VINTE E TRÊS. Vamos brincar de novo?

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- Eu sinto muito em saber que você não ficará mais por aqui, Medeia – a terapeuta a disse no consultório. – Mas você está certa desta decisão de voltar para a cidade grande e abandonar definitivamente o homem que você disse amar?

- E quem é que tem total certeza de alguma coisa nessa vida, doutora? – Medeia perguntou e se acomodou deitando bem esticada no divã vermelho. – Faça a sessão de hipnose comigo.

- Mas é só a nossa segunda sessão. Ainda está tão cedo para isso.

- Eu não me importo. Faça. Leve-me ao passado. Eu não suporto mais ficar sem saber. Por quê? Por que eu odeio tanto os meus falecidos pais? O que foi tão traumático que eu bloqueei da minha consciência? Eu tenho a estúpida esperança de que saber irá me ajudar em algo.

Mesmo relutante, a terapeuta o fez. Ela usou de seus comandos de voz para pôr Medeia em um estado de sono profundo e logo a fez mergulhar fundo no seu subconsciente trancado desde então.

Medeia voltou a quando ela tinha sete anos de idade. Ela reviu, ela reviveu. Sua mãe gritava com o seu pai, o empurrava, batia em seu rosto enquanto o acusava de dormir com a sua secretária. Em seguida Medeia reviu a cena mais horrenda de todas. Sua mãe enfiou a faca grande da cozinha no ombro de seu pai enquanto gritava "Seu traidor! Seu traidor" e o seu pai caindo no chão, sangrando e tremendo de dor respondia "É mentira! É tudo mentira".

Então a terapeuta trouxe Medeia de volta. Ela despertou dando um salto e não serenamente como deveria. Ela abandonou o consultório às pressas. Agora ao recordar toda a verdade até então bloqueada, ela tinha uma nova certeza: não pretendia cometer o erro que no passado já havia trazido infeliz tragédia para a sua história de vida.

- Você tem um pênis muito bonito. Francamente, é o mais bonito que eu já vi. É rosado, é grosso, comprido... Mas não do tipo "comprido feio animalesco". O seu é... É perfeito mesmo.

Quando Isadora terminou de dizer, ela não esperou mais. Enfiou a agulha no pênis flácido de Joel. Ele só não gritou porque não sentia mais nada do pescoço para baixo.

- MAS QUE MERDA É ESSA AGORA? – Joel exigiu saber.

Isadora começou a desamarrá-lo na cama.

- A droga de antes já fez efeito. Agora você não se mexe mais. É seguro desamarrá-lo. Ah, e essa segunda injeção agora no seu pintão? Meu querido, como eu vou me divertir plenamente com você se o seu bem mais precioso não estiver pronto e ereto?

Assim, mesmo que a droga anterior o tivesse paralisado totalmente, a segunda injeção fez apenas o pênis de Joel se movimentar. Cresceu, enrijeceu, apontou para o teto. Isadora não iria esperar. Ela segurou o órgão de Joel e se sentou sobre ele.

- Está acontecendo. Eu consegui finalmente. Depois de todo esse tempo, de toda luta, de tudo o que aconteceu e pelo que passei... Finalmente você é meu! – Isadora celebrava aos gritos e gemidos se contorcendo sobre ele.

- VOCÊ É DOENTE!

Isadora bateu no rosto dele. De novo, de novo. Ela pegou a mão sem movimentos de Joel e apertou contra o seu seio. Era como ter relação sexual com um boneco inanimado feito de carne, osso e músculos e ela estava se satisfazendo loucamente com tudo aquilo.

Depois que ela alcançou o orgasmo, Isadora empurrou o grande corpo dele para fora da cama e Joel encontrou o chão violentamente.

No chão do quarto, ela se pôs de quatro ao lado do corpo paralisado dele e começou a mordê-lo. Ela mordeu fortemente as coxas grossas dele, tirando sangue. Mordeu o abdômen marcado. Depois chupou o peitoral dele, os braços musculosos, o pescoço, deixando grandes marcas roxas nestas áreas. Ela ainda lambeu seus pés, sua virilha, seus testículos.

Então se cansou. Estava esgotada e extasiada e 100% realizada. Isadora se pôs de pé e foi puxando Joel pelas pernas para fora do quarto, arrastando.

- Você conhece essa sensação? Ah, aposto que não conhece. É como... Como quando você passa dois dias inteiros sem comer absolutamente nada e de repente mata a fome com um prato enorme da sua comida favorita. É como matar a sede de horas. Eu nunca me senti tão bem e feliz na minha vida – Isadora ia falando emocionada enquanto o arrastava.

Ela parou com ele no meio do corredor. O que ela decidiu fazer foi recolher papel e caneta sobre a mesinha ao lado e se deitou sobre o corpo nu e paralisado dele. Mas ela se deitou de tal forma que sua vagina encostava-se ao queixo dele e ela apoiava o papel em sua coxa para escrever.

- Você arruinou a minha vida. Antes de eu conhecê-lo eu era só mais uma adolescente. Um pouco respondona e revoltadinha, mas eu não passava de uma comum adolescente. Mas você apareceu para me seduzir, me fez perder a cabeça e eu virei isso que eu sou hoje. É tudo a sua culpa – Isadora ia dizendo muito tranquila e sempre escrevendo.

- Você precisa de ajuda – Joel disse com a bunda de Isadora sobre o seu rosto.

Foi quando Isadora ergueu o seu olhar. Ela notou aquele carrinho de brinquedo colorido num canto do corredor.

- O meu filho está aqui? Ele sobreviveu? A minha mãe ficou mesmo com aquela merdinha para criar?

- Ele é o nosso filho agora, sua vaca louca.

Isadora teve um breve ataque de risos e se levantou.

- "Nosso filho". Você é engraçado. Aquela velha da minha mãe nem está mais aqui com você. E a miniatura de gente. Cadê ele?

- A Medeia o levou.

- Meu Deus, você é gostoso. Você me hipnotiza. Já estou salivando e quero brincar de novo. Vamos para a segunda rodada? – Isadora preferiu dizer.

Tudo então aconteceu rápido. Medeia pulou sobre Isadora e as duas caíram rolando no chão do corredor. Quando Medeia decidiu dar uma chance para Joel depois da sua relembrança e momento de revelação com a hipnose terapêutica, ela partiu direto para a casa e quando ouviu a voz de Isadora, depois de superar o choque inicial da surpresa, manteve-se fria e permaneceu escondida esperando aquele momento estratégico de intervenção.

Elas levantaram. Uma encarando a outra. Isadora apontava duas grandes seringas, cada uma em uma mão. Medeia apontava a faca grande que havia resgatado na cozinha. Elas ofegavam, os corações batiam acelerados.

 Elas ofegavam, os corações batiam acelerados

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O Jardineiro AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora