e continuar lutando.
Seu braço doía horrores, mas Anastácio deu um jeito de tirar o escudo prateado de suas costas e se juntar novamente à batalha, agora separada de Zimäh. Os rugidos, guinchos, barulhos de metal contra metal e gritos de dor e raiva ensurdecedores a haviam colocado num estado de medo que a distraiu no momento em que caiu das costas de Zimäh, fazendo-a se perder completamente de seu dragão, o reconhecendo apenas vários minutos depois, a aproximadamente 15 metros de distância.
Anastácio agora lutava sozinha, a espada e o escudo em punho, tentando se aproximar de Zimäh novamente, o medo crescendo no peito, cercada de monstros, soldados e barulhos altos de batalha. Um guerreiro havia se juntado a ela depois de algum tempo e agora lutava às suas costas, defendendo sua retaguarda e vice-versa enquanto tentavam fazer um caminho até Zimäh.
—Cavaleira, use magia! —o homem gritou, quase inaudível sob o barulho da batalha e Anastácio arregalou os olhos, balançando a cabeça com veemência:
—Eu não posso!!
O guerreiro franziu as sobrancelhas, mas não teve tempo de questionar; um monstro humanoide de quase dois metros de altura e espinhos nas costas o golpeou nas costelas com as enormes garras, fazendo o homem desabar com um grito no chão, e Anastácio segurou sua espada com força, o coração martelando contra o peito. O guerreiro ainda estava vivo, mas não por muito tempo. A criatura rugiu, Anastácio viu-a erguer o braço escamado, as garras prontas para atravessar o corpo caído no chão, sua mente covarde a mandando correr. Mas não havia para onde correr. Ela estava cercada de monstros, cenas de batalha e morte, e o mínimo que podia fazer era lutar.
—Ei!! —Anastácio gritou, os olhos arregalados de medo voltados para a criatura. —Olha eu aqui, rapáh!!
Ela deu um grito estridente quando uma lança atravessou o monstro e seu corpo ensanguentado caiu no chão, errando o guerreiro caído por um triz e exibindo um soldado que a olhou assustado.
—Você é louca?!
Anastácio não teve tempo de responder. Uma rajada de fogo passou por ela e Zimäh estava ao seu lado, os olhos esmeralda em puro fogo e seu rabo se enroscou na cintura de sua Cavaleira, colocando-a sobre as costas num rápido movimento.
Você está bem?!
Estou! Apenas alguns arranhões!
Zimäh varreu o campo á sua volta com um golpe e Anastácio lançou um último olhar para o guerreiro caído, antes de o dragão levantar vôo. O homem não havia se mexido e uma sensaçao de fracasso tomou conta de Anastácio.
Depois que Zimäh destroçou metade dos monstros na linha de frente os soldados estavam em vantagem e avançavam com confiança no exército inimigo. Zimäh sobrevoou o campo de batalha à procura de um ponto onde o exército aliado estivesse mais vulnerável, e Anastácio aproveitou o momento para assistir à batalha de cima. Não era uma vista muito agradável, mas por enquanto não havia um vencedor certo, os monstros apesar de mais fortes e maiores que os soldados em armaduras prateadas e douradas, estavam em menor número e não eram páreo para os magos que lutavam ao lado da rainha.
Zimäh, ali! Anastácio mostrou um ponto à direita, no meio da batalha, onde uma horda de kankyrs se lançava em cima dos soldados, que tentavam, em desespero, defender o ataque. Zimäh desceu, já se preparando para lançar fogo, e Anastácio segurou seu escudo com força.Kenny e Jenny juntaram-se a Luana assim que o mestre de guerra mandou, e davam cobertura para a Princesa com o dragão de duas cabeças. Quando viu que Kenny era forte em magia, Luana a fez seu "braço direito", enquanto voltava a lutar apenas com a espada, esquecendo a magia por um tempo e deixando essa parte para a garota. Depois de um tempo os inimigos começaram a recuar, e Luana levou Aska para longe da batalha por um tempo, para um lugar perto do exército aliado, onde estava um dos comandantes das tropas reais.
—Sir Janos!
—Alteza! —o homem a reverenciou brevemente e olhou para o dragão de duas cabeças ao seu lado. —Como anda a batalha?
—Nada mal, mas também nada bem. Há um ponto mais vulnerável que tenha observado?
O guerreiro balançou a cabeça, mas apontou para a linha de frente e a luta entre os Cavaleiros e Sam com Pikan, dizendo depois de um tempo:
—Eu aconselho lutar ao lado da Majestade Kassandra, Vossa mãe..
Luana se voltou para Aska e as gêmeas e impeliu seu cavalo de volta para a batalha, sem esperar mais palavras de Sir Janos, que ficou para trás.
—Vamos garotas. Estejam atentas o tempo inteiro, até então estávamos longe da linha de frente. Se preparem para uma batalha mais complicada de agora em diante.Em breve capítulo novo, vou tentar terminar o mais rápido possível
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Cavaleiros de Dragões
مغامرةLIVRO 1 Os Quatro Reinos fazem parte de um mundo místico, onde magia, dragões e elfos são parte do cotidiano das pessoas. Os lendários Cavaleiros de Dragões, guerreiros poderosos e dragões que servem como força de batalha à rainha Kassandra do terce...