18°

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Tocar o corpo é fácil, difícil é encontrar alguém que toque a alma 😻

Maria Ísis

Já estava me sentindo bem, ontem mesmo havia ido à uma consulta à minha médica, e a mesma havia trocado minha pílula. Usava anticoncepcional desde meus doze anos por causa do meu ciclo irregular e também pra abaixar um pouco os hormônio. -  já estava com aquele a dois anos, então ela resolveu mudar para a injeção, que no caso era um pouco mais forte que a pílula que eu tomava.

Bruna havia me ligado e falado um monte na minha cabeça. A mesma estava em São Paulo, visitando alguns parentes com os pais.

Ruan agora estava 'trabalhando de turno com os meninos da boca, praticamente passava o dia inteiro enfiado naquele lugar, vindo pra casa somente pra comer e murmurou por algumas horas. Depois voltava pra fazer a ronda. Não quis me dizer o que era, mais o clima tava tenso por aqui, tanto é que até o numero de soldados pelo morro estava reforçado e o numero dos que ainda estavam sendo treinados só aumentavam - Sabia disso pelo pouco que ele soltava quando conversávamos.

Hoje era quinta, ainda estava em meu ciclo menstrual e sentia um pouco de cólica, nada muito forte, apenas um incômodo no pé da barriga. Como tinha ganhado um atestado de sete dias, estava em casa sem fazer nada. Já havia limpado toda a casa e lavado a roupa suja. Ruan veio apenas algumas vezes em casa. Já estava escurecendo e hoje ele pegaria a ronda da madrugada.

Tomei um banho fresco, me sequei e depois passei hidratante por todo meu corpo, botei uma calcinha e uma blusa grande do Ruan que ficava como um vestido em mim, calcei meus chinelos e fui esquentar a janta.

Magrinho: Maria ? — chamou da porta.

Ísis: Na cozinha, amor..

Escutei seus passos até o cômodo onde me encontrava.

Ísis: Já to terminando de esquentar a janta. — botando um pouco de água no arroz e tampando a panela.

Magrinho: hun..vô tomá banho.— subiu correndo.

Terminei de esquentar a janta e botei a mesa e me sentei esperando-o. Ele desceu com os cabelos escuros molhados e bagunçados e apenas com uma bermuda.

Me deu um selinho e sentou à minha frente.

Ísis: Uhn...tá cheiroso.—sorri.

Nos servimos e comemos.

(..)

Subi e escovei os dentes, me deitei embaixo do Edredom e esperei meu namorado fazer o mesmo.

Ruan saiu do banheiro e ligou o climatizador, logo depois apagou a luz e abaixou o volume da tv. Se deitou ao meu lado e me aconcheguei em seu peito.

Magrinho: Vamo fazer o quê, já que não podemos transar ?— perguntou.

Sorri abafado em seu peito.

Ísis: Vamo ficar assim, agarradinhos..

Senti seus dedos acariciando meus cabelos e fiquei alí quietinha, sentido seu toque, já que não estava assistindo o filme mesmo.

Sim, eu estava carente do meu namorado.

Não só carente, eu tinha medo de perder o Ruan, medo de algo acontecer com ele que o afastasse de mim, ou até mesmo de outra conseguir tirá-lo de mim...sim, mesmo ele dizendo que me ama quase todos os dias, ainda ficava aquela desconfiança, o medo de que ele encontre alguem melhor que eu, uma pessoa que tire ele de mim.

Eu amo muito o Ruan, e não aguentaria ficar sem ele. Olha só, antes eu o via como um amigo, um irmão, e agora vivo suspirando pelos cantos como uma adolescente apaixonada.

Ah é...eu sou uma adolescente apaixonada.

Ruan é lindo, carinhoso, e bom com todo mundo. Eu, eu sou apenas uma garota de quatorze anos vivendo em uma bolha particular.

***
Desculpem os erros..

Jeh🐇

Visão De CriaOnde histórias criam vida. Descubra agora