Capitulo 18-Natal

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Se um dia pudesse imaginar pequenos serumaninhos,que ao se afastaram de seus olhos pudessem vencer gigantes ou transformar canetas em espadas,ou até mesmo lançar fogo e controlar o vento com as mãos?
Seria capacidade mística,assim como misturar humanas com exatas,ou até humanas com exatas,e biológicas.Pode ver que,mesmo havendo almas e corpos diferentes no mundo,precisamos deles,gostamos deles,podemos nos entender e até...nos apaixonar por eles.
Ah,o Natal,completamente a época mais linda do ano,onde tudo fica mais brilhante,tornando a escuridão da noite mais bem vivida até do que o dia,onde a brisa sopra mais tranquila,cumprindo sua missão.Até mesmo quando não há brilho em baixo,basta levantar os olhos aos céus e ve-las,pequenas esferas brilhando naturalmente,onde mesmo sendo quentes ou destrossos de catástrofes acontecidas a milhares de anos luz,nunca deixarão de ser brilhantes.
Era assim que Clary se sentia naquele dia,parecia estar...cheia de vida,ou até mesmo ter começado a viver daquele momento.Ela era um dos ajudantes de Annabeth, que fora eleita para enfeitar o acampamento,e como esperado,fizera um ótimo trabalho,tornando cada canto mais...normal.
Ate mesmo algumas das caçadoras de Ártemis comparesseram naquele dia,eles se reuniriam em volta da fogueira e cantariam,e a parte mais esperada por Clary,as lendas de terror.Embora lendas não seja uma palavra muito usada,afinal,tudo o que um dia temiamos é realidade,mas o que se aprende depois de saber que você é quem contam em volta da fogueira,que os monstros também querem amigos.Talvez nem todo monstro seja monstruoso.
—Aa.ah,mais pra direita,não,não, pra minha direita gente,pra cima e...isso!Não se mexam pelo amor de Zeus!Clary!Pregue aquilo,rápido!—Annabeth e os outros que acompanhavam o andamento de longe riam com as atrapalhadas e mais ainda quando se revoltavam por estarem rindo deles.
No final dessa organização,até Thalia não escapara.Alguns campistas enrolaram um pisca-pisca em forma de coroa em sua cabeça,e como estavam todos de bom humor,até ela ficara rindo e decidiu deixar por lá,o que virou moda.Alguns minutos depois algumas meninas já estavam colocando luizinhas nos tornozelos.
Will havia chegado bem de fininho atrás de Nico e o amarrara com um zilhao de luzes coloridas,até que finalmente Nico começou a rir,vendo que não tinha muita saída a não ser se render,e deu um beijo longo e apaixonado nele,o que o vez desabrochar o aperto das luizinhas,com isso Nico se desamarrou rapidamente e saiu correndo,ainda rindo e com Will atrás.
Mas o mais lindo e brilhante não eram os chalés de Afrodite ou até mesmo a fogueira fora derrotada.O pinheiro tinha sido decorado com muita dedicação,isso Annabeth não mediu esforços.Ela e Piper haviam tido milhares de idéias e as juntado,fazendo assim a árvore estar com fileiras de luzes e cores,cada cor representando um chalé,e na estrela,chaveiros se penduravam de todos os lados,chaveiros de coraçãozinhos,flechas,ondas,coroas,ferramentas e milhares de outros insígnias.
Depois de muitas acomodações e de passar a agitação de boas-vindas,a trombeta fora tocada,tornando assim a noite de Natal iniciada.
Nathan estava nervoso,desde que ficara daquela maneira com Clary,pegara em sua mão e as esquentara na dele,não conseguia parar de pensar naquilo,como um despertador,que insistia em tocar a cada chance em que se distraía.
Estava distante dos outros,obversando o desenrolar das situações,a maioria decidiu passar o Natal por lá,e os familiares até entenderam,com essas saídas e ataques fora das barreiras os monstros estavam espertos,Nathan imaginou como seria o gosto de um meio-sangue,o quão gostoso era para ter todo esse trabalho?
Mas não importava,não naquele momento,onde ficava observando.Sempre gostara de se afastar assim e olhar,ver todos ativos e sorridentes,mas quase nunca dava certo pois alguem sempre notava seu isolamento e se aproximava para tira-lo.E naquele dia aproveitaria bem esses minutos a sós,para olhar para todos,o que era mentira.Tudo o que ele conseguia ver era ela,estava linda com seu vestido verde e seus cabelos em uma trança embutida,nunca a vira maquiada e naquele dia seus olhos estavam realçados,tornando-os profundos e...distantes. Será que ela sentira o mesmo aquele dia?O calor e a sensação de que ele estava acabando?Tinha muitas dúvidas se ela se quer imaginara essa possibilidade mas...ele estava gostando dela.Antes ele se aproximara a partir de seu amigo depois que lhe contara o prazer de fazer alguém gostar de você,de se sentir no comando,de mexer com os sentimentos de alguém.
Mas estava tudo errado,ela mexera com ele e agora Nathan não sabia o que fazer,e estar ali,agora,podendo observa-la,era o maior presente até aquele momento.Ele achava que era até perceber que ela havia olhado para ele e estava acenando,ele só conseguira dar um sorriso enquanto se sentia rubirizando,e depois praticamente cozinhando enquanto ela andava em sua direção,sua paz iria acabar,e felizmente nunca gostou tanto da ideia.
—Oi Nathan!—fala enquanto suga o nariz,Clary estava resfriada,com febre mas ainda não era nada grave.Muitos indicaram que ela tomasse um pouco de néctar,mas ela insistira em sentir aquilo,era a terceira vez na sua vida desde que se lembrava que ficava doente,e acabara se apegando a sensação,a essa normalidade.
—Oi Clary,você...você ta engraçada com a cara vermelha,ficou até bonito em sua pele—Nathan não sabia o que dizer,mas a sinceridade parecia se aplicar melhor naquela situação.
Clary sabia que estava com o nariz e os olhos um pouco vermelhos por causa do frio por dentro,mas as bochechas e os lábios geralmente eram causados por algo um pouco mais forte:rubor.Ela sentara ao seu lado no banco,não estavam sozinhos,tinham alguns casais por perto,o que tornava a situação ainda mais vergonhosa.
Sorrindo com a ideia ela fala:
—Gosto de ver as pessoas assim,todas felizes,mesmo quando estão tristes por dentro e tem que colocar um sorriso no rosto,sentimos que ficamos mais relaxados por dentro depois disso,como se o sossego viesse de fora,acabamos esquecendo a dor e nos misturando,afinal ninguém quer ser diferente,ninguém quer chamar atenção,quem quer?—Clary só deixava as palavras rolarem,estava feliz por estar conseguindo colocar suas emoções em palavras justo naquele dia.
Ela olha pra Nathan,que ficara em silêncio,e ele a olhava,não sabia se era só sua impressão mas eles tinham um brilho,não das luzinhas ou da lua,mas um reconfortante,assim como todo o seu resto também era.Ela não resiste e sorri,se sentindo ruborizar ainda mais.
Se Nathan já não estivesse sorrindo já estaria naquele momento,ela estava linda,tinham luzes amarelas colocadas em uma árvore logo atrás,o que a fazia parecer um anjo.Seu coração e mente estavam batalhando naquela hora,até que seu corpo age sozinho e leva sua mao na direção da de Clary,Nathan se impreciona  com sua coragem mas depois relaxa,assim que Clary entrelaça seus dedos nos dele ele percebe o porque seu corpo fizera aquilo tão rapidamente.
Lá estava ele,tão lindo e brilhante quanto qualquer luz,tão quente quanto se jogar em uma fogueira,mas também cego,onde só se dava para senti-lo.
Com o calor e adrenalina,misturados aos gestos e beleza,Clary finalmente faz com que aquelas palavras saiam,sem ao menos serem aprovadas por sua mente,sem ao menos serem montadas em uma frase corretamente.
—Nathan eu...eu preciso te falar uma..—mas ele a interrompe,colocando um dedo em seus lábios para silencia-la,e só percebeu o que fez depois que tinha feito,pôde sentir sua respiração,aquele simples gás carbônico saindo de lábios roxos e entre-abertos.Nathan estava ficando doido com aquilo,era horrível o simples fato de parecer que eles estavam em cantos diferentes do mundo.
Até que consegue fitar seus olhos novamente e,realmente sem saber o que fazer,sem sua mente conseguir reagir aquela situação,seu coração parecia sempre saber a saída,a auternativa não lógica,mas correta,que o deixa comandar.
—Não estrague o momento.—fala,foi mais pra um sussurro,audível somente para os dois.
Mas não importava,nada mais importava depois que ele,bem lentamente e observando qualquer reação de desaprovação,coloca a mão em seu rosto e muito,com toda a delicadeza e medo possíveis,vai em direção aqueles lábios,que pareciam duas pontas de fios saindo faíscas.E que finalmente queimaram quando se juntaram.
O fogo antes que parecia se apagar pareceu nascer naquele momento,de todos os garotos que Clary beijara,aquele era o único que não a deixava pensar,os pensamentos estavam desordenados e vagavam em sua mente,procurando brechas entre a parece de fogo que a fizessem focar,mas ela não conseguia,e não queria,depois de muito tempo finalmente conseguiu controle sobre eles,conseguir acalma-los e assistir aquele momento como uma imensa tela de cinema em 3d.
Pareciam horas,mas quando finalmente se afastaram Nathan tinha um novo inimigo:o fôlego.
Clary manteu os olhos fechados por um tempo,e quando o abriu,Nathan conseguiu,sem nem ao menos sabia que estava tentado,mas conseguira.Pode não ter vencido a Captura da Bandeira e quase acabado aleijado,mas aquilo compensava,se tivesse que fazer tudo de novo por isso,faria o dobro.Clary finalmente estava ali,não a milhares de anos de distância,mas bem ali,focada naquele momento e concentrada nas lembranças,os melhores momentos não são aqueles que passaram,mas os que foram aproveitados.
Ao longe ouviu-se uma grande salva de paumas com um longo e alegre 'FELIZ NATAL',que até a Névoa não teria disfarce lógico para aquilo.

Meio-Sangue Normal(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora