IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS - LINGUAGEM OBSCENA, CENAS SEXUAIS E VIOLÊNCIA.
Uma nova vida na zona rural da cidade com o seu marido desinteressante e sua problemática filha adolescente é o ponto de partida que a dona de casa Medeia precisava p...
Ele tem total controle sobre mim. Eu já não visto roupa alguma e nem ele. Abraçados, nossos corpos suados de repente se tornam apenas um. Ele provoca, é cruel. Porque ele faz esse jogo de fingir que vai me beijar com os seus lábios irresistíveis e então se afasta, ri, me engana. Quando finalmente me beija, no entanto, é como se eu saciasse uma grande sede de dias. Ele aperta a minha cintura, as suas grandes mãos masculinas agarram a minha pélvis, puxa todo o meu corpo para se chocar contra o dele e então...
- Medeia! Acorde – disse Neto, o seu marido.
- Você nem vai para o seu trabalho hoje? – Medeia perguntou despertando de seu sonho e bocejando.
- Nem é preciso. Acertei tudo sobre o meu pedido de demissão ontem. Hoje é dia de mudança, meu amor – Neto disse tão entusiasmado e beijou a bunda dela, saiu pulando do quarto, tão diferente dela que ainda só tentava acordar totalmente.
- Eu odeio você – disse a sua melhor amiga Noemi enquanto os ajudava a colocar as últimas e pequenas caixas no caminhão da mudança no fim daquela mesma tarde. – Eu odeio por estar indo para longe de mim.
- Venha visitar – Medeia disse.
- Você pode apostar que eu vou. Você terá uma casa grande na tranqüilidade do campo, cheiro de pinheiros, longe dessa cidade grande lotada de homens nojentos que vivem roçando em tudo que vêem pela frente como cães no cio, então é claro que eu estarei por lá sempre que eu estiver chance. Não vá achando que se livrará assim tão fácil de mim.
Medeia a abraçou e sorriu. O caminhão tinha pressa.
Era uma nova vida, exatamente como Neto havia a prometido. A casa de dois andares parecia ter saído de algum filme clássico, caro e bonito dos anos 40. Um quintal imenso a rodeava, gramas e flores em boa quantidade, arbustos e árvores incrivelmente altas, mais como uma casa no meio da floresta se não fosse a estrada logo a frente, um ponto de ônibus inclusive, que a fazia lembrar que ainda permanecia nos tempos atuais.
- Você pode bancar tudo isso? – Medeia perguntou sem mais delongas à noite, a primeira noite de sua pequena família na nova grande casa.
- Eu nunca colocaria na minha boca mais do que eu posso mastigar – ele se resumiu a responder.
- Eu já tenho mesmo que ir para essa escola nova amanhã? Isso é tão... Meu Deus... – Isadora reclamou enquanto eles comiam macarrão instantâneo direto dos potes porque todas as panelas ainda estavam encaixotadas para que boa comida fosse preparada por Medeia.
- Pois é minha filha. O seu pai já arranjou a sua entrada na escola local na velocidade da luz. Talvez ele seja alguma espécie de líder secreto desse lugar aqui e nós ainda não sabemos – Medeia disse para que Neto apenas esboçasse um fraco sorriso.
A casa tinha um cheiro. Eucalipto. A casa tinha um som específico também. Folhas. Uma multidão delas. Assobiando, se embolando lá fora e trazendo todo aquele som para dentro da casa. Medeia ouvia e sentia tudo aquilo enquanto caminhava sozinha pelo segundo andar no meio da madrugada. Por qualquer razão que ela ainda não alcançava, não conseguia dormir. Ela sentiu um pouco de frio, fechou todos os botões de sua camisola e se aproximou da janela alta do fim do corredor. Quem era aquele lá fora? Estava de pé debaixo da árvore, à beira da estrada e era iluminado de forma precária pela luz do poste solitário. Medeia só conseguia ver a silhueta do seu corpo e ao menos conseguia entender que era um homem porque via o contorno de seus músculos e ele guardava as mãos nos bolsos da calça. Parecia que ele olhava para o alto, na direção da casa. De repente ela não podia ter certeza para onde aquele homem nas sombras olhava, mas a sensação era que ele olhava diretamente para ela e isso fez com que ela se arrepiasse por inteira. Fechou a cortina.
Na tarde seguinte ela foi até lá. A árvore. Tratava-se de uma macieira, na verdade, que dava indícios de que muito em breve estaria pesada com tantas maçãs entre os seus galhos e folhagens. Era bem ali onde ela estava que o tal homem de braços fortes estava na madrugada.
O ônibus parou e Isadora chegou da escola.
- E então? Como foi? – Medeia perguntou seguindo a sua filha para dentro da casa, fechando o seu fino casaco que tentava tapear o vento frio que corria entre todas aquelas folhagens.
- Foi lixo! Uma bosta. Eu odeio esse buraco podre do inferno para onde viemos morar. Eu odeio aquela escola! – Isadora disse e entrou batendo a porta.
- O seu pai me ligou faz meia hora – Medeia disse insistindo em segui-la. – Ligou do trabalho. Ele está muito feliz, está gostando daqui.
- Por que ele não pega toda essa felicidade e enfia...?
- Olha essa sua boca, sua marginalzinha encubada! – Medeia a advertiu.
Isadora bateu a porta do seu quarto lá em cima. Em seguida os sons de coisas quebrando, atingindo o chão, se partindo foram ouvidos.
Pela segunda noite seguida Medeia não conseguiu dormir. Vagava pelos corredores da nova casa grande enquanto a madrugada se desenhava no tempo. Ela teve medo de voltar a olhar pela janela e quando teve coragem para fazê-lo, confirmou o que temia. O homem estava lá debaixo da macieira encarando a casa outra vez. Agora, no entanto, ele se moveu. Não! Ele começou a andar na direção da casa.
Medeia correu para alcançar o seu celular. 1...9...0... Ela digitou, mas quando iria concluir a chamada viu que o homem já ia embora pela estrada solitária. Ela poderia ter ligado e comunicado o fato mesmo assim. Mas desistiu.
- E você não vai ligar para a polícia? – a sua melhor amiga Noemi perguntou na tarde seguinte ao telefone enquanto Medeia a contava tudo o que estava acontecendo.
- De repente não é mais o que eu quero fazer. Eu só sinto que... Oh, é tão difícil explicar. Talvez porque nem eu mesma ainda entenda com clareza o que eu sinto – Medeia tentou explicar equilibrando o telefone sobre um ombro e recheando um pato sobre a pia com as suas duas mãos.
- Não. É isso. Você está certa. Está certíssima! – Noemi berrou do outro lado da linha. – Eu assisti a um filme que era assim. A mulher tinha esse admirador mascarado que invadia a casa dela na madrugada apenas para transar. Ela nunca soube quem ele era. Ele apenas entrava na casa, dava múltiplos orgasmos para ela e partia. Era como um conto de fadas dessa geração moderna que ao invés de príncipes e castelos, tem lubrificantes que vibram e pílulas do dia seguinte.
- Você é doente – Medeia disse e ouviu as batidas na porta.
Ela desligou e foi atender com as suas mãos cobertas de recheio para o pato assado mesmo assim. De repente acreditava que era Isadora que podia ter fugido da escola que ela mal conhecia e já odiava, perdido a chave, tido um ataque típico da sua adolescência rebelde. Ela abriu a porta. Um homem. Um homem muito atraente. Boa estatura, forte. Ofegava e suava como se tivesse corrido uma maratona para chegar até ali. Ele mexeu no seu topete charmoso e secou o rosto com a sua camiseta colada que já estava tão molhada pelo suor que permitia que os seus mamilos fossem vistos em seu peitoral muito definido.
- Quem é você?
- Meu nome é Joel. Eu só quero um emprego.
- O que foi que disse?
- Senhorita, eu sou um jardineiro. Você tem um quintal que é a metade de um campo de futebol. Eu só venho pedir honestamente por uma chance.
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