3 - Poder

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"Não tenha medo! A morte vem para todos."

- Os últimos pecados, Jean Lindpool

Romena estava andando em círculos há cinco minutos. Mandy cansava de dizer que tudo iria ficar bem, então se calou. A Princesa estava aflita e o nervosismo não a deixava ficar parada. Qualquer mulher iria amar casar com Denver, mas ela não. Denver era cruel, manipulador e diziam que suas terras eram as mais sombrias e tenebrosas.

Denver podia ser tudo para outras, mas era nada para ela. Desistindo dos pensamentos sobre se salvar desse terrível destino, ela finalmente se sentou na cama, ao lado de Mandy. A mulher segurou a sua mão e Romena pode sentir o carinho afável da criada. Ela queria a Princesa percebesse que ela não estava sozinha.

− Obrigada, Mandy. Não é o fim do mundo, não é? Iremos nos ver...

Mandy riu, puxando as rugas do canto dos olhos e deixando a bochecha mais aparente.

− Ora, querida... Você fala como se fosse morrer.

− Viver com aquele homem vai matar a minha alma. Ele é perverso...

− Existe um bom coração nele. Sempre há.

− É difícil acreditar nisso.

− Tenha fé, menina...

− Por que os Cosmos me abandonaram? Se eles me amassem...

− Tudo vai dar certo.

Romena se sentia perdida.

− Não acredito em meu pai. Não acredito que os Montéquio queiram roubar a nossa terra. O Rei Rax consegue ser cruel quando quer. Quando o assunto é poder.

− Não posso afirmar com você, querida. A palavra do seu pai, para mim, é lei.

Romena se deitou na cama, até ouvir passos e uma voz estridente. Levantou um pouco a cabeça, até ver Yara, sua irmã mais nova sorrindo maliciosamente para ela.

− Está noiva, minha irmã?

− Yara... Como você sabe?

− As noticias correm por este castelo, minha cara. Principalmente as mais quentes.

− É feio escutar atrás da porta! – Acusou Mandy e Romena abriu a boca com um ar de riso.

− Não seja tão careta, Mandy. Eu precisava vê-lo!

Romena observou a animação desconhecida da irmã e logo se preocupou. Yara era tão ingênua... Não podia chegar perto daquele selvagem!

− Nem pense em chegar perto dele, Yara. Você sabe o por quê.

− Ele é perigoso... – Yara pegou uma fina mecha do cabelo e mexeu. – Selvagem e tudo mais... E muito bonito!

A irmã mais velha revirou os olhos. Não podia acreditar que estava ouvindo aquilo.

− Você não pode pensar nesse tipo de coisa, Yara!

− Eu já tenho quinze anos, Rom. Estava na hora, não é? – A menina respirou fundo.

− Ele é... Lindo, mas isso não é tudo em uma pessoa. Sua alma é sombria.

− Isso torna tudo muito mais interessante.

− Vou vomitar.

Mandy riu das duas irmãs.

− Romena, de coração, eu espero que você encontre um homem que a aguente.

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