Chamerd: Um enigma nas sombras (Encantado 2)

Capítulo 36. O Rei das sombras

Tudo já estava conversado, todos estavam de acordo. Iriamos agir num plano secreto, no qual, os usuários de armas iriam utilizar minha vitalia de luz para enfraquecer a fonte negra de poder dos Answags, cortando através dos sentimentos como medo e duvidas, neutralizando sua vitalia, ao invés de tentar um dano físico. Eu já estava fazendo a minha parte a alguns dias e algumas noites. Sempre reunindo as armas e alimentando-as com parte do meu poder.

Estávamos nesse momento numa nova reunião, a última, onde se uniram apenas eu, Sukki, Allium e Lyfia – que insistiu em usar a sua arma também.

Mesmo não sabendo se ela seria resistente à minha vitalia, resolvi não discutir, e aceitei sua proposta. Minha amiga tem mais fibra que Sukki quando se trata de lutar pelo que acredita. Além do que, tinha que me concentrar em algo para poder esconder meus pensamentos secretos diante de uma Ninfa com poderes psíquicos.

Eu estava sentado em posição de meditação, ainda sentindo as dores nas minhas costas devido ao ferimento em minhas asas, meus amigos estavam sentados ao meu redor, segurando suas armas com as mãos, em posição de entrega a mim. Os três em minha frente.

Primeiro, eu teria que me concentrar, juntar o máximo de vitalia presente no ar e condensar ao meu, em seguida, eu teria que encontrar o ponto onde nossas vitalias se conectam; o ponto de origem. Depois era só guarda-los nos objetos. Em outro local, esse trabalho teria sido feito mais rápido, já fonte de vitalia presente na floresta das sombras é completamente oposta ao meu, eu tinha um longo trabalho na alteração da natureza mística... Não seria uma boa ideia se eu não estivesse com a coroa de luz, que eleva meu poder a um nível incrível.

Os três objetos começaram a flutuar. A sua volta, uma luz pálida, semelhante à da lua começou a girar cintilante, como a eletrosfera de uma molécula. A energia começou a se aproximar do centro, chegando cada vez mais perto do objeto, até se agregarem ao mesmo, se modificando a textura do objeto. Como havia acontecido nas primeiras tentativas, o chicote de Lyfia pareceu estar rachando, ficando muito, muito enrijecido. Eu olhei em sua direção, me concentrando e imaginando o objeto cada vez mais comum. Nesse, eu precisava me esforçar ao máximo para não modificar a fisiologia do objeto, ou ele se perderia seu propósito. Deixando, assim, de ser um chicote.

Sabe-se lá o que ele poderia a se tornar depois.

Com um pouco mais de esforço, finalmente consegui fazer o que queria, e o chicote voltou a sua forma natural.

No fim, todos os objetos desceram para as mãos de seus donos. Lyfia sorriu para mim. Mas eu não tinha forças pra responder de volta. Me sentia sujo por mentir... Algo estava dentro de mim, se alimentando da felicidade... Me deixando sem ela...

O rosto de Lyfia mudou sua expressão. Ela percebeu que algo estava acontecendo comigo, mas antes que pudesse me questionar sobre, foi interrompida por seu primo Elfo. Allium se colocou imediatamente de pé, aumentando sua voz desnecessariamente:

– Então, está tudo certo? – Disse. – Vamos partir hoje?

Sukki se colocou de pé em seguida, confirmando com a cabeça.

– Sim – ela estava séria. – Mas, não sabemos ao certo se eles já saíram da Floresta. Zaki ainda não trouxe informações novas...

– Isso só pode supor que... – eu ia dizendo.

– ... Eles já saíram... Eu e Aka procuramos por toda Floresta. Não estão aqui – Alex falou, ofegante, saindo das sombras da floresta, sua fiel loba gigante veio ao seu lado. Alex e sua loba saíram em uma missão de busca pelos confins da floresta, numa busca por Stefan e seu grupo de Demônios. Acabaram de voltar – Eles querem ganhar tempo e chegar lá antes da lua spectral... Sabem que as Florais impedirão sua passagem para Herbeais.