Capítulo 2

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Capítulo betado pela maravilhosíssima pryinggirl


POV LAUREN.

O tempo passou rápido. Faltavam apenas três dias para as provas finais e todos estavam loucos: professores elaborando e corrigindo provas, alunos estudando para todas as suas avaliações E o que todos tinham em comum era a ansiedade para a chegada das merecidas férias.

Naquele meio tempo, Camila não tinha me decepcionado, ela se manteve interessada nas aulas e conseguira boas notas. Ela também começara a me acompanhar alguns dias na semana em cirurgias de menor complexidade e atendimentos – este último ela me confessou preferir, pois achava interessante a linha de raciocínio e conhecimento para se chegar a um diagnóstico. Notava-se que ela era uma garota muito dedicada, inteligente e educada. E eu estava gostando muito de ser sua professora.

Um dia, após deixar os modelos de provas na sala da coordenação de acordo com o prazo exigido, eu saí da sala e senti um corpo se chocar com o meu.

Quando vi quem era, abri um sorriso involuntário.

– Hey, Camila, olha por onde anda! Você quase me atropelou – brinquei em tom amistoso, com o sorriso sumindo aos poucos.

– Hey, Lauren, desculpa por isso, mas é que eu estava justamente procurando por você – ela confessou e, à medida que ela falava, suas bochechas assumiram um tom de rosa que entregava seu constrangimento. – É que... Hm... Você sabe, foi muito bom poder aprender com você nesse semestre... Eu gostei muito, de verdade, mesmo – Camila estava se atrapalhando com as palavras e a cada tentativa de ir direto ao ponto ela acabava soando mais confusa. Ela deve ter notado que eu percebia seu nervosismo, porque se suas bochechas estavam coradas antes, agora estavam completamente vermelhas. – Então... Eu sei que você é muito ocupada com a sua vida e tudo mais, eu não gosto de ficar pedindo as coisas, mas eu queria saber se eu poderia continuar estagiando mesmo depois que as aulas acabarem. Eu vou ter muito tempo livre e queria poder continuar lhe auxiliando no seu consultório.

– Ah, sim – exclamei com facilidade, afinal era um pedido tão singelo e que pouco me custava. – Claro, podemos ver isso. Já que durante as férias você vai ter o horário mais flexível, eu poderia selecionar alguns casos mais específicos pra você acompanhar, pode ser bem interessante – eu ponderava em voz alta enquanto ajeitava a alça da minha pasta no ombro, sorrindo em sua direção. Seu rosto delicado me trouxe uma lembrança à mente:

– Quase esqueci de lhe dizer, mas tenho tantas coisas na cabeça que quase passou batido. Todos os anos, eu e alguns amigos profissionais daqui de Boston nos reunimos para fazer algumas discussões sobre os casos dos nossos pacientes, selecionamos o caso mais interessante e enviamos para a publicação em congresso – expliquei de maneira simples e sem rodeios. – Esse ano escolhemos o tratamento daquele senhor que teve um tumor na mandíbula, lembra dele? – Ela maneou a cabeça como resposta positiva. – Queria saber se você quer entrar como participante do trabalho...

Deixei a pergunta no ar, parte de mim ansiosa por sua reação. Ela não me desapontou: pareceu ficar perplexa quando arregalou os olhos e cobriu com a mão a boca, que antes estava em um perfeito "O", demorando para me responder. Eu sorri diante da cena: – Então, você está dentro? Você precisa me responder pra gente poder começar alguma coisa.

– Lauren! Quer dizer, professora! Enfim, VOCÊ! – Disse, apontando para mim enquanto gesticulava exageradamente com a outra mão, ainda chocada com o que lhe havia sido proposto. – Nossa, claro que aceito! Meu Deus, vamos fazer um trabalho para publicação? Isso é muito! É mais do que eu já pensei um dia, se bem que eu não penso nisso o tempo todo, só as vezes – ela balbuciava coisas sem noção e seus olhos castanhos me encaravam mais brilhantes do que nunca. – O meu nome vai estar lá? Como vai ser tudo isso? Céus, eu estou divagando, me desculpa, eu estou muito animada – percebia-se porque ela estava quase quicando no chão. – Quando vamos começar?

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