Ter meus amigos em casa era algo muito reconfortante, uma sensação muito rara que poucas vezes tive contato. Era como a manhã do natal dos meus 6 anos quando eu havia ganhado um bicicleta de rodinhas. Ou o calor da cama nas manhãs chuvosas. Eu nunca havia sentido essa sensação com pessoas, apenas com momentos assim.
Depois de três trabalhos feitos, estavamos cansados e com fome.
- Tem uma padaria não muito longe daqui, o que acham de irmos comer pra lá? Ou podemos comprar besteiras e comer na pracinha daqui.
- Vai muita gente na pracinha? - Sadie perguntou.
- Não.. Quase ninguém
- Então vamos pra pracinha - Sadie decidiu.
- A gente vai primeiro no mercadinho aqui perto. - falei - vamos no carro da minha mãe, eu dirijo já faz um tempinho, então não se preocupem que a gente não vai morrer.
Eles pareciam surpresos, mas não fizeram perguntas, só entraram no carro e colocaram o cinto de segurança, Sadie sentou no banco do carona e Gabriel e Sophia sentaram no banco de trás, talvez Sadie tivesse menos temor pela própria vida.
Sadie colocou uma música no som do carro, abrimos as janelas e deixamos aquele vento gostoso de fim de tarde tomar conta do carro.
- Sua mãe não tem problemas em deixar o carro com você, Bárbara? - Sophia perguntou me olhando pelo retrovisor.
- Só se eu bater o carro ou acabar com a gasolina - respondi sorrindo e eles riram. - Na verdade ela não se preocupa, porque sabe que eu sou responsável e eu sei que não posso ir pra muito longe por causa de blitz. Só vou em bairros vizinhos, ainda mais agora que moramos em Br eu saio bem menos, antes eu ainda saía até uns dois bairros depois do meu.
- E nunca te pegaram? - Gabriel perguntou com uma certa desconfiança na voz.
- Eu sempre escapei por que sempre entrava uma rua antes ou então parava em algum lugar, tipo oficina, mercadinho, esperava acabar ou então ligava pra minha mãe ou meu irmão mais velho e eles davam um jeito de ir me buscar. - contei atenta a estrada que estava calma
- Quem foi o louco que te ensinou a dirigir?? - Sadie perguntou admirada
- Bá, minha mãe! Ela sempre disse que se um dia nós estivessemos sozinhas e ela precisasse de ajuda seria bom eu saber dirigir. Ela ensinou o George a dirigir com 13 anos. - Falei mostrando a naturalidade daquilo.
Encostei no primeiro mercadinho a esquerda, peguei minha bolsinha de mão, acionei o alarme do carro e entramos.
Compramos os doces mais coloridos, biscoito com recheio de morango, batatinhas e uma garrafa pequena de coca-cola.
- Não pode comer no carro, ta bom? vamos deixar pra comer na pracinha, minha mãe detesta cheiro de comida no carro - alertei antes de entrarmos no carro.
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Rascunho de Bárbara
Terror"Uma hora, um minuto, um segundo. Um pensamento, uma frase, uma atitude. Tudo pode mudar a vida de uma pessoa. Se você tivesse que escolher, entre matar e morrer. Você mataria? E se fosse a vida de alguém que você ama? E se fosse alguém que você fo...