Medeia deixou aquele lugar. De repente ela foi tomada por um grande enjoo. Enjoada pelo cheiro do chão podre, os homens sujos. Enjoada pela imagem da sua filha seminua cantando e dançando e sendo agarrada.
Ela esperou. Duas horas, três horas. Esperou encostada a uma árvore de tronco grosso e morto mais a frente, até que Isadora saiu usando um sobretudo cor creme. Ela imediatamente viu a mãe. Muito surpresa ela caminhou até ela. Seu queixo tremeu, o choro tomou toda a face de Isadora e então ela caiu de joelhos bem aos pés de sua mãe.
- Me perdoa mãe – Isadora chorou pedindo e agarrou as pernas de Medeia, abraçou. – Eu fui um monstro, não era eu.
Logo Medeia não sabia o que fazer e então apenas tremia. Tentava manter o rosto de mãe dura, implacável, mas estremecia por dentro.
- Me tira desse lugar, mãe. Eu nunca quis estar aqui. É o inferno aqui. Me salva. Me leva de volta com você. Por favor.
- Você... Você se deita com aqueles homens? Eles...? – Medeia finalmente conseguiu coragem para dizer as palavras.
- Nunca. Nunca! Eles são desprezíveis. Eu dancei e me apresentei por todos esses dias para ter o que comer, um teto pra me proteger – e Isadora levantou. Segurou os ombros de sua mãe agora e olhava no fundo de seus olhos enquanto falava com a sua voz chorosa e as suas bochechas molhadas de lágrimas. A chuva havia parado. – Em toda a minha vida eu ainda não me deitei com homem nenhum, mãe... E eu mudei. Por favor, acredita que eu mudei. Me dá uma segunda chance. Eu amo você, eu amo.
Medeia não conseguiu manter a sua dura fachada mais. Ela agarrou a sua filha em um grande e apertado abraço de mãe ursa protetora e deixou que a emoção a dominasse também. A sensação que tinha era de reencontrar a sua filha após anos distante e não apenas as três semanas que passaram. Era como tê-la como um bebê que havia acabado de deixar o seu interior novamente.
- Oh, minha pequena. Vamos, vamos sair daqui.
Quando Medeia chegou segurando a mão de Isadora naquele ponto onde o seu carro se encontrava, Joel estava lá encostado ao capô, braços cruzados, usando apenas calça, seu peitoral definido exposto e uma expressão zangada.
- Eu acredito que deveria ter avisado antes que ele estaria...
- Está tudo bem, mãe. Eu já não disse que mudei? – Isadora a interrompeu dizendo.
- Eu não acredito no que vejo. Então concluiu o seu plano louco? Achou mesmo esse projeto de coisa ruim, esse rascunho do capeta e a trouxe com você.
- Você olha essa sua boca de cafajeste de quinta quando fala da minha filha – Medeia brigou e disse ao mesmo tempo em que já batia a palma de sua mão contra a boca de Joel, empurrava a cabeça dele para trás.
- Mãe, não. Não! Deixa as brigas e a violência no passado. Deixa – Isadora interveio segurando e afastando Medeia do conflito. – Então ele vai com a gente?
- E só porque eu sou uma mulher de palavra. Tudo isso foi um trato feito. Eu pedi a ajuda dele para encontrar você e não posso deixá-lo no meio desse buraco.
- Vamos logo – Foi tudo o que Isadora pediu e foi a primeira a entrar no carro.
Medeia dirigia, Joel sentava ao seu lado e Isadora no banco de trás. Naquele preciso momento o carro percorria a perigosa estrada estreita que ficava naquela parte altíssima, formando praticamente um precipício com o rio de correnteza selvagem lá embaixo, vários metros abaixo.
- Eu só gostaria de esclarecer isso. Só para saber – Isadora recomeçou quebrando o silêncio que já dominava o interior do carro há muitos minutos. – Ele apenas veio com você para ajudar na busca por mim ou vocês estão oficialmente juntos agora? Quero dizer, um casal ou...

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O Jardineiro Amado
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS - LINGUAGEM OBSCENA, CENAS SEXUAIS E VIOLÊNCIA. Uma nova vida na zona rural da cidade com o seu marido desinteressante e sua problemática filha adolescente é o ponto de partida que a dona de casa Medeia precisava p...