Batalha

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Luana fitava o exército negro à sua frente com olhos de fogo por baixo de seu elmo de guerra, e Kassandra teve uma leve preocupação de que a filha se lançasse como um furacão para as fileiras inimigas assim que tivesse a oportunidade.
A rainha estreitou os olhos quando o exército inimigo parou a pouco mais que duzentos metros adiante, e os monstros e homens se separaram para deixar seu líder passar. Um homem alto e musculoso, de armadura negra e vestes vermelhas por baixo, cicatrizes marcando a pele escura embaixo do elmo negro e os olhos frios de um assassino. Seu cavalo castanho escuro dava passos inquietos de um lado ao outro e sacudia as rédeas nervoso, nuvens de vapor saindo de suas narinas. A voz grave com tom inconfundível de sarcasmo atravessou o campo que separava os dois exércitos, se voltando para Kassandra:
—A quanto tempo, Majestade...O trono está confortável?
—Não sinto necessidade de respondê-lo, inimigo da paz. —Kassandra retrucou gélida, os olhos perfurando o exército inimigo. —Em vez disso dou a você e seus homens uma última chance de render-se e assim evitar grande derramamento de sangue, aceitando o julgamento que lhe é devido.
—Há! —Saguhr deu um riso sarcástico e olhou para trás, onde estavam seus homens, montados em bestas do tamanho de cavalos, com chifres e garras negras saindo do corpo escamado e vermelho vinho. Os homens exibiam sorrisos arrogantes e até raivosos nos rostos, e Kassandra sentiu o peito apertar ao pensar no que os teria levado a trair o reino para se subordinarem a um homem como Saguhr.
—Primeiro.. —a voz ecoou novamente até eles. —.. Que tipo de rainha é você, Kassandra, levando crianças à guerra?! Que tipo de soberano arrisca a vida de adolescentes para proteger o próprio trono? Isso não é ridículo?!
A rainha cerrou os dentes, tinha que aguentar o fardo, ela havia os levado até ali, e pelo simples fato da força dos dragões. Os jovens poderiam morrer naquela batalha e o reino carregaria para sempre a culpa de vidas inoscentes terminadas pela ambição de vencer a batalha de sua rainha.
Edward observava o inimigo de olhos semi cerrados, constatando com satisfação que Saguhr exibia uma expressão frustrada e raivosa no rosto, quando sua voz ecoou novamente pelo campo que separava os dois exércitos:
—Parece que seu espião a mantém informada, Majestade.
Enquanto dizia isso, Saguhr praguejou internamente, queimando seus neurônios atrás da resposta de quem poderia ser o espião. Ele havia observado e acompanhado cada um de seus três conselheiros cuidadosamente, à espera de qualquer sinal que pudesse denuciá-los, mas nenhum deles sussurrou sequer uma palavra nem mesmo em sonhos que pudesse dar qualquer rastro do espião.
Seu rosto ardeu de fúria quando Kassandra deu um belo sorriso e a Princesa Luana escondeu uma risada. Os monstros guincharam, respondendo à onda mental de raiva e frustração de seu líder, até que ouviram novamente a voz da Rainha:
—Você não quis dizer espiã?
No primeiro momento, um único nome lhe veio à mente e seu rosto se contorceu num grito furioso, veias pulsaram em sua têmpora enquanto os monstros avançavam, os homens gritaram e ergueram suas armas, as criaturas da tempestade fecharam suas asas, disparando num arco mortal contra o exército dourado. No vazio cego e negro de seu cérebro, o nome ecoava e enchia sua mente, o nome da elegante e bonita conselheira que o serviu fielmente durante todos os cinco anos de batalha contra o reino, perfeita estrategista que fez surgir nova esperança no inimigo com um plano tão perfeito, cada passo friamente calculado, do início ao fim. Calissa. Tão bela, fiel e inteligente, uma estrategista de elite que o ajudou a criar todo o plano de invasão e batalha que garantiria sua vitória num único passo.
Sua raiva explodiu num grito furioso e Saguhr desembainhou sua espada negra, cego de ódio impelindo seu cavalo furiosamente para frente, viu a rainha arregalar os olhos e sua boca se mexer gritando e então sua mão disparar para o alto e para a frente, o sinal de avanço do exército.
Os Cavaleiros observavam o exército inimigo por meio de encanto de ampliação, e empunharam suas armas em alerta quando Saguhr captou a mensagem que revelava a identidade do espião e rugiu "ATAQUEEM!" para o seu exército, os monstros rugindo e avançando, diminuindo o espaço entre os dois exércitos. Kassandra empunhou sua espada real e esporeou seu cavalo depois de gritar com raiva:
—Se quer tanto assim justiça, ao menos respeite as regras de uma batalha pela justiça!!

O momento da batalha finalmente havia chegado e os dois exércitos se movimentavam ameaçadoramente diminuindo o espaço que os separava pouco a pouco. Anastácio sentiu o coração acelerar no peito e olhou para a frente, procurando um ponto que a distraisse dos primeiros momentos. Olhou para cada Cavaleiro e seu dragão lá na frente, as enormes bocas dos dragões se abrindo e lançando enormes colunas de fogo sincronizadamente nas fileiras inimigas no momento em que a rainha deu a ordem de avanço.
Edward estava no meio, vestindo uma armadura dourada completa com grandes grilhões nas ombreiras e sua espada em punho ao lado do pescoço de Garra de Prata. O dragão, assim como todos os outros, trajava uma armadura prateada que encaixava perfeitamente em todos os chifres e espinhos em seu corpo escamado e cobria toda a extensão das costas, pescoço e cabeça. Os outros Cavaleiros vestiam armaduras prateadas assim como seus dragões. Kady estava de cabelo solto, deixando-o escorrido pelos ombros por debaixo do elmo de guerra, e Dina havia prendido seu cabelo prateado num rabo de cavalo que saía elegantemente de uma abertura em seu elmo. Cada um tinha suas armas em mãos, Edward uma larga espada de dois gumes, Shilamir um machado de duas lâminas, Kady uma espada de duas mãos com antigas escrituras talhadas no aço, Dina uma espada mais curta com garras pontudas na lâmina e John uma semelhante à do líder.
Finalmente os dois exércitos se encontraram, iniciando a batalha que esperara tantos anos para decidir o destino da Terra da Geada. Iniciou-se uma luta feroz entre Kassandra e Saguhr, espada contra e espada enquanto os exércitos se chocavam. Garra de Prata levantou vôo seguido dos outros, lançando enormes jatos de fogo nos inimigos, os cinco magos lançavam seus encantos nas primeiras fileiras e deixavam os soldados cuidarem das próximas.
Luana se lançou na luta com seu cavalo de batalha como um furacão, sua espada disparando de um lado ao outro sem dar tempo aos inimigos de se proteger. Luana sorriu sombria e ergueu sua espada, dizendo em voz alta a palavra escrita na lâmina na língua antiga dos Quatro Reinos:
—Fjerna' ghen!!
O ar em volta da espada tremulou, soltando fagulhas e ondas de chamas esverdeadas, explodindo numa aura verde azulada de poder e o sorriso da princesa aumentou numa expressão vitoriosa. Luana baixou a espada, deixando-a liberar sua energia, rindo ao testar seus novos limites e uma completa fileira de monstros foi eliminada, deixando um rastro largo no chão de terra e grama alta, agora inexistente.

Hello guys!
Desculpa a demora pra postar esse capítulo, mas finalmente taí né. Espero que estejam gostando como sempre, não pare de ler e não esqueça de curtir e comentar o que estão achando, se estão shippando alguém XD hehehe, ou qualquer outra coisa, sintam-se à vontade para deixar críticas, enfim, até o próximo capítulo!

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