Tinha cheiro de peixe. Entranhas de peixe. Era um cais. Um bem pequeno. Medeia nunca imaginaria que haveria um numa cidade do tamanho daquela, mas foi para aquele cais onde peixe fedia e era limpo e cortado para onde ela foi mandada. Medeia passou na farmácia de remédios naturais e deu o nome dele. Joel Bullmap e rapidamente foi informada de que era no cais onde ele trabalhava. "Apenas um dos muitos trabalhos que ele tem ao mesmo tempo", eles a disseram.
Medeia foi se aproximando de Joel por trás. Ele vestia apenas uma calça preta larga e surrada. Suor pingava do seu corpo definido a cada segundo que passava e conforme ele fazia o movimento de cortar as cabeças de peixe com o facão preto.
- Joel? – Ela chamou e ele se virou imediatamente.
- O que a senhorita faz aqui?
- Me chame pelo meu nome. É Medeia. Nada de "senhorita".
- Eu não entendo o que...
- Venha trabalhar para mim. Cuide do meu quintal, do meu jardim. Combinamos um bom preço que seja satisfatório para os seus serviços.
- Mas você disse...
- Nada disso importa mais. O que importa é o que eu estou dizendo agora. Você vem ou vai continuar cortando esses peixes? – Medeia foi direta e firme.
O acordo foi feito. Joel trabalhou no quintal traseiro no primeiro dia, podou todos os arbustos nos arredores no segundo dia e iniciou os trabalhos nas flores do quintal da frente no terceiro dia.
Curiosamente, os sonhos que Medeia tinha sendo possuída por um forte jardineiro sem roupas pararam nesse período, até que retornaram no quarto dia em que Joel trabalhava ali e pela primeira vez não era só um corpo musculoso e suado qualquer que ela via no sonho sobre o dela... Agora ela via claramente que era Joel. Era ele. Beijando o seu pescoço, colocando os mamilos dela em sua boca.
Naquela manhã do quarto dia em que Joel trabalhava no quintal, ela o observava pela janela da cozinha enquanto lavava algumas panelas na pia. Logo ela decidiu deixar a casa e ir até ele. Enquanto ela se aproximava, Joel cavava o solo com uma pá. A sua calça abaixava um pouco e Medeia via a linha de suor correr até a divisão de suas nádegas.
- Você vai achar que eu sou um abusado se eu confessar que esperava que você viesse com uma bebida gelada para mim? – Joel perguntou e correu a mão por seu rosto suado, tocou sua barba a fazer, seus lábios avermelhados e quentes.
- Uma limonada? Ou até mesmo uma cerveja? Eu só não vou brigar por você pensar assim porque claramente não me conhece ainda. Eu não faço esse tipo.
- O tipo "educado"? – ele rebateu.
- O tipo "mulherzinha previsível" – Medeia disse e se sentou num tronco de árvore cortado que agora servia bem como um banco baixo. – Você acha que eu sou feliz?
- Como eu saberia responder isso? – Continuou Joel e cavava. Seus músculos se tornavam maiores e mais duros quando ele fazia aqueles movimentos braçais. – Conheço você faz pouco tempo e a sua família eu nem conheço ainda.
- Nem irá conhecer pelo visto. Meu marido sai antes de você chegar para ir ao trabalho e a minha filha também sai antes de você chegar para ir à escola. Os dois voltam depois de você já ter ido.
- Então... Tentando responder a sua pergunta... Por acaso são eles que fazem você feliz?
- A minha filha é uma adolescente rebelde que não quer saber de mim e meu marido é um porco que me trai com uma comerciante desse lugarzinho.
- Lily?
- Como você sabe? – De repente Medeia perguntou assustada.
- Porque Lily se deita em sua cama com qualquer homem que diga "sim". Ricos pobres, feios, atraentes. Já ouvi histórias de que ela já se deitou até com alguns que disseram "não".
- Que bom para aquele monte de lixo.
- Eu sinto muito por ela ter fisgado o seu marido.
- Eles podem morrer e eu não me importo. Eu o amei. Meu Deus, eu amei. Mas hoje nós nem nos falamos. Desde que eu descobri tudo ele dorme em outro quarto e mal o vejo. Quem foi que disse que o amor não pode morrer? Agora tendo essas informações eu acho que você já pode me responder, então vou repetir... Você acha que eu sou feliz?
- Eu acho que a pergunta correta não é essa. Porque todos nós recebemos coisas da vida. O bom e o ruim. Então a pergunta não deveria ser "Eu sou feliz?", mas... "Eu estou fazendo o melhor que posso com as coisas que recebo da vida?".
- Então eu posso continuar sendo brutalmente honesta com você?
- Siga em frente.
- O que a minha amiga me disse é que eu deveria transar com você para me vingar do meu marido. Ao ouvir isso o que você tem a dizer?
Silêncio. Joel pegou um bocado de flores acácias amarelas, tão perfeitas, e estendeu na direção dela antes de plantá-las no espaço que tinha acabado de cavar.
- O que eu tenho a dizer é que essas acácias são lindas e por isso eu acho que combinam muito com você. O que mais eu poderia dizer? Você também não acha o mesmo?
Medeia correu para dentro da casa. Ela parou se apoiando no balcão da cozinha. Ela nem teve tempo para ofegar ou chorar ou lamentar, porque Joel logo entrou atrás dela.
- Desculpa. Eu disse tudo aquilo. Eu... Desculpa. Eu não posso me tornar essa pessoa louca, nojenta feito o meu marido e aquela Lily. Eu não posso. Eu...
- Você acha que eu sou assim tão insuportável? Tão horrível? Você nunca se deitaria comigo? – Joel surpreendeu ao perguntar colocando a mão gentilmente sobre a nuca dela.
- Essa não sou eu. Não é no que eu acredito. É um problema daquele infeliz se ele traiu e acha que isso é digno. Eu não preciso...
- E se você nem pensar nele? Em nenhum momento. E se a gente fizer isso apenas por você... E por mim?
Assim que Joel terminou de perguntar ele beijou Medeia. Por reflexo, ela bateu a sua mão para trás e jogou todas aquelas panelas limpas no chão. Em seguida segurou as costas de Joel com força. Ele a levantou e a sentou sobre a pia, arrancou a sua saia laranja rodada. Ele não tirou a calcinha preta dela, ele rasgou. Ela não queria que ele parasse.
Minutos depois eles deitavam no chão da cozinha que estava agradavelmente gelado. Panelas jogadas,calcinha rasgada, a calça dele e a saia dela, tudo espalhado por ali. Medeia tinha a sua cabeça apoiada sobre o abdômen definido dele. Ela estava pronta para dizer algo, mas ouviu um barulho. A porta da cozinha tão próxima se abria? Alguém entrava e eles seriam flagrados.
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O Jardineiro Amado
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS - LINGUAGEM OBSCENA, CENAS SEXUAIS E VIOLÊNCIA. Uma nova vida na zona rural da cidade com o seu marido desinteressante e sua problemática filha adolescente é o ponto de partida que a dona de casa Medeia precisava p...