Capítulo 4

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Embora eu tenha esquecido de colocar no capítulo anterior, tanto esse, quanto todo o resto, foi betado por uma pessoa que é, claramente, muito paciente: pryinggirl.

P.O.V. LAUREN

Era a última prova do semestre antes do começo das férias e eu e Normani aplicávamos os exames em nossa turma. Diferente de minha amiga, que elaborara questões fáceis para os alunos, eu havia elaborado questões específicas para que acertassem apenas aqueles que tivessem de fato estudado. Eu fazia questão de mostrar aos estudantes que o conhecimento superficial não era o suficiente para a formação de futuros bons profissionais, e a aplicação de provas era o momento ideal para aquela lição.

Eu estava sentada em minha mesa enquanto alguns alunos continuavam a realizar a prova. Como alguns já a tinham devolvido, aproveitava aquela oportunidade para corrigir as avaliações, assim sabia que ganharia mais tempo em casa para passar com Callie.

Alguns minutos depois e todos os alunos já tinham entregado seus exames e, após a saída do último, recolhi as provas que não tivera tempo de avaliar e saí da sala. Surpreendi-me ao encontrar Camila, que mesmo sendo uma das primeiras a sair, ainda estava no corredor, encostada em uma pilastra próxima a porta da sala que eu tinha acabado de deixar.

– Ei, Camila! – Cumprimentei-a para lhe chamar a atenção e não percebi que meus lábios se curvavam em um sorriso. Aproximei-me dela. – O que ainda está fazendo por aqui?

– Ah, hoje eu vim com a Dinah, mas ela não atende o telefone, e eu não sei como vou voltar para casa – ela rolou os olhos e eu nunca tinha notado o quanto sua voz mudava quando estava aborrecida.

Olhei seu cenho franzido e uma idéia saiu pela minha boca antes mesmo de passar pelo meu cérebro: – Bem, se quiser, pode vir comigo – ela me olhou com as sobrancelhas levantadas. – Não vou poder te deixar em casa imediatamente, porque preciso pegar a Callie na escola agora. Mas logo em seguida, posso deixá-la em casa, se esse atraso não for lhe causar problemas – eu sentia minhas bochechas esquentarem conforme as palavras saíam e saíam da minha boca. Eu tinha certeza de que era visível o tom rosado em meu rosto.

– Não, não tem problema. Agora que as provas acabaram, não tenho muito o que fazer – Camila respondeu parecendo muito agradecida pela oferta inusitada. Ela ajeitou a alça de sua bolsa no ombro como se tacitamente falando que estava pronta para ir. – E além do mais, já faz um tempo desde que vi a Callie pela última vez, vai ser bom revê-la.

Eu sorri com a menção da minha filha. Qualquer pessoa que demonstrasse carinho com Callie ganhava um sorriso meu. Compartilhei com ela as últimas aventuras da minha filha enquanto andávamos pelos corredores em direção ao estacionamento. Camila ouvia tudo com atenção e eventuais gargalhadas. Era nítido que não havia sido somente Camila quem conquistara Callie; mas o inverso também ocorrera.

(...)

– É aqui que a Callie estuda? – Perguntou Camila com os olhos arregalados, olhando para a familiar construção em frente ao local em que eu manobrara o carro. – Nossa, eu estudei aqui por quase toda a minha vida! Fazia muito tempo que não vinha aqui – seu entusiasmo era explícito e teria me contagiado em outra situação. Mas minha mente começou a fazer cálculos com aquela nova informação: a escola não parecia ser antiga, tendo em mente a possível idade de Camila.

– A vida toda? Quantos anos você tem? – Eu estava intrigada e minhas sobrancelhas arqueadas demonstravam minha dúvida, mas eu não tinha certeza que ela via minha expressão porque saíamos do carro e fechávamos suas portas. Em poucos segundos, nós já estávamos entrando na escola para buscar minha filha.

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