14 - Dance conforme a música

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"Um dia, a princesa de gelo perderá seu coração para a dor e tudo ficarápálido."

- Previsões de Madame Kestrel.


Romena acordou cedo no dia seguinte. Ela nem se importou com as roupas que as criadas escolheram. Ela mal dormira a noite, ansiosa para saber sobre o estado de saúde de Yara.

Ela saiu quase correndo acompanhada de um guarda. Eles ainda não tinham notícias de Denver e já estava ficando preocupada com Príncipe. As mãos soavam, enquanto girava a maçaneta. Nem havia comido nada pela manhã.

Assim que entrou a rainha Lizandra estava lá, ao lado da filha, junto ao curandeiro. Ela analisou Yara, que estava tentando sorrir, mas fracassava.

− Romena... – ela sussurrou. Ela não conseguia encarar Yara. A menina estava pior que no dia anterior. Muito pior. O coração dela acelerou.

Ela estava piorando a cada dia que passava. Tão rápido... Algo a estava destruindo.

O médico pediu para que a princesa colocasse a língua para fora e o fez. A língua da menina estava roxa e com bolhas. A mão de Romena agora tremia.

− Não consigo identificar... – disse o médico, bufando.

− O que você não consegue identificar? – Perguntou Lizandra, perdendo a postura de uma rainha. Ela estava quase desmoronando na frente do curandeiro.

− O que ela tem. Nunca vi algo assim. A pele dela está áspera e a língua roxa.

Lizandra suspirou, sem saber o que dizer.

− Veneno? – Perguntou Romena.

− O que disse?

− Yara pode ter sido atacada por venebros. Isso no corpo dela pode ser veneno.

− Venebros não existe, Minha Rainha – afirmou o curandeiro. – É apenas uma lenda.

− Ilandria foi atacada por um desses – disse Lizandra, soando como louca.

− Os merianos-linheiros são mentirosos – disse ele. – Isso é uma lenda.

− Diga-me então, o que ela pode ter?

− Eu vou ficar alguns dias olhando para poder confirmar alguma coisa. Vossa Majestade, será que posso ter uma palavra com a senhora? – Ele perguntou à Lizandra, mas encarava Romena.

− Claro. Romena, poderia?

A Princesa assentiu e dirigiu seu último olhar a irmã. Ela dormia serenamente. Tão serena, que parecia estar morta.

Denver acordou subitamente, suando. Seus cabelos estavam molhados e ele estava nu em uma cama, enrolando em lençóis brancos. Ele olhou para os lados, sem reconhecer os aposentos e uma onda de enjoou foi lançada. Ele fechou os olhos e abriu os olhos fortemente.

− Você está bem? – perguntou uma voz. Ele quase engasgou.

Tessa estava ao lado dele, com um pano morno na mão.

− Eu estou... Eu acho – ele tentou se levantar. – O que aconteceu, Tessa? Onde estou?

− Você teve uma vertigem forte e ficou desmaiado por horas. Não sei o que ouve.

− Onde você dormiu...?

− Na sala, Vossa Alteza.

Ela estava diferente e ele não gostou daquilo. Queria a Tessa ousada de antes.

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