Fadas

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- Isso é loucura – Disse Lizzie levantando da cadeira.

- Tão loucura quanto uma garota de vinte anos curar um homem baleado ou uma velha com um corte no braço?

- Seu eu sou uma fada como a minha mãe ou a minha avó, por que a sua mãe não entregou o bebê para que as fadas cuidassem dela?

Ela bufa e me olha com desprezo.

- Menina burra, o que você pensa ser uma fada?

- Eu já li sobre elas, são seres sobrenaturais bons e que são pequenos, mas que podem alterar seu tamanho, tem a aparência igual de nós humanos, mas elas têm asas.

- Isso não está em todo errado, mas elas não podem alterar seu tamanho e as asas não são a única diferença entre elas e os humanos.

- Pare de enrolar Maria, o que as fadas são?

- Ficou interessado Pedro? – A velha sorri e ele a encara – Elas são um pouco maiores que dois grãs de feijão, um em cima do outro, elas têm asas, mas não podem ficar do tamanho de um humano, elas podem ter o tom de sua pele, azul, rosa, verde, todas as cores que vocês podem imaginar. Agora pensa comigo, como elas iriam esconder a sua mãe?

- Isso pode fazer sentido, mas eu ainda não acredito em você.

- Vou te provar – Ela retira um frasco de remédio do bolso e o segura entre o dedo indicador e o polegar, balança ele três vezes e o frasco que era de plástico branco, agora é de vidro transparente, uma coisinha rosa está dentro, parece uma miniatura de pessoa, sua pele é branca e cheia de desenhos, está usando um vestido preto e as asas são uma mistura de azul escuro e branco – Essa é uma fada guardiã, eu a capturei para me proteger, mas ela fez uma gracinha tentando fugir e eu a deixei sem comer, faz quase um mês, felizmente elas não morrem por isso.

Todos olhamos assustados para a criaturinha, ela se mexe, levanta a cabeça, mas logo cai novamente, pego o frasco de sua mão, tão rápido que ela sequer consegue reagir.

-Sua bruxa ridícula, o que ela come?

- Devolve isso menina.

A velha se lança sobre mim, corro na direção de Pedro e Lizzie, ele se coloca entre a velha e eu, ele é muito maior e mais forte que ela, a velha recua rosnando.

- Fica no seu lugar Maria.

Lizzie me abraça e aproveita para olhar a criaturinha dentro do frasco, ela levanta a cabeça e balbucia alguma coisa, mas ninguém entende nada.

- O que ela disse Anna?

- Eu não sei. Maria, o que ela come?

- Eu não ou dizer.

- Você poderia usar seus poderes para torturar ela, até ela dizer?

- Pedro, que coisa horrível.

- Desculpa, mas essa velha já esgotou a minha paciência.

Fico olhando para os dois, sei que ele falou brincando, mas me deu uma ideia.

- Não é uma má ideia.

- Anna, nem pensa nisso.

- Eu estava brincando Anna.

- Tudo bem, mas ela tem que dizer alguma coisa.

- Pedro, vamos arramar ela.

- Sério?

- Sim. Vou pegar umas cordas – Lizzie sai da sala e ficamos olhando para a velha, ela está mexendo nas caixas de pizza e cantarolando.

AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora