Vingança

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- O que aconteceu Anna? Como essa porta veio parar aqui?
Ele estava confuso, ficava passando as mãos pelo rosto e olhando ao redor.
- Os homens que me mantiveram presa durante esses anos estiveram aqui e tentaram me pegar – Ele arregala os olhos e tenta toca meu braço – Está tudo bem. Eles não vão mais incomodar?
- O que você fez Anna?
Ele me deita em seu peito e abraça. Sua voz é suave e preocupada. Sinto seu cheiro e guardo na minha mente.
- Eu lutei – Afasto do seu abraço e olhos nos seus olhos, sua mão continua nas minhas costas e ele faz leves movimentos acariciando ela – Nunca tive coragem de lutar, de ser forte, por mais que eu quisesse. Quando te vi deitado no chão, quase sem vida, ganhei forças. Não sei o que sinto por você Guilherme, mas você me dá um arrepio na espinha. Quando estou perto de você meu coração dispara, meu pulmão parece que não funciona e nem meus poderes consigo controlar direito.
Ele tenta sorrir, mas seus olhos transmitem insegurança.
- Não sou a melhor para você ter ao seu lado Anna. A melhor pessoa para você ter esse tipo de sentimento – Ele geme ao tentar mudar de posição – Acredite em mim, sou chato e quando gosto de alguém, não sei como me comportar perto dela. Minha única rotina até hoje, foi casa e escritório, sem sair para qualquer outro lugar. Nas férias, viajo para esses países e continuo trabalhando, não sei fazer outra coisa. Eu não sei como controlar meu gênio forte, então prefiro ficar sozinho, assim não acabo magoando ninguém.
Não consigo conter um sorriso, já sabia disso tudo e mesmo assim ainda sentia uma bagunça de sentimentos por ele.
- Já sabia disso tudo. Eu entendo você, pois somos duas pessoas complicadas, não consigo distinguir um simples sentimento. Vivi a minha vida inteira em um porão onde mal conseguia dar dez passos sem bater em alguma parede. Não sei nem controlar os meus poderes e o que eles são capazes de fazer, mesmo que eles sejam parte de mim. A pessoa que quiser viver comigo, corre o risco de acordar a noite em um quarto iluminado por luzes sobrenaturais. Quem vai querer isso?
Ele toca meu rosto e sorri. Sinto minhas bochechas ficarem coradas e pela primeira vez percebo que ele tem um dente levemente torto para dentro.
- Somos duas pessoas difíceis.
- Muito.
Ele puxa meu rosto e beija meus lábios levemente.
- Podemos tentar ser menos complicados juntos.
- Sim, seria ótimo.
Ele sorri e não consigo conter um sorriso. Escuto um barulho na porta e levanto rapidamente. Gabriel entra correndo e para abismado na porta, ele olha para nós e seu rosto demonstra preocupação.
- O que aconteceu aqui?
Nos entreolhamos e Guilherme levanta com dificuldade. Tento ajudar, mas ele ignora.
- Foram alguns bêbados, só isso.
Ele olha a porta caída no chão e balança a cabeça como quem tenta entender o que aconteceu.
- Tudo bem, conversamos sobre isso depois. Guilherme, tem algo horrível acontecendo – Ele se aproxima e puxa o irmão pelo braço – Chegou uma notícia preocupante. Tem uma cidade próxima, que disseram, está sendo atacada por rebeldes.
- Quando isso?
Gabriel puxa o irmão mais perto e uma expressão de desespero aparece no seu rosto.
- A algumas horas. Tem centenas de mortos e feridos. Está uma cena caótica.
Fico olhando os dois conversando. Pensei que as guerras já haviam acabado. Guilherme passa a mão pela cabeça e anda em círculos.
- Precisamos ir até lá.
- Pensei a mesma coisa, mas a estrada está interditada, a polícia e o exército não estão deixando ninguém passar. O que vamos fazer Gui?
Os dois homens se entreolham, parece que esqueceram a minha presença. Toco o braço de Guilherme e ele me olha.
- Posso ajudar.
A expressão do seu rosto vai de preocupação para medo.

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Desculpa a demora em postar, estou sem computador.
A história está chegando ao fim não percam os últimos capítulos.

AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora