Persiana e Olho de Tigre

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Persiana também era Cavaleira, porém já formada apesar de sua pouca idade, mas inacreditável habilidade de batalha e magia recitada, o que a formou Cavaleira oficial muito antes de Jack.
Porém, seu dragão Olho de Tigre havia desaparecido misteriosamente depois de uma batalha contra Saguhr a mais ou menos quatro anos, e depois disso ela decidiu se tornar guardiã no mundo mortal.
Seu cabelo azul natural era resultado de sua mãe ser uma maga celestial, que recebeu o poder divino dos deuses como magia de combate, mas morreu alguns anos depois numa luta contra uma guilda de magos rebeldes.
Magos celestiais surgiam de aproximadamente vinte em vinte anos, e têm um poder muito acima de qualquer outro dos seis tipos de magos existentes (serão explicados no início do treinamento de Anastácio) por receberem os poderes de vários ou todos o deuses.

Edward observava os aprendizes com John e Dina na arena, e olhou para Mei, a garota alta de mais ou menos treze ou quatorze anos, magra que mal conseguia segurar uma espada.
John tentava lhe ajudar a levantar o ânimo com piadas sobre guerreiros fracassados, e ela até dava unas risadas, mas não mudava o fato.
O líder foi até lá, uma vaga ideia surgindo na mente, e chamou John por um momento.
-Senhor?-ele perguntou e Edward apontou para Mei na arena de combate, que agitava o rabo furiosamente após tentar levantar um escudo.
-Leve a garota magra para arena de arco e flecha. Você já tentou?
-A Mei? -John perguntou confuso. -Mas um arco de batalha exige no mínimo a mesma força que levantar uma espada pesada!
Edward sorriu considerando a questão, mas tinha outra ideia em mente.
-Sim, mas exige outro equilíbrio do que levantar e manter a espada pesada. Pode ser que o problema da magrela seja a força de manter a espada equilibrada e usá-la a seu comando. Talvez ela se dê melhor no arco. É só uma hipótese, mas tente.
John pensou que talvez o líder pudesse ter razão. Apesar de ainda não ter chegado em arco e flecha no treinamento dos quatro, iria falar com Dina, e poderiam começar logo.
-E comandante... -Chamou quando Edward se virou para ir. -O nome da magrela é Mei.

Anastácio e Jack estavam na clareira da cachoeira observando os dois dragões brincarem na água como dois filhotes .
Jack contava a história de como havia virado aprendiz de Cavaleiro quando encontrara o ovo de Syla num rio, diferente de todos os outros, que foram escolhidos por dragões crescidos.
Ele levou para casa sabendo que era um ovo de dragão, e depois, sem saber o que fazer com ele, o entregou para os Cavaleiros por meio de seu pai, que trabalhava como comandante da guarda na Base deles.
Porém, meio ano depois seus pais foram assassinados, e Edward adotou-o sob a promessa que tinha feito aos seus pais de cuidar dele e ensina-lo a lutar. Depois Syla nasceu e escolheu Jack depois de poucos meses e ele a criou até ter tamanho suficiente para ser montada.
Diferente de Anastácio, ele havia crescido na Terra da Geada, então ela lhe contou como era sua "terra natal" e ele ficou maravilhado com o fato de não existir magia no mundo em que Anastácio foi criada, e as pessoas se virarem tão bem sem precisar dela.
De repente ele levantou a mão e os dragões também pararam, com os olhos abertos e atentos.
-O que...
-Ouça! -Disse Jack ouvindo um rugido ao longe, mas sabendo que não era de nenhum do dragões conhecidos.
Anastácio se levantou também ouvindo o rugido, e Syla e Zimäh pousaram ao seu lado.
-Temos que avisar Edward! -disse Jack, já montando nas costas de seu dragão, mas Anastácio o segurou.
-Espera! E se, o que quer que seja estiver precisando de ajuda? Pra mim parecia mais um grito de dor!
Jack a olhou hesitante, mas balançou a cabeça falando:
-Pode ser uma armadilha! Além disso não temos permissão de agir sem a autorização de um Cavaleiro.
E acrescentou hesitante:
-Pode ser perigoso...
Anastácio olhou na direção do rugido quando ecoou outra vez.
-E daí? E se não for?
Mas quando ela olhou de volta para Jack e Syla, a pedra estava vazia e os dois eram um ponto grande e vermelho se afastando em direção à Base.
Ela bufou irritada e subiu nas costas de Zimäh.
-Vamos ver quem é que precisa de autorização.
Zimäh levantou vôo na direção do rugido, que agora parecia vir de uma pequena clareira à mais ou menos um km da Base.
O coração de Anastácio acelerou quando chegaram perto e a criatura rugiu varias vezes seguidas, num misto estranho de dor e raiva.
O dragão planou para a clareira, contornando em círculos no ar, e soltou um breve rugido. Anastácio percebeu uma mínima mudança em seu jeito e perguntou:
-Zimäh o que foi...?
Então ela viu a criatura na clareira, lutando e se debatendo debaixo de uma rede de guerra de fios de aço.
Um dragão! Pensou surpresa e entendeu o comportamento agitado de seu dragão. Ele havia sentido o cheiro do outro e estranhou-o.
Era um dragão negro de aparência ameaçadora, mas machucado em várias partes do corpo. Enquanto ele se debatia debaixo da rede de guerra, Zimäh pousou e deixou Anastácio descer.
Cuidado Anastácio, Advertiu-a. Dragões não são fáceis de acalmar depois de um momento de fúria ou medo. Não sei o que aconteceu, ma ele está em choque.
Zimäh pensou já ter visto aquele dragão, antes da morte de Ivan, mas não se lembrava...
Anastácio se aproximou com cuidado, contornando o dragão, que rosnava encarando ela dos grande olhos amarelos, sem se mexer.
Quem é você? Ele rosnou, e Zimäh rosnou alto de volta, mas Anastácio respondeu:
-Meu nome é Anastácio, e eu sou aprendiz de Cavaleiro de Dragão. Este é Zimäh.
Anastácio, isso pode não ser uma boa ideia, não sabemos se ele é aliado do inimigo...
Zimäh...? O dragão negro voltou a cabeça na direção de Zimäh, a boca ainda semi aberta. Os olhos cor de esmeralda eram duros e frios como gelo, e uma estranha sensação de pânico invadia quem os encarasse.
Parecia que o dragão desconhecido ia dizer algo, mas se encolheu de dor e rugiu, e Anastácio perdeu o contato de sua mente.
-Zimäh, o que a gente faz?-Ela perguntou assustada, vendo o dragão se debater e soltar sons de dor.
O dragão encarou sua Cavaleira pensando desesperado, enfim disse:
Se os quartos ainda forem do mesmo jeito na Base... Anastácio o olhou surpresa. ...Tem poções mágicas de cura lá!
Anastácio correu para perto do dragão negro, ignorando o aviso de Zimäh:
A

nastácio, cuidado!
Quase ao mesmo tempo a cauda do dragão chicoteou o ar, descontrolado de dor, e raspou o rosto de Anastácio, que gritou assustada, um fio vermelho marcando sua pele branca. Zimäh ameaçou avançar, mas ela levantou a mão dando a entender que estava bem. Ela falava com o dragão, e com muita força de vontade colocou a mão sob seu enorme focinho quando ele se acalmou razoavelmente.
-Qual seu nome?
O dragão hesitou, mas enfim disse com esforço:
Olho de Tigre...

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