Capítulo 1

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Setembro de 2014
"Não matei meu pai! Eu me defendi. Não sou uma assassina!" - Declarou a adolescente de 16 anos, que foi acusada de ter matado o próprio pai. Segundo o depoimento da acusada, ela dormia no quarto de sua mãe quando acordou com o próprio pai molestando-a. Ela também afirma que o pai estava com a arma do crime em mãos, o que foi confirmado pela perícia na manhã de hoje. A polícia ainda investiga o caso.

- Jornal local de Ouro Preto.

~xxx~

Suspirei e levantei-me da cama.

Que saco... Não posso mais fazer nada em paz - pensei.

Olhando no espelho arrumei meu franjão. Eu usava cabelos curtos, feito menininho e um franjão na altura do queixo. Admirei meu corpo no espelho, eu vestia apenas uma regata branca e roupa íntima. Meus cabelos ruivos davam mais destaque aos meus olhos castanho avelã.
Fui até o guarda-roupa, olhando para minhas roupas decidi pegar um dos meus blusões pretos, nesse lia-se "I'M MY PROBLEM". Vesti por cima da regata que usava e vesti também uma bermudinha. Coloquei meus óculos escuros ray ban, saí do meu quarto fazendo o máximo silêncio possível e me encaminhei até a sala, escrevi um bilhete e deixei cima da mesinha de centro.

Fui até a pracinha tomar um ar, não demoro.

Agora não posso mais nem sair sozinha. Meu irmão não fala mais comigo, minha mãe malmente olha para mim. Mas eu fiz o melhor para nós todos, ninguém vê isso.
Já fazem 21 dias que matei meu padrasto. Minha mãe me contou que ele não era meu pai, mas ela contou apenas para mim. Por isso eu sou a causa de tantas pessoas declararem o fim dos tempos, elas dizem "filhos mataram seus pais, pais mataram seus filhos. Esse é o sinal." Mas ele não era meu pai.
Em depoimento contei para a polícia que todos haviam saído e eu estava sozinha com meu pai.
Por isso fiquei em casa dormindo no quarto da minha mãe. Acordei com ele me molestando, sua mão nojenta tentava tirar minhas roupas enquanto tocava minhas áreas íntimas. Acordei assustada com aquilo, ele tapava minha boca com força enquanto eu chorava desesperadamente. Eu me debatia e ele me deu um tapa, eu arranhei os braços dele e seu rosto, foi quando ele pegou a faca grande da cozinha que estava em cima do criado-mudo. Ele havia levado para lá. Ele me ameaçou e disse que estava cansado das minhas "gracinhas", disse que se eu não me quietasse ele cortaria a garganta da minha mãe. Foi quando eu consegui juntar forças e dá-lhe uma bela joelhada nas áreas íntimas. Ele gritou de dor e eu consegui tomar a faca da mão dele. O surpreendi cravando a faca em seu pescoço. Tirei seu corpo pesado de cima de mim e saí gritando por socorro.

o momento eu só segui meus instintos de sobrevivência, foi impulso, não queria matar ele, só queria continuar viva.

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