Vou separar esse capitulo em dois, pois ele ficou muito grande, espero que gostem.
Não esqueçam da estrelinha, ajuda muitoo.
Pedro saiu correndo para pegar o carro, nos três ficamos paradas olhando para ele, estávamos rindo do jeito que ele corria.
- É muita maldade rirmos dele, ele está evitando que nos três acabemos molhadas – Maria tenta ficar séria enquanto fala, mas acaba caindo na gargalhada quando um carro passa perto dele e joga um monte de agua, ele encara o carro enquanto ele se afasta, indignado joga as mãos para cima e vai andando.
- Coitado do meu marido. Vocês querem jantar na minha casa? Chama o João, Maria.
- Ele vai trabalhar até muito tarde, você sabe como são as coisas no escritório.
- Então vocês vão jantar na minha casa e como estão de carona comigo, não podem negar.
- João?
- É meu esposo, ele é dono de um escritório de advocacia.
Advocacia? Eu não estava entendendo quase nada, mas preferi não perguntar nada, já tinha muita informação para absorver. Um carro enorme e preto para em nossa frente, Lizzie corre a abre a porta, Pedro desce e pega a mala, jogando ela no banco de trás.
- Entrem meninas.
Ele faz uma reverencia, não consigo evitar um sorriso, é muito estranho ser cuidada sem segundas intenções.
- Pedro, vamos para casa as meninas vão jantar com a gente.
Ele vira para o banco de trás e levanta os ombros.
- Tudo bem, mas é bom você não cozinhar, não queremos que a Anna tenha alguma intoxicação no seu primeiro dia de liberdade.
Ela lhe dá um tapinha no braço e ele sorri, eu não entendi a piada, mas também ri, eles parecem um daqueles casais engraçados que sempre li nos livros velhos e rasgados que me davam, alguns até faltavam páginas. Ficamos todos em silencio, exceto por Lizzie que fica cantarolando. Fico olhando pela janela, é tudo tão iluminado, pessoas passam correndo, procurando um abrigo da chuva, casas e mais casas por todos os lados, algumas são enormes, acho que quase podem tocar o céu, não consigo imaginar como elas não caem, o carro para e eu olho para frente, uma portão enorme se abre, existe uma espécie de grade que vai até algum ponto no lugar, é tão grande que não consigo enxergar onde ela termina, do outro lado das grades existem mais casas a diferença é que nesse lugar existem mais gramas e arvores. Depois de algum tempo ele vira com o carro na frente de uma casa, a parede de levanta e o carro entra em um buraco.
- Todo mundo guarda o carro dentro de casa?
Os três riem, sinto o sangue se acumular nas minhas bochechas, Maria toca na minha mão e sai do carro, abro as portas e faço o mesmo. Lizzie abre uma porta e entramos, ao acender a luz dois cachorros enormes correm em nossa direção, deixando pelo e baba por onde passam.
- Esses são Luke e Mel, cuidado que eles babam, muito.
- Tarde demais – Falo enquanto limpo as mãos nas calças.
- Vou tomar um banho, você pede pizza Liz?
-Claro.
Pedro sai deixando um rastro de agua. Maria senta no sofá e Liz pega o telefone e liga para alguém, vou até uma estante cheia de fotos, Liz, seu marido e várias outras pessoas, eles estão com crianças no colo, andando com grandes mochilas nas costas, mas uma delas me chamou atenção, havia um grupo de pessoas, os dois estavam junto, mas o cenário atrás deles era horrível, tudo estava destruído, caído, as pessoas pareciam mexer no meio daquela bagunça, toco na foto e Lizzie segura meu ombro.
- O que aconteceu aqui?
- Um terremoto, destruiu quase toda a cidade, estávamos ajudando com os sobreviventes. As pessoas estavam machucadas, muitas delas presas embaixo dos escombros.
- Como vocês chegaram nesse lugar?
- Faço parte de uma equipe, quando uma coisa assim acontece, vamos até esses lugares e ajudamos, iremos viajar daqui três dias.
- Eu posso ir junto? Eu poderia ajudar, você não faz ideia de como eu posso ajudar – Foco na última parte, não vou contar a verdade agora, eu precisaria provar do que sou capaz primeiro, sem todo esse poder que está vibrando dentro de mim.
- Anna eu preciso dizer que isso não é uma boa ideia, coisas horríveis acontecem nesses lugares, não sei se você está preparada para isso tudo.
- Uma vez um rapaz tentou me ajudar a fugir, eu não cheguei muito longe e me pagaram, eles deram vinte chicoteadas no rapaz na minha frente, depois me deixaram três dias sem comida ou agua, jogada no escuro, quando finalmente abriram a porta do porão, me jogaram pedaços de ossos de galinha, disseram que era o que sobrou do almoço, eu estava com tanta fome que comi aqueles ossos sujos de terra. Você não tem ideia do que sou capaz de fazer ou do que sou capaz de aguentar, eu sou forte.
Ela estava com os olhos marejados, tocou meu braço respirou fundo.
- Podemos conversar sobre isso depois? – Concordo com a cabeça, mesmo sabendo que esse assunto não vai ser falado de novo – Eu gostaria que as duas viessem comigo.
- Já pediu a pizza? – Pedro passa com o cabelo molhado, está usando uma calça com regata e chinelos.
- Sim, as meninas vão me acompanhar uns segundinho, já voltamos.
- Acho que vou ficar aqui mesmo, estou muito cansada.
- Tudo bem Maria – Lizzie fica um pouco decepcionada, mas não diz nada, andamos até um quarto enorme, ela pega um bolsa e me puxa até o banheiro.
- Eu já tomei banho.
- Eu sei, mas eu comprei isso – Ela me mostra um tubinho branco com uma tampa rosa, depois tira mais dois da bolsa, fico olhando aquele objeto frágil, tem um lugar com as letras 'T' e "C", logo acima de um pequeno painel – É um teste, eu tenho que fazer xixi nele, é confiável, muitas mulheres fazem, eu poderia fazer no hospital, mas o chefe de laboratório é um dos melhores amigos do meu marido e eu não quero que ele fique sabendo antes de eu ter certeza.
Devolvo aquele objeto estranho para ela e limpo a mão na calça.
- Porque você faria xixi no mesmo lugar onde um monte de outras mulheres já fizera? É um pouco estranho e nojento – Ela ri e passa as mãos pelo cabelo, fazendo uma careta – Olha eu sei que isso vem da garota que comeu restos de comida do chão, mas é nojento sim.
- Não querida, ninguém fez xixi nesses três, eu vou ser a primeira e última.
- Entendi – Na verdade não entendi nada – E você só pode fazer xixi nisso? E se estiver na rua e esquecer? Vai ter que segurar até comprar outro?
- Não Anna, esse é um teste de gravidez.
Uma luz acende na minha cabeça.
- Então você resolveu me escutar?
- Você foi muito convincente.
- Então faz logo xixi nesse negócio.
Ela abaixa as calças e senta no vaso, destampa o teste e fica um tempo olhando para frente fixando o olhar na pia.
- O que aconteceu?
- Não vou conseguir fazer com você me olhando desse jeito.
- Tudo bem vou te esperar no quarto.
- Mas eu também não quero que você saia.
Solto os ombros e fico olhando para ela.
- Então vou ficar de costas.
- Isso, faz isso.
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Anna
FantasyAnna é uma jovem de vinte anos que foi mantida por muitos anos em cativeiro e por muito tempo tentou fugir, mas quando finalmente conseguiu escapar de seu raptor e chegar em uma sociedade, não sabia para onde ir, não tinha família ou amigos, muito m...