Meio-Sangue Normal(Concluída)

Capitulo 14-Por do Sol

•Clary•
Senti cheiro de café fresco.
Acordei e estava no meio da tarde.Ainda tonta,tentei levantar mas ficou tudo preto e voltei.
Dessa vez não tinha ninguém comigo.
Respirei fundo e sentei,não aguentava mais aquela enfermaria,procurei por meus sapatos e sai.
O Sol já estava se ponto a oeste,e a tarde parecia tranquila,silenciosa.
Cheguei no meu Chalé e como esperado,estava sozinha.Joguei a jaqueta em cima da cama e fui tomar um banho.
Deixei a água cair por vários minutos,controlando minha respiração e as batidas do meu coração,me concentrei no cheiro do shampu e tive que não pensar na adrenalina daqueles dias,se não teria que repetir tudo de novo.
Me arrumei e coloquei uma manta,estava com frio,e aquilo não era normal,devo estar com febre por causa do ferimento no meu braço, que nem dava sinal de cura,só latejava e ficava vermelho,o que era muito chamativo pra minha cor de pele,pálida como a neve.
Sentei ao Sol,os campistas estavam fazendo milhares de coisas aleatórias. Treinando e arrumando coisas,os de Hefesto montavam algo,não tive interesse em saber o quê,precisava urgente de privacidade,de paz.
Fechei os olhos e respirei fundo,de novo,mas desta vez veio um cheiro muito forte de flores,tão forte que abri os olhos e assustei.De pé ao meu lado,Nathan segurava uma flor branca,com pontinhos vermelhos por dentro e três anteninhas ligadas a raiz.
Sorri e peguei a flor,cheirei ela novamente e gravei isso a minha memoria,enquanto isso Nathan se sentava ao meu lado no banco.Respira fundo antes de falar,dando uma piscada demorada e olhando os últimos raios de Sol.
—É uma Iberis,significa indiferenca.
Rio.
—Indiferença não é uma palavra que se aplicaria a nós. É linda.
Ele faz um aceno,como um"dinada",e continua:
—O dia está tranquilo hoje,é bom todos relaxarem pra amanhã na captura.
Com isso eu parei a respiração.Eu apaguei no dia em que anunciaram oficialmente a captura,que foi a...seis dias atrás?!Eu apaguei por quase...UMA SEMANA?!!
Nathan ri de meu desespero.
—Fica tranquila,não perdeu nada.Ficamos do mesmo jeito que agora,só que cuidando de você de vez enquanto e treinando mais.
Nossa,agora piorou de vez!
—Ah céus!Eu não treinei!Como vou participar se nem sei me defender direito?—apoio os cotovelos nos joelhos e coloco a cara entre as mãos, quão humilhante e bagunçado aquilo ficara.
Nathan começa a rir,o que me faz levantar e olhar pra ele,com olhar frio.
—O que é engraçado?—pergunto com a voz mais dura que consegui,o que não foi muito.
—Precisa se acalmar Clary!É só uma captura.O engraçado é a parte de você se preocupar tanto com isso quando tem outros em missões lutando contra gigantes com hálito de azeitona.
Aquilo me fez rir,fazia sentido.
—Você tem razão,espero ficar com um posto baixo,que nem chegue a atacar.—apoio a cabeça no encosto do banco e fechei os olhos novamente,inspiro e isso causa arrepios,fecho minhas mão em punho.—Esta ficando frio,não sei o que tem de errado comigo.
Por um momento ficou tão silencioso que achei que Nathan tinha ido,até sentir algo quente em minha mão,algo não,alguém,depois dedos entrelaçando nos meus.Com isso abri os olhos e olhei na direção.A mão de Nathan estava lá,junto a minha,quente,mas não um quente como se  colocasse na fogueira,um calor que parecia que ia durar algum tempo depois que acabasse,um calor bom.
—Você nunca ataca Clary.E está gelada.—percebi que ele também olhava nossas mãos. Mas como sempre para ele aquilo parecia normal,brincava com meus dedos como se já se acostumasse com eles,fiquei irritada,será que só eu estava com aquela sensação estranha mas ao mesmo tempo familiar?Só sabia que não conseguia falar,permaneci assim,calada,enquanto fitava nossas maos como se olha um por do Sol.