Capítulo 5

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Raphaella

Meu dia começou com as coisas dando errado, na hora de sair de casa pisei numa casca de banana e me estabaquei no chão. Argh! Essas pessoas porcas que não colocam o lixo em seu devido lugar é que deveriam cair. Para piorar, o trem parou por uns dez minutos para uma emergência, isso foi tempo suficiente para atrasar minha chegada à estação. E para compensar meu azar fui premiada com três obras primas no elevador, Miguel, Rafael e Gabriel, não sabia se olhava para eles ou para o chão pela tamanha vergonha em estar sozinha com eles. Poderia ter fingido um desmaio e ser segurada por três braços fortes ou poderia ter dado uma pane no elevador. Seria meu sonho?

Eles exalam uma calmaria, um perfume diferente e isso é muito louco se eu parar para pensar. Não sei em que fila da beleza eles passaram, mas com certeza todos que estavam nela saíram maravilindos. Miguel é sério, pose de bravo e imponente, às vezes sinto até medo; Gabriel é rústico, aqueles cabelos com toda certeza são mais hidratados que os meus e tem olhos azuis que encantam de uma maneira extraordinária; E Rafael é a própria beleza personificada, não sei explicar o que sinto quando olho em seus olhos, mas tem um brilho diferente, ele tem um jeito meigo e fascinante.

É Raphaella, você está no paraíso!

É, mas as surpresas não param por aí. Meu sobrenome deveria ser Desastre, assim que coloquei meus pés na cozinha derrubei toda a água da chaleira elétrica no chão. Para me ajudar quando voltei para a cozinha tomei um susto vendo Rafael, derrubei a bandeja e fiquei como uma idiota olhando para ele, sem contar que gaguejei. Esse homem deve ter um tipo de imã, pois meus olhos se grudam nele de uma maneira inexplicável.

O fato de ele querer ficar na cozinha me deixa nervosa, mas me senti mais relaxada quando ele puxou assunto comigo. Ele não é como Miguel e não fico com receio de levar uma bronca.

― Então você mora no Brooklyn também ― falei animada. ― Eu moro em frente a padaria do Seu Nicolas, ele é famoso por fazer os melhores pães dessa cidade.

― Ainda não conheço esse lugar, mas gosto de pães ― disse e seus olhos brilharam mais. Ele deve gostar muito de pães.

Como de costume coloquei um pouco de café numa xícara e provei para ver se estava doce, caso contrário posso preparar meus ouvidos para uma linda reclamação de Miguel.

― Posso provar também? ― Rafael pediu.

― Pode, vou pegar uma xícara para você ― falei.

― Não precisa ― ele pegou minha xícara e levou à boca.

― Está bem doce isso ― fez uma careta largando a xícara na mesa. ― Miguel tem uns gostos estranhos.

― Você não gosta de doces? ― perguntei por curiosidade.

― Gosto de doce de leite!

Olhos brilhando de novo!

― Eu gosto também ― sorri largamente e fiquei o encarando.

Gosta de pão, de doce de leite, ele tem cara de que come e não engorda. Que genética! Acho que vou ficar louca com esse homem trabalhando aqui.

― O café está pronto ― desviei o olhar percebendo que o encarava.

― Então vou indo, obrigado pelo café ― ele sorriu docemente pegando a térmica.

― Não há de que, estou a sua disposição ― falei mordendo meu lábio inferior. Óbvio que minha frase tinha duplo sentido.

E lá se foi a calmaria, acho que vou começar a acreditar em bruxaria, pois não vejo outra explicação para me sentir assim. Nesse caso eles são os bruxos mais lindos, depois do Harry Potter, claro.

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