Aposta

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Eu estava indo pegar o meu vestindo quando Guilherme abriu a porta. Ele me olhou de cima para baixo demoradamente e quando seus olhos cruzaram com o meu, seu rosto ficou vermelho, mas com certeza não tão vermelhos quanto o meu. Senti as minhas bochechas queimarem, abracei a minha cintura com um constrangimento enorme.

Minhas pernas não obedeciam ao meu comando de correr até a cama e pegar a minha regata. Pisquei duas vezes forte e corri, Guilherme fechou a porta e virou de costas para mim. Coloquei a regata tão rápido que quando terminei de vestir, meu cérebro ainda não estava raciocinando muito bem.

Coloquei a mão no rosto e sentei na cama, o barulho dela rangendo, fez ele me olhar.

- Desculpe Anna, eu devia ter batido – Seu rosto ainda está vermelho, o que faz um contraste engraçado com o cabelo e a barba. Ele me olha sem graça.

- Tudo bem, não foi sua culpa – Minha voz quase não sai.

- Eu sinto muito mesmo – Ele abre a porta para sair e dá de cara com a Lu. Ela está com o cabelo todo bagunçado e a roupa amassada. Guilherme passa apressado por ela, que fica apenas olhando o amigo se afastar.

- O que aconteceu com o Gui?

Ela fala enquanto entra fechando a porta.

- O que aconteceu com você? – Jogo meu travesseiro nela, ela segura ele e volta a jogar em mim – Por que falou aquilo para o Gabriel?

Ela sorri o que me deixa mais nervosa. Faço uma cara de brava que ela ignora, apenas se joga na minha cama.

- Calma Anna, não precisa ficar brava. O Gab sabe guardar segredo.

Puxo o ar e respiro fundo, minha vontade era a de desfazer aquele olhar debochado.

- Bom, ao menos ele sabe fazer isso, ao contrário de você.

Ela senta na cama e joga os braços para o alto.

- Tudo bem Anna, desculpa. Eu queria que ele falasse como Gui, para que te chamasse para ser o par dele na festa, mas ele teria que saber o motivo.

- Que ideia mais absurda.

Falo com desdém e ela me olha sem jeito.

- Por que absurda?

- Ele está com a Suzana.

Falo como se aquilo fosse obvio e ela lança um daqueles sorrisos irônicos.

- Não tem como saber se isso é verdade...

Reviro os olhos e ela para de falar.

- Não quero mais falar sobre isso.

Levanto e ando até o vestido, ela apenas meneia a cabeça concordando.

- Então vem aqui, vou arrumar o seu cabelo.

- Não precisa, vou com ele solto mesmo.

- Deixa de ser orgulhosa Anna, vem comigo – Lu me puxa até a cama e me faz sentar de costas para ela.

Sinto alguns leves puxões de cabelo, mas não reclamo, prefiro usar esse tempo para pensar.

Se ele não estava com a Suzana, eu tenho uma chance. Dou um leve sorriso e meu animo parece aumentar, mas eu acabo lembrando que Suzana é o tipo de mulher que consegue qualquer homem, só de pensar nele. Com aquele corpão, cheio de curvas e os traços finos de seu rosto.

Lu bate nas minhas costas e me entrega um pequeno espelho, quase não consigo ver todo o meu rosto por ele. Ela fez uma trança embutida, deixando alguns fios soltos, não ficou muito apertada, o que disfarçou o eu rosto muito fino.

AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora