Capítulo 8

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Agradecimento total à pryinggirl, que betou essa capítulo <3.

POV LAUREN

Após finalmente me atualizar nos últimos acontecimentos, sentei-me a mesa para comer algumas torradas. Eu estava de ressaca e ingerir algo mais pesado me causava repúdio só de pensar. A medida que minha mente foi clareando, entrei num quase colapso:

Era um sábado e passava das duas horas da tarde; eu não havia dormido em casa, Callie ainda estava com a babá e eu sequer havia dado notícias sobre meu estado ou paradeiro. Senti como se estivesse falhando com minha filha e fosse de repente a pior mãe do mundo.

Rapidamente me levantei e tateei os bolsos da minha calça. Senti meu celular, mas não senti a chave do carro. O desespero instalou-se de repente e Camila deve ter percebido pela minha expressão.

– Perdeu alguma coisa? – Indagou franzindo o cenho. Ela ainda estava sentada e puxava uma das pernas para cima da cadeira, colocando-a sobre a outra perna.

– Sim... Eu não sei onde deixei a chave do meu carro – eu estava com ambas as mãos nos bolsos traseiros da calça, olhando para o nada e tentando me lembrar onde poderia ter deixado meus pertences.

– Ah! Você me entregou ontem pra eu guardar. Disso eu lembro! – Camila exclamou soltando um breve riso e eu suspirei em alívio. Ela se levantou da cadeira. Vestia um pijama do Bob Esponja e pelo tamanho das peças, eu poderia afirmar que eram de tamanho infantil. Sem intenção, acompanhei o movimento do seu corpo enquanto ela sumia de minha vista, rumo ao seu quarto.

– Você não serve nem pra disfarçar, hein? – Dinah se pronunciou, falando de forma embolada, já que estava mastigando enquanto falava. Em resposta, eu apenas olhei para o outro lado, fingindo que não tinha entendido.

Em poucos minutos Camila voltou com minhas chaves e um sorriso estampado no rosto. Mesmo de ressaca, sua beleza ainda se destacava e atraia meus olhos. Peguei as chaves e agradeci por tudo. Camila insistiu em me levar até o pub para eu pegar meu carro, mas preferi ir de táxi. Eu não sabia como seria estar sozinha com ela num carro. E mesmo que admitisse sentir atração por ela, eu não podia me envolver.

(...)

Assim que cheguei em casa, Callie correu para meus braços, agarrando-se em meu pescoço. Não existia sensação melhor do que ter sua filha em seus braços.

– Mamãe! Você demorou muito. Não faz mais isso – me soltou e logo assumiu uma postura emburrada, exibindo um bico enorme e marchando de volta para seu quarto. Callie era geralmente muito dócil, mas era também muito apegada. Por mais que estivesse acostumada a eu ter que me ausentar por longos períodos, ela normalmente sabia de antemão quando eu me ausentaria. Imaginei o que sua cabecinha não deveria ter pensado durante todo aquele tempo em que me ausentei sem avisar.

Suspirei e fui até seu quarto, que tinha uma fresta aberta. Entrei vagarosamente e percebi que ela notou minha presença, mas continuou imóvel. Estava deitada em sua cama, agarrada a uma Nala de pelúcia que ganhou de meus pais. Sorri com a lembrança: quando mais nova eu costumava ter uma igual.

Abaixei-me, ficando de joelhos ao lado da cama, tocando seu bracinho com delicadeza enquanto fitava-a com toda paciência e até um pouco de remorso.

– Filha... Olha pra mim – ela se virou, encolhendo-se ainda mais quando nossos olhares se encontraram. – Callie, veja... A mamãe saiu ontem com umas amigas para que tivéssemos um pouco de diversão juntas, mas a mamãe acabou dormindo...

Quando expliquei, minha filha pareceu relaxar com minhas palavras e chegou a me interromper, sua voz desta mais animada: – Sério mãe? Como uma festa do pijama? Por que não me chamou? Você sabe que eu gosto de festas do pijama, mãe.

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